Vamos lá, seria mais uma piada de Primeiro de Abril?? Seria mesmo que, o interior do estado do Rio de Janeiro teria um evento de peso mesmo mais uma vez? Dessa vez sim, aconteceu no sábado passado, na Região Serrana Carioca, na cidade de Nova Friburgo, o 3º Friburgo Rock Fest, que prometeria levar ao Nova Friburgo Country Clube, bandas de renome Nacional Internacional, tendo nomes como Angra, Noturnall, Torture Squad, Jeff Scott Soto, Forceps e muito mais.

O caminho para o evento foi extremamente divertido, com uma caravana que o pessoal do Forceps organizou e fizemos uma viagem maravilhosa, chegando no evento, a primeira constatação é, o Nova Friburgo Country Clube é um local lindo e que conseguiu abrigar de forma ímpar o evento, tendo uma entrada super bem organizada e até rápida, me permitindo entrar para ver a primeira banda, que já estava em palco e isso era por volta de 15:40, vendo que o mesmo teve um leve atraso.

Scream Weaver estava tocando e executando bem o seu setlist, com um Rock/Metal bem feito, a banda da cidade foi a responsável para começar o evento e eles o fizeram até bem demais, pra uma banda local, no qual teve essa responsabilidade. Uma coisa que eu já tirei dali, o som do local estava incrível, era notável que entender a banda em palco seria muito fácil, no decorrer do evento, pois o som estava impecável.

Depois do Scream Weaver, mais uma banda de Nova Friburgo subiria ao palco e estamos falando do Fire in the Park, que é composta por garotos novos, como eles tem poucas músicas autorais, eles focaram o show em covers bem massificados para ganhar o público, o que eu não acho “tão errado”, já que as músicas autorais da banda trabalham no caminho de um bom Rock N´Roll, com bastante peso e muito Groove, eles tocam muito bem e tiveram a chance de atingir um bom público no Palco 1 do Friburgo Rock Fest, foi literalmente um “fogo no parquinho” o show deles foi bom, o guitarrista foi pro meio da galera, se divertiu bastante, a banda também pareceu ter tido um bom momento naquele sábado, o que conta muito, pois eles sabem o que querem.

Bem, depois disso subiria em palco aquela que seria a penúltima banda do dia, sendo ela oriunda de Cordeiro/Cantagalo, o Foliões Overdrive subiu ao palco com o seu Hardcore/Punk de letras bem conscientes, acenderam o público de uma forma única, o show deles foi incrível, os vocalistas Renan Stael Igor Campos dividem de forma incrível as suas funções, em momentos variados da apresentação, o baixista André Ismerim toca demais, ele não deixa as suas quatro cordas paradas, “comendo” buraco que as dobras das guitarras de Felipe Mello e Fred Deberg poderiam deixar em alguns momentos de suas composições e a bateria de Guma é precisa e forte. Essa é uma banda que, muitos poderiam ouvir em diversas rádios Rockers pelo país, uma banda incrível e que me surpreendeu muito positivamente, um show ótimo e que eu quero rever o quanto antes, espero que a banda consiga “descer” da Serra e invadir a Cidade o quanto antes, já que o som do Foliões Overdrive é cativante, bem tocado e com muita energia, fiquei muito feliz em conhecer essa banda.


Depois desse showzaço, o público se viraria, pela primeira vez, para o Palco 1 do evento e teremos o Noturnall em palco, que vamos combinar, a banda tem um time monstruoso, com Thiago Bianchi no vocal, Leo Mancini na guitarrra, Xacol no baixo e o baterista Henrique Pucci, eles tem uma carreira bem estabilizada no cenário, mas eu serei sincero, nunca me convenceu, até o sábado passado. Senhores, o Noturnall fez um show simplesmente matador, a banda, o som estavam simplesmente impecáveis. Thiago Bianchi melhora cada vez mais como frontman e aí tem um momento engraçado, já que estava vendo o show e o desafiei em vir para o público, em comunicação rápida, ele aceitou o desafio e em um momento o simpático vocalista me chama e o velho, para o meio do público, em meus ombros e o devolvo ao palco, olha a postagem do vocalista abaixo:

Passando esse momento de descontração, que tinha que ser colocado, o set do Noturnall foi focado em seus lançamentos, mas pessoal, no sábado eu vi uma banda com um fogo no qual tem um bom tempo não via em palco, com energia acima do normal, a precisão necessária em suas composições e muita entrega, que show, daqueles que te fazem revisitar a discografia da banda depois, espero ver mais shows assim do Noturnall e tenho que falar uma coisa para vocês, o show do Noturnall foi um dos shows que fez valer a pena o público ter garantido o ingresso e um dos melhores da noite.

Para fechar o Palco 2, os cariocas Death Metal do Forceps subiram no palco para mostrar que o Metal Extremo Carioca está vivo e muito bem representado e, meus amigos, os caras destruíram em palco. O time formado por Doug Murdoch no vocal, Bruno Tavares nas guitarras, João Wilson no baixo e a bateria do Emmanuel Ivan foi um dos pontos altos do evento que foi todo incrível, mais uma banda que fez o investimento no Friburgo Rock Fest valer a pena. A banda que vem com um som denso e muito pesado, com músicas de toda a sua carreira, o Forceps mostrou algo que pra mim, foi novo, já que em dado momento do show, em uma passagem, o próprio público presente abriu aquele corredor para o “Lado A/Lado B”, mais conhecido como Wall Of Death, automaticamente, a banda não precisou pedir para tal, a sincronia banda/público era tão grande, parece que ao olhar para o vocalista Doug, o pessoal sabia o que ele queria, um show incrível para encerrar o Palco 2.

Como todo evento dessa magnitude, uma banda sempre é sacrificada, pois não foi diferente aqui e a Clash Bulldogs eu dei uma sacrificada, mas ainda passei pelo show da banda, que também é de Nova Friburgo e que tem um bom material lançado, as vezes no qual eu vi a banda, percebi um time muito entrosado, uma banda tocando um som voltado pro Hard n´Heavy, bem classudo até. A banda formada por Marcelo Braune (vocal), Mauricio Tarrago (bateria), Alex Scarpa (guitarra) Bruno Eller (baixo) estava super bem tocada, competente demais e mantendo a galera aquecida, porque dai pra frente, somente pedrada viria.

Logo depois da Clash Bulldogs quem subiria ao Friburgo Rock Fest seriam os grandes do Torture Squad e também vi pouca coisa do show deles, mas valeu demais a pena ver como eles estão bem em palco e destilando e detonando o seu Death Metal em palco. A simpatia da Mayara Puertas (vocal) é sempre um ponto a se colocar, ela é uma frontwoman maravilhosa e o time que se completa com Castor (baixo), Renê Simionato (guitarra) Amilcar Christófaro (bateria) entregaram um show, de novo, acima da média, Death/Thrash Metal de qualidade única e com uma carreira já, fico muito feliz em saber que o pessoal de Nova Friburgo tenha tido essa experiência em sua cidade.

Jeff Scott Soto, o lendário vocalista do Hard Rock Mundial, no qual brinca com a sua voz sobe ao palco e fez um show, completamente diferente e inesperado, já que o vocalista fez um setlist super divertido, festivo demais e com músicas no qual não imaginaria ouvir ele tocando, por exemplo, Macho Man, clássico da disco setentista e outras músicas, que fizeram vários rockers dançarem horrores, eu vou citar a trinca maravilhosa, com I Am a Viking I´ll See the Light Tonight, do Yngwie MalmsteenStand Up and Shout, clássico som do filme Rock Star, no qual o vocalista e sua banda executaram com maestria.

Sinistra veio logo depois, mas eu serei sincero para com vocês, desde quando eu vi o time, que é incrível, uma banda que conta com Nando Fernandes (vocal), Edu Ardanuy (guitarra), Luis Mariutti (baixo) Rafael Rosa (bateria), particularmente, eu esperava mais, sendo que o som no qual eles tocam não me agradou muito, mas ao vivo, a banda entrega um belíssimo show, com músicas do seu disco de estréia sendo executadas e com um peso descomunal, para muitos foi o melhor show da noite, eu não curto muito a música da banda, mas não posso falar que foi ruim, a entrega em palco da banda é gigante.

E pra fechar a noite, o Angra entrou em palco, com a sua tour comemorativa de 30 anos de carreira veio com o setlist no qual estão entregando em seus shows, mas, como sempre podemos esperar de um show do Angra, foi incrível, Fabio Lione (vocal), Rafael Bittencourt e Marcelo Barbosa (guitarras), Felipe Andreoli (baixo) Bruno Valverde (bateria) fizeram um show de sonhos para os fãs, eles com certeza tiraram o melhor som daquele equipamento, com tudo alto e claro, o mago Lione cantando um absurdo, as guitarras estavam perfeitas, o baixo do Andreoli com um timbre maravilhoso, Valverde tá mostrando porquê vem sido citado como um dos grandes bateristas do Brasil atualmente, fez um show que foi acima do normal. Eles tocaram diversas canções de várias épocas da banda, mas eu tenho que destacar aquelas que mais me tocaram e elas foram Nothing To Say, que foi uma pedrada para todos ali, perfeita e a maravilhosa Late Redemption, faixa do Temple Of Shadows, que em estúdio, teve a participação de ninguém mais, ninguém menos que Milton Nascimento e essas partes, foram cantadas por Rafael Bittencourt de forma magistral, eu não vou negar, mas nessa eu não aguentei e as lágrimas vieram fortes, um momento maravilhoso. Mas todas as músicas que eles vem tocando foram ótimas. Angels Cry, Bleeding Hearts, Ego Painted Grey, Carry On, Nova Era e outras em seu set foram todas muito bem executadas e o show foi simplesmente mágico, mostrando o porquê o Angra é o Angra, sem mais.

A terceira edição do Friburgo Rock Fest foi ótimo, mas preciso colocar algumas considerações, o Food Park foi bem pequeno e faltou local para descanso, bem como opções de alimentação. A maior parte do público presente, deveria ser 35+ (coloquemos assim) e um local para descanso se faz necessário, pois foi um evento de longa duração e é beeeeem complicado ficar em pé tanto tempo assim e uma coisa no qual tem que ser posto é o valor dos produtos, a cerveja, em lata normal a um valor bem alto, coisa essa que assustou a muitos no local, então acho que, para um próximo fest, seria interessante reverem essa tabela de preços, tirando isso, temos um evento que poderá perdurar por um bom tempo e eu fico feliz de ter participado dele e poder ter trazido para vocês esse texto, sempre agradecendo ao pessoal da produção do evento, que confiou em nosso trabalho e nos permitiu trazer essa cobertura pra vocês.