Nessa terça feira, o clássico Pentagram passaria pela primeira vez no Rio de Janeiro, com os “hermanos de Chile“, do Black Messiah sendo a banda de abertura, a noite prometeria ser uma noite de Doom Metal em sua essência. O Solar de Botafogo, local escolhido pela produção da Be Magic, com apoio da Dies Irae Records, foi perfeito, por ser de fácil acesso e de fácil saída, o simpático teatro era de tamanho ideal para o evento.

Chegando na casa, por volta de umas 19:30, já se via uma certa quantidade de pessoas perto do local esperando pelo show e mesmo estando em uma terça feira, logo após o encerramento do Rock In Rio, eu achei que o público Carioca compareceu em um bom número ao local, não sei precisar ao certo quantas pessoas lá estiveram ontem, mas posso falar que, por ser um local bem pequeno, a impressão de ter mais gente do que realmente tinha era grande, mas eu consideraria o público ontem, bem interessante.

Umas 19:50, nossos “hermanos” do Black Messiah subiram ao palco, com um Doom Metal extremamente bem feito e muito pesado, com diversos momentos rementendo a mim à grandes momentos de outra clássica do Doom, Candlemass, a banda, composta por Nancy Gomez (baixo), Felipe Troncoso Rodrigo Echeverria (guitarras), Ricardo Letelier (bateria) Rodrigo Pérez (vocal), os chilenos, que mesmo sem um disco lançado, já mostram uma presença de palco incrível, o vocalista tem uma voz maravilhosa, fazendo subidas ótimas no tom de sua voz, a banda tem um timbre pesadíssimo e bem característico ao estilo, a banda mostrou suas composições próprias, com um destaque pessoal a música que fechou o repertório, The Martyr que além de ter um riff super rápido, ela flerta de uma forma muito criativa com os “clichês” que o formato apresenta e não tem como não citar o cover incrível de Azul Limão que a banda executou ontem, Sangue Frio. Temos uma banda que tem tudo para fazer muito barulho ainda no cenário Internacional, grande nome da América Latina.

Passando pouco mais de 20 minutos, o produtor Luis Carlos da Be Magic Produções sobe ao palco, para anunciar que era chegada a hora de vermos a “resposta Americana ao Black Sabbath”. O produtor estava visivelmente emocionado, em falar que ali ele realizará um sonho, em produzir uma das bandas no qual mais influenciaram ele e assim, o Pentagram entraria em palco, para realizar uma apresentação extremamente acima do nível, com o seu fundador e vocalista Bobby Liebling, acompanhado por Greg Turley (baixo), Matt Goldsborough (guitarra) e Ryan Manning (bateria), o caricato vocalista tem toda a liberdade de desfilar simpatia, umas dancinhas super esdrúxulas e posições mais do que clássicas, Bobby, mesmo no auge de seus 70 anos, ainda  apresenta uma bela voz, com um tom grave muito bom e a sua banda não perdoava nada, com um andamento perfeito e, mais uma vez, um som pesadíssimo, eles fizeram da apresentação de ontem um momento ímpar. Em um set repleto de clássicos, como The Ghoul, Review Your Choices, Relentless, Dying World, Be ForewarnedBobby e seus comparças fizeram da noite da terça feira, uma noite mais do que mágica para todos os presentes.

Além de destacar a ótima voz de Bobby Liebling e suas “peripécias” em palco como dancinhas, olhares extremamente expressivos para o público, uma contida vitalidade muito pungente do lendário frontman, digo isso pois, com 70 anos ele ainda se mexe bem, imaginemos nos gloriosos dias de sua juventude. O baixista Greg Turley tem uma presença de palco incrível, o baterista Ryan Manning não economiza em nada as suas baquetas, com uma pegada pesadíssima e sempre cantando as músicas, agitando atrás de seu kit, mostrando o prazer de estar ali, tocando e fazendo parte daquele momento e o guitarrista Matt abusando de sua guitarra, ter visto o show do Pentagram foi simplesmente catártico. Uma chance no qual jamais esquecerei, pois, possivelmente seja a única chance que o Rio de Janeiro teve de ver essa lenda ao vivo, no auge de 50 anos de carreira. Posso encerrar dizendo que, quem viu viu e tenho certeza que o público ontem saiu em êxtase com o incrível show que a lenda Bobby Liebling e seus companheiros apresentaram, um show único, com certeza.

TODA AS FOTOS POR LUCIANA PIRES (@lucianapiresfotografa)