Nós do Headbangers Brasil sempre achamos importante diversificar um pouco o nosso conteúdo e essa seção nova é exatamente isso, o Banda Que Amamos, Disco Que Odiamos vem para vocês conhecerem um pouco mais cada um dos colaboradores do Portal, tendo noção do que ele gosta de ouvir e também fugir de alguma roubada, pois, vai que, mesmo sendo bandas clássicas (coloquemos assim), você acaba caindo em uma roubada e ouvindo um disco horroroso de uma banda muito boa?? Então é por isso que nossos colaboradores irão deixar aqui dicas de discos para vocês fugirem da audição, ou não, ouvir e poder criticar também, por quê não?? É válido!! Fiquem com a lista do Diogo Franco, nosso Hard Rock Boy do portal. Ah, querendo ouvir os discos citados, cliquem na capa, terá um link para o Spotify ou outro Streaming de cada um deles.

Mötley Crüe – Generation Swine -1997

Que 1997 foi um ano difícil (pra dizer o mínimo) para o hard rock mundial, pouquíssima gente duvida.  Com o lançamento de discos contestados injustamente como Discothéque do U2 e Nine Lives do Aerosmith (que com o tempo se tornou cult) e álbuns e outros realmente pavorosos, como Reload do Metallica, o ano em questão é tido por  muitos como musicalmente amaldiçoado. Parte disso é responsabilidade (leia-se culpa) do Mötley Crüe, devido a audácia de fazer uma porcaria como Generation Swine ver a luz do dia. A expectativa era imensa pela volta de Vince Neil ao seu antigo posto, mas o tiro saiu pela culatra. Não há quase nada do Mötley clássico aqui, exceto os excelentes timbres de guitarra de Mick Mars. Fora isso, esse disco é um verdadeiro amontoado de influências desinteressantes como Hip Hop, Funk ntre outas coisas. Não que os estilos citados não possuam seu valor, e nem que ousar as vezes não seja bom, mas quando escutamos Mötley Crüe, todos sabemos o que queremos ouvir. Nesse disco tudo parecia estar de cabeça pra baixo, pois até a capa original foi grampeada e escrita propositalmente ao contrário. As músicas são pretensiosas, sem charme, a produção parece ter sido feita por uma criança de 5 anos e nem mesmo as boas guitarras de Mars salvam esse álbum de ser uma piada de mau gosto e uma mancha na carreira dos caras.

Guns n’ Roses – Chinese Democracy – 2008

Após uma espera de 15 anos, Axl Rose finalmente pariu o disco que o fez sumir dos holofotes, se envolver em polêmicas, quase ser zoado em público pelo Offspring, recrutar diversos músicos e regravar as faixas inúmeras vezes, lançar trilha sonora de filme do Schwarzenegger, brigar com ex integrantes da banda, demitir quase todo mundo do grupo e ainda por cima gastar alguns milhares de dólares pra finalizar a obra. Como tudo que envolve Mr Rose, sua megalomania gerou grande expectativa sobre esse disco. Lógico que os fãs (torcedores) acham o máximo, mas a verdade é que esse disco não justifica tamanha espera, muito menos tamanho gasto e tanta gente envolvida no processo. Talvez se fosse lançado como um disco solo de Axl com participações especiais, soasse mais honesto. O fato é que, goste ou não, esse disco nada tem a ver com a fase áurea da banda e quem é fã, mas possui senso crítico sabe o quanto Slash e companhia fizeram falta pro temperamental vocalista. Há até alguns momentos bons como Street Of Dreams, mas no geral não é nem um pouco essencial na discografia da banda.

Def Leppard – Slang – 1996

O Def Leppard nunca foi um primor de popularidade no Brasil. Talvez se tivessem tocado no primeiro Rock in Rio em 85 as coisas tivessem sido diferentes, porém é fato que o Def só é lembrado pela maioria devido ao cover digno feito pelo Yahoo e tocado exaustivamente no Brasil na década de 80. Dito isso, o que esperar de Slang? Um disco que não reflete o que é a banda de verdade, com um ar depressivo, timbres chochos e letras patéticas e extremamentes pretensiosas. Não que antes o Leppard fosse uma maravilha literária, mas convenhamos que esse ar pseudo intelectual não cola pra quem já escreveu pérolas como Animal, Pour Some Sugar On Me e Photograph. Enfim, ouça por sua conta e risco, mas em seguida ponha High And Dry pra rolar de se desintoxique.

Dokken – Shadowlife – 1997

Após o péssimo Dysfunctional de 1995, o Dokken provou que poderia ir ainda mais fundo no abismo. Shadowlife foi direcionado ao rock alternativo, provando que se você nasceu pra tocar hard rock não adianta querer se tornar um Radiohead de quinta categoria. A intenção era ruim, o resultado foi ainda pior. Tanto que logo após, George Lynch foi demitido dando lugar a John Norum (ex Europe). Esse disco é até hoje ignorado pela própria banda, e seu lançamento é mais uma prova da maldição musical que pairava sobre o hard rock no ano de 1997.

Scorpions – Eye ll Eye – 1999

Quando um bebê nasce, é motivo de alegria para todos da família e amigos chegados. Normalmente os pais não enxergam defeitos nos recém chegados e todos o cercam de amor e carinho. No caso do Scorpions, esse é um filho que os pais não se orgulham em nada, a ponto da banda afirmar que pela primeira vez não sabiam o que estavam fazendo e Mathias Jabs dizer que esse foi o maior erro do grupo. Realmente os anos 90 (especialmente a segunda metade) não foram fáceis para as bandas de classic rock mas também não precisava lançar uma bomba como essa aqui né?! Claro que os alemães tem crédito na praça, afinal são 60 anos de carreira e é natural uma ou outra escorregada, mas nesse caso aqui o filho feio tem pai sim.

Kiss – Carnival Of Souls: The Final Sessions – 1997

Soando como um Alice In Chains ou Soundgarden genérico (nas palavras do próprio Gene Simmons) esse disco conseguiu a proeza de superar o Music From The Elder como disco mais esquisito na carreira do Kiss. Até porque o The Elder é apenas “estranho” ao passo que Carnival é totalmente sem inspiração e sem graça. Afinações baixas, grooves cadenciados e letras tristonhas, tudo isso envolto num clima funerário que faria  o “Weird Al” Yancovic se tornar um membro do Radiohead tamanha a alegria exalada aqui. È meus amigos, a diversão tinha acabado pro Kiss, pois depois disso vieram outros discos (não grunges é claro) com pouquíssima inspiração como Monster e Sonic Boom. É um disco totalmente desnecessário. Ah, já ia me esquecendo de mencionar o ano. Adivinhem só: 1997.