The Eye Is The First Circle (Prosthetic Records, 2020) faz o black metal atravessar o caminho até o post-hardcore numa mistura genuína de estilos e este é o disco de estreia do quinteto Calligram, verdadeira Torre de Babel da música pesada, mas que se entrosa com perfeição.

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Formada por dois brasileiros, um inglês, um francês e um italiano, Calligram, com seu The Eye Is The First Circle, álbum escrito em período de grandes dificuldades pessoais para todos os integrantes, tem conseguido se tornar grande referência para o black metal moderno e recente em diversas partes da Europa onde o trabalho tem sido recebido com entusiasmo pelos ouvintes e grandes veículos como Metal Hammer, Metal Injection, Decibel e Blabbermouth.

Calligram é um amálgama único de pontos de referência e influências culturais, musicais, emocionais, políticas e sociais. Em uma banda com tantas possibilidades, o idioma das canções é o italiano, língua do vocalista Matteo. A banda se desprendeu do conceito de que é necessário o inglês e Matteo assim pôde fazer a mensagem das letras fluir melhor.

Um conjunto de fatores obviamente costurados à música em si pavimentam a boa impressão que o Calligram deixa com seu álbum: o cuidado com artes gráficas, fotos e os dois clipes extraídos do disco que valorizam a mensagem. Os vídeos são de duas faixas diferentes e que se completam entre si como capítulos de uma série.

Assista aqui o clipe Anedonia

Assista aqui o clipe Vivido Perire

The Eye Is The First Circle, título do álbum, deriva de um ensaio de Ralph Waldo Emerson intitulado Circles, que começa: “O olho é o primeiro círculo: o horizonte que ele forma é o segundo; e por toda a natureza essa figura primária se repete sem fim”. Embora o ensaio seja sobre a transitoriedade da vida e o aspecto em constante evolução da natureza, a banda optou por dar à primeira frase um novo significado, interpretando a imagem do círculo que envolve cada pessoa como uma esfera na qual temos o dever de cuidar uns aos outros.