Fala, galera, beleza? Biel Furlaneto com mais um Além do Óbvio, e hoje eu vou falar da banda mais quente do planeta!
Sabiam que o Além do Óbvio começou por acidente por causa do KISS? Pois é, lá em janeiro, quando o vocalista Paul Stanley fez aniversário, resolvi listar dez músicas cantadas por ele além das já consagradas. O pessoal curtiu tanto que virou uma coluna semanal! Legal, né? Para ler essa matéria, só clicar AQUI.
Bom, hoje é dia de viajar além de Detroit Rock City, Rock and Roll All Nite, Love Gun, Deuce e por aí vai.
Alright, Headbangers Brasil! Vocês queriam o melhor, mas o melhor não veio. Então vem com a gente mesmo
Bora lá?
Naked City
Álbum: Unmasked (1980)
Já começamos com um álbum bastante polêmico. Unmasked é conhecido por não agradar muito os fãs mais tradicionais e por não ter o punch necessário para chamar a atenção de quem não conhece a banda. No meio dele, Gene acha uma linha de baixo simples, mas genial (como quase sempre), e troca sua voz de demônio por uma interpretação suave, séria e mais agradável. Soma-se a isso um bom trabalho de bateria e guitarras que não se destacam tanto, mas cumprem bem o papel, e temos uma das pérolas escondidas da discografia.
Let Me Know
Álbum: KISS (1974)
O álbum de estreia do KISS é basicamente um greatest hits. É o disco que mais forneceu músicas para os shows ao longo dos 50 anos da banda, com faixas como Deuce, Strutter, Firehouse e Black Diamond. No meio disso tudo, um baita dueto entre Paul e Gene. Composta na época do Wicked Lester (quando se chamava Sunday Driver), essa faixa é o KISS em sua forma mais crua. Animação, riffs já poderosos de Ace, criatividade extrema somada à característica simplicidade da banda. Infelizmente, é uma das menos aproveitadas ao vivo.
Mr. Speed
Álbum: Rock and Roll Over (1976)
Provavelmente a música que o fã mais fanático do KISS mais lamenta por nunca ter sido aproveitada ao vivo. Ace Frehley está ON FIRE desde a primeira nota. Paul Stanley canta demais, Peter Criss está no auge do seu conhecido swing e Gene entrega suas linhas de baixo sempre marcantes. Para este que vos fala, essa fase representa o auge técnico da formação original como grupo.
King of the Mountain
Álbum: Asylum (1985)
Eric Carr foi o segundo baterista do KISS, substituindo Peter em 1980 e permanecendo por exatos 10 anos, até que um câncer o tirou de cena em 1991. É aquele da maquiagem de raposa, que aparece em I Love It Loud. Aqui, ele começa com uma das viradas de bateria mais cultuadas da banda — uma “quase Painkiller” — e depois sai amassando suas peles enquanto Paul canta lá no alto. Vale muito em um álbum muitas vezes visto como o mais fraco da banda nos anos 80.
That’s the Kind of Sugar Papa Likes
Álbum: Peter Criss (Solo – 1978)
Quando os quatro membros resolveram lançar álbuns solo em 78, o do nosso Catman foi o mais criticado por fugir do rock, com uma pegada mais voltada às raízes jazzísticas do baterista. Mas quem disse que precisa ser rock pra ser bom? A música em questão tem metais lindíssimos, um refrão com uma levada meio “Família Addams” e Peter, com sua voz rouca, entregando tudo. Uma delícia de faixa.
