Finalmente a espera acabou!
Pouco mais de seis meses após o Wacken Open Air de 2024, quando foram anunciadas as primeiras informações do “The Last Will and Testament” e divulgadas as primeiras datas da nova tour, chegou a vez de Amsterdam receber o Opeth.
Dia 22 de fevereiro de 2025, numa fria e chuvisquenta noite de inverno, o AFAS Live estava pegando fogo.
Às 18h30 as portas abriram e as filas que já estavam formadas por algumas horas começaram a andar.
Enquanto o público ia vagarosamente preenchendo o ambiente, às 19h45 em ponto iniciou-se o show de abertura. Para quem esperava algo parecido com Opeth, errou feio. Um power trio suéco (também de Stockholm) que mais parecia uma banda do New Wave of British Heavy Metal (NWOBHM) começou a tocar.
Grand Magus, formada pelo vocalista, guitarrista e extremamente carismático Janne “JB” Christoffersson, baixista e backing vocals Mats “Fox” Skinner e o baterista Ludwig “Ludde” Witt, tocaram vários de seus maiores clássicos, como Steel Versus Steel, Hammer of the North e Like the Oar Strikes the Water, sendo cantadas por parte do público presente durante seus 45 minutos de apresentação.
Às 21h em ponto, Opeth subiu ao palco. Casa completamente cheia nesse momento, seis mil pessoas. E que show entregaram novamente! Mikael Akerfeldt, vocalista, guitarrista, compositor e comediante da banda é sempre um show à parte com suas piadas. E estando nos Países Baixos, a maconha tolerada é sempre uma boa fonte delas.
Passando por todas as fases da banda, desde a black/death nonsense (como o próprio Mikael chama o início da banda), The Night and the Silent Water do segundo álbum, Morningrise (1996) até o mais recente “The Last Will and Testament” (final de 2024) onde o show começou.
§1 , §3, §7 e Story Never Told foram as escolhidas desse novo álbum e brilhantemente executadas.
Master’s Apprentices e Ghost of Perdition foram os pontos altos do show, de acordo com a agitação e gritaria da plateia, sem falar no encore formado por Sorceress e Deliverance.
A tour curta que se iniciou na Finlândia no dia 09 de fevereiro e encerrou 02 de março na Escócia, com quase todos os shows sold out, trouxe várias surpresas no setlist, como as já citadas Master’s Apprentice, que não era executada ao vivo desde 2017, e The Night and the Silent Water (execurada pela primeira vez desde 2009!), Häxprocess do excelente Heritage (2011) e The Leper Affinity, música de abertura do mais aclamado álbum da banda, Blackwater Park (2001).
Claro que Mikael sempre rouba a cena, mas é preciso falar sobre os músicos da banda. Martin Mendez, no baixo, é o músico que mais tempo está na banda após Mikael, desde 1997. O uruguaio traz um groove fenomenal para o som do Opeth, tanto nas fases mais death metal quanto na fase mais progressiva. Fredrik Akesson, guitarrista fantástico e, juntamente com o tecladista, Joakin Svalberg (que esteve de aniversário neste dia, com direito a parabéns cantado por todo o público), compõe um dos melhores backing vocals do metal atualmente, e o bebê, o virtuoso baterista Waltteri Väyrynen que entrou em 2022 e parece que esteve na banda desde o primeiro dia de fundação, toca com facilidade tanto as partes mais rápidas e agressivas quanto as mais complexas progressivas.
Opeth tem um ano extenso de shows em 2025. Agora a banda pausa um pouco para se preparar pra América Latina, incluindo 2 shows em São Paulo. Após essas datas, fazem parte de muitos lineups em festivais europeus de verão, e ainda após isso, começaram a anunciar algumas novas datas na Europa para uma nova tour do “Last Will and Testament” com convidados especiais. A expectativa que se criou é de talvez o álbum será executado na íntegra. Será? Tomara, estaremos lá novamente.
TEXTO POR RUI ERON
FOTOS: REPRODUCÃO – OPETH’S FACEBOOK