Job For a Cowboy anuncia disco novo

Depois de quase 9 anos de silêncio, desde o lançamento de seu último disco, Sun Eater, em 2014, os gigantes do Deathcore, Job For a Cowboy anunciou ontem, no dia 25 de Outubro que o seu novo disco, Moon Healer, será lançado, via Metal Blade Records, no dia 23 de Fevereiro de 2024 e já temos um single lançado e ele se chama The Forever Rot.

Para fazer a pré-compra do disco: https://www.metalblade.com/jobforacowboy/

Veja abaixo The Forever Rot:

A icônica banda de death metal experimental Job For A Cowboy tinha alguns assuntos inacabados há muito esperados. Depois de quase nove longos anos de silêncio, eles acordaram de seu sono, forjando Moon Healer, a continuação de seu álbum anterior, Sun Eater.

Mas por que a espera prolongada? “Tive que dar um passo atrás na banda pela família. Foi o catalisador que acabou criando uma bifurcação no caminho para todos nós. Todos nós seguimos caminhos separados”, explica o vocalista e cofundador da banda Jonny Davy. “A paternidade, projetos musicais adicionais, títulos acadêmicos e carreiras fora da banda tiveram prioridade e foco na vida”, então a banda concordou com um hiato prolongado, mas com a porta aberta para um retorno. “Tudo planejado para colaborarmos juntos em um novo projeto, era hora de cruzar o limiar para algo novo”, afirma Davy.

Originalmente baseado no Arizona, o tão aguardado álbum da banda, Moon Healer, é uma ilustração vívida do que acontece quando criatividade, agressão e volatilidade se misturam pela primeira vez em anos. Assim como Sun Eater, Moon Healer é musicalmente multifacetado, descaradamente brutal e convincentemente conceitual. O primeiro single, “The Agony Seeping Storm”, é um híbrido matematicamente alucinante de death metal contundente, especializado em riffs não convencionais que ecoam a semelhança de experimentalistas lendários como Cynic, Atheist e Gorguts. Uma formação recém-atualizada e reinspirada – Davy, os guitarristas Tony Sannicandro e Al Glassman, o baixista Nick Schendzielos e o baterista (desde 2020) Navene Koperweis – todos retomam perfeitamente o manto de onde seu álbum anterior, Sun Eater, parou. “The Agony Seeping Storm” significa inequivocamente o retorno triunfante de Job For a Cowboy. “The Forever Rot” contrasta fortemente, mergulhando em uma melodia de guitarra solitária e assustadora, evoluindo então para reflexos cintilantes de Obituary, Coroner, Voivod e até mesmo sugestões de Neurosis. Em outras palavras, esqueça suas percepções preconcebidas sobre o que era essa banda. Isso transforma tropos vocais, formas de acordes e melodias em laços de arame farpado.

“A evolução do nosso som se tornou uma grande parte da banda”, diz Davy. “À medida que amadurecemos como músicos, nossos gostos e interesses se expandem naturalmente. Com a idade, vêm mais experiências e ideias que não teríamos considerado em nossos primeiros anos.”

Comparado aos lançamentos anteriores, Moon Healer é tão esmagador quanto Job For a Cowboy jamais foi. Mas é mais consistente e conceitual – composto com o máximo entusiasmo e confiança.

“Como a maioria das bandas, em um ponto ou outro, se viu na situação de ter que cumprir prazos rígidos, este não foi o caso do Moon Healer”, diz Davy. “Começamos a lançar as bases para este álbum em 2018. Estando tão ocupados quanto estávamos na vida, conseguimos nos desfazer lentamente. Esse ritmo lento nos deu significativamente mais tempo para analisar e dissecar o que estávamos fazendo, o que por sua vez ajudou a fazer um álbum melhor.”

Ao discutir a gênese lírica de canções como “Beyond the Chemical Doorway”, “Grinding Wheels of Ophanim” e “Into the Crystalline Crypts”, a escrita de Davy adquire um som enigmático e elíptico, parte Philip K. Dick, parte Timothy Leary. “Eu imagino isso como um álbum de death metal nascido dos confins místicos do laboratório de um alquimista. A música atua como poções potentes, induzindo viagens alucinógenas que desvendam os segredos do universo.“

Bem quando parece que Davy está sofrendo de alguma viagem psicodélica particularmente forte que deu errado, o vocalista explica que o álbum inteiro é a segunda parte de um conceito sombrio e surreal que começou com Sun Eater de 2014 (daí aquele “negócio inacabado” do banda necessária para completar). “Sun Eater foi um arranjo de melodias inspirado em um amigo próximo da banda que perdeu contato com a realidade devido ao uso excessivo de drogas pesadas”, diz Davy. “Essa pessoa tinha predisposição ou já apresentava sintomas de transtorno bipolar e/ou esquizofrenia. Eles acreditavam que as drogas lhes proporcionavam epifanias reveladoras. Eles acreditavam que as drogas lhes permitiam atravessar para uma realidade mais próxima de Deus. Da mesma forma, eles não tinham a autoconsciência de que estavam afundando ainda mais em sua própria doença mental. As músicas refletiam os pensamentos, ideias e situações que essa pessoa encontrou.”