Mr. Make Believe
Álbum: Gene Simmons (Solo – 1978)
Seguindo com os álbuns solo, outro que apanhou bastante foi o de Gene Simmons. Natural, né? Ver aquele monstro cuspindo fogo e sangue cantando a música tema do Pinóquio realmente confunde qualquer um. Mas, deixando o preconceito de lado, o que temos aqui é um bom disco, com influências claras dos Beatles. A mais famosa, See You Tonite, bebe direto da fonte dos quatro garotos de Liverpool — e essa aqui não fica atrás. Violão simples e bonito, com aquela vibe sessentista clássica. Uma balada pura e honesta, que vale a revisita. Falando em Beatles: sabia que Gene tentou reunir o Fab Four para seu álbum? Mas isso é papo pra outro dia…
Dark Light
Álbum: Music from “The Elder” (1981)
Provavelmente o álbum mais odiado do KISS (eu amo — tenho até música dele tatuada), The Elder tem uma sonoridade totalmente fora da proposta da banda. Foi feito para agradar a crítica… e quase sepultou o grupo. No meio de toda a ópera e falsetes, Ace surge das cinzas com uma porrada que nos lembra seu grandioso álbum solo de 1978. Energia fantástica, uma bateria esmagadora (cortesia de Eric Carr) e Ace, com sua voz característica, mandando ver. No final, um solo tão carregado de feeling que até frita em alguns momentos. Se não estivesse em The Elder, talvez seria lembrada como sua melhor música com o KISS. (Pra mim, é.)
Heart of Chrome
Álbum: Revenge (1992)
É inegável que a entrada de Eric Singer na bateria trouxe um peso extra à banda, mas o que realmente surpreende nesse disco é a ascensão de Bruce Kulick. Nessa música, por exemplo, temos um riff pesado e matador, com um solo espetacular. A bateria de Singer funciona como um relógio, e Paul Stanley canta num nível que muita gente considera seu auge. Uma pedrada sem precedentes que merece ser descoberta.
Somewhere Between Heaven and Hell
Álbum: Hot in the Shade (1989)
Outro dia a gente estava discutindo no PodKISS qual seria o álbum mais “morno” do KISS, e a maioria respondeu HITS. Pode até ser, mas essa faixa certamente não é a culpada. Gene aparece no modo romântico, com voz limpa e cantando muito, após passar os anos 80 praticamente negligenciando a banda. Até seu baixo volta com força, conduzindo a faixa com firmeza. O solo de Bruce também é ótimo, e a bateria de Eric Carr (que se despedia da banda nesse disco) faz uma bela dupla com o baixo. Trabalho de cozinha impecável.
Journey of 1,000 Years
Álbum: Psycho Circus (1998)
O álbum que marca a “volta” da formação original ao estúdio termina com uma faixa de tons épicos, que pouco lembra a sonoridade clássica do KISS. Aqui temos Gene nos vocais mais uma vez, com uma bateria que funciona quase como uma fanfarra — firme, mas sem pesar. Sintetizadores e teclados também aparecem, e a música vira praticamente uma trilha sonora de encerramento de filme épico. Ah, e a genialidade do solo final — que nada mais é do que o solo da primeira faixa (Psycho Circus) tocado ao contrário — arrepia. É a favorita deste que vos fala.
Bônus – KISS MTV Unplugged (1995)
Essa é pra quem diz que o KISS é só maquiagem, efeito visual e explosão no palco. O que temos aqui é simplesmente um dos álbuns acústicos mais técnicos de todos que a MTV já fez. Os quatro membros de cara limpa, com Paul e Gene arrebentando nos vocais, Bruce Kulick fazendo solos que eu nem sabia que dava pra tirar num violão (prestem atenção no solo de Domino) e Eric Singer entregando, talvez, o melhor trabalho de bateria que já fez na banda. No final, ainda temos os membros originais Ace Frehley e Peter Criss subindo ao palco pra mostrar que a mágica ainda estava lá. A versão da balada Beth, cantada por Peter, tem um solo de violão feito por Ace que, pra mim, é o mais bonito que já vi.
No encerramento, os seis juntos no palco cantando duas músicas — uma delas, o maior hino da história do rock.
Um verdadeiro soco na cara de quem subestima a qualidade musical da banda mais quente do planeta.
E aí, curtiu essa lista?
Semana que vem a gente volta!
Valeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeu!