A noite de 7 de junho de 2025 entrou para a história do metal instrumental no Brasil. No palco do Tokio Marine Hall, em São Paulo, Kiko Loureiro e Marty Friedman, dois dos maiores guitarristas da atualidade, se apresentaram na sua turnê conjunta com um espetáculo de técnica, emoção e diversidade musical. O show também marcou os 20 anos do disco No Gravity, primeiro trabalho solo de Kiko, e fez parte da Theory of Mind Tour, promovida pela Top Link Music.

Setlist vibrante: de “Pau de Arara” ao Megadeth

O repertório foi extenso e empolgante, com passagens por todas as fases da carreira de Kiko Loureiro. Trazendo também “Pau de Arara” — faixa icônica que mistura guitarras pesadas com ritmos nordestinos — seguida por outras composições do álbum No Gravity, como “Enfermo”, “No Gravity” e “Tapping Into My Dark Tranquility”. O guitarrista também apresentou faixas do recém-lançado Theory of Mind (2024), como “Blindfolded”, “Imminent Threat” e “Mind Rise”.

Homenagens à sua trajetória no Megadeth não ficaram de fora: “Conquer or Die!”, “Killing Time” e até trechos instrumentais de “Angry Again” marcaram presença. Já os fãs do Angra vibraram com “Carry On”, todas recebidas com entusiasmo por um público que entoava junto, mesmo nos instrumentais.

O momento mais inesperado e emocionantes da noite veio com a entrada de Marty Friedman. Dono de um estilo único e carregado de sentimento, ele surpreendeu ao incorporar a musica brasileira em sua performance, uma escolha ousada que conquistou o público. Logo depois, tocou uma belíssima versão instrumental de “Asa Branca”, clássico de Luiz Gonzaga, arrancando aplausos e gritos emocionados.

A homenagem mostrou não apenas respeito pela cultura brasileira, mas também sensibilidade artística rara. Marty afirmou que gostaria de apresentar musicas brasileiras.

Além disso, também tocou clássicos como “Tornado of Souls”, dividindo solos e palcos com Kiko em um entrosamento que parecia ensaiado há anos.

Acompanhando os guitarristas, uma formação de elite: Alírio Netto nos vocais, Felipe Andreoli no baixo, Bruno Valverde na bateria e Luiz Rodrigues na segunda guitarra. Todos entregaram uma performance afiada e poderosa, sustentando a base para que Kiko e Marty brilhassem sem restrições.

Apesar de um pequeno atraso no início, o show ultrapassou as duas horas de duração e só terminou já na madrugada de domingo. Para os presentes, o tempo voou.

A turnê conjunta de Kiko Loureiro e Marty Friedman é mais do que um encontro de lendas, é um espetáculo que celebra a técnica, a cultura e a união musical entre diferentes mundos. Do forró ao metal, passando pelo progressivo e pelo fusion, o show no Tokio Marine Hall mostrou que a guitarra continua sendo uma linguagem universal. E quando falada por artistas desse calibre, ela emociona, surpreende e conecta.

Texto por: Izabel Santa Fé

Galeria por: Pri Secco