Moon Healer oferece a nova perspectiva de Job For a Cowboy sobre o protagonista de Sun Eater. Em vez de cair na loucura, o personagem alcança a transcendência através da indulgência química.

“Os conceitos do álbum seguem alguém tentando explorar uma existência humana diferente”, explica Davy. “Eles se consideravam pseudo-alquimistas. Eles eram obcecados por métodos esotéricos para acessar estados alterados de consciência através de vários caminhos, incluindo um foco na glândula pineal, que se acredita que uma pequena glândula endócrina localizada no centro do cérebro desempenha potencialmente um papel nas experiências enteogênicas. Eles cozinhavam consumíveis que alteravam a mente. Mas ao contrário do que outros viam à medida que caíam na ilusão, eles acreditavam que estavam abrindo o portal para alguma forma de iluminação profunda.“

Davy cria imagens vívidas, surpreendentes e sobrenaturais que lembram Edgar Allan Poe, H.P. Lovecraft e Aleister Crowley através de uma combinação de composição estudada e escrita de fluxo de consciência.

“Leve-me ao conceito divino que não é compreendido pelo olho humano / O lugar onde apenas uma imagem transcendente residirá / As paredes respiram suavemente com vida enquanto meu coração estremece de miséria / Células por toda a minha carne vibram contra uma periferia visual em evolução, Davy grita sobre um vórtice de guitarras estridentes e um trabalho de baixo alucinante com “Into the Crystalline Crypts”. Em “The Agony Seeping Storm”, ele imediatamente faz referência à Tábua de Esmeralda, o antigo texto atribuído a Hermes Trismegisto: “Assim como acima, assim abaixo / Como dentro, assim fora / Como o universo, assim a alma / Encontro-me contagiantemente esperando por um vislumbre do sol sombrio. Referências posteriores incluem as filosofias de Carl Jung sobre a morte do ego e sua relação com o uso de drogas.

E em “Beyond the Chemical Doorway”, Davy explora o gnosticismo (um ensinamento oculto baseado na Gnose, um estado de transcendência alcançado através de meios intuitivos e não convencionais) por meio da arte de Hieronymus Bosch. “Os horrores dos reinos gnósticos inferiores foram fechados e nunca serão abertos / Um revestimento cristalizado obscurece os infernos desvendados do meu olho ocultista, para serem congelados para sempre / Mas esta membrana descalcifica, expõe o órgão das almas Ela confere uma gravidade imensa, tecendo buracos negros subatômicos / apodreço em repetição, uma eterna decomposição.”

Explicando seu jogo de palavras mórbido, Davy credita seus esforços para explorar a capacidade do cérebro de destruir inibições e produzir visões horríveis. “Quando sob a influência dessas drogas, esse indivíduo alegou encontrar entidades e se encontrar em mundos indescritíveis que desafiam a compreensão racional. Muitos que passam por tais experiências traçam paralelos intrigantes entre diversas facetas da filosofia gnóstica, representações bíblicas de anjos e os estágios do Bardo delineados no Livro Tibetano dos Mortos.”

Job For a Cowboy mergulhou profundamente na música de Moon Healer, assim como Davy fez nos vocais e nas letras. A banda viajou para Sanford, Flórida, para gravar com o produtor Jason Suecof (Death Angel, The Black Dahlia Murder, Deicide) em seu Audiohammer Studios. Já tendo colaborado em três discos anteriores com Job For A Cowboy, a banda desenvolveu um forte relacionamento com Suecof, estabelecendo um nível de confiança e familiaridade.

“Jason Suecof tem um ouvido sobrenatural na capacidade de encontrar o potencial oculto na música”, diz Davys sobre o tempo que passou no estúdio. “Passamos pelo mesmo ritual com Jason por uma série de razões. Mas o mais óbvio é que ele é um compositor, guitarrista e até vocalista magistral. Ele tem um ouvido para ideias que poucos aparentemente têm. Ele entende totalmente de onde viemos como banda.”

Moon Healer é o primeiro álbum do Job For a Cowboy com a participação do baterista Koperweis (ex-Animosity). Davy trabalhou anteriormente com Koperweis no projeto paralelo de death metal progressivo Fleshwrought, que lançou o álbum Metal Blade Dementia/Dyslexia em 2010. Koperweis também trabalhou como baterista de sessão para Machine Head e Whitechapel e atualmente está na banda Entheos, cujo terceiro full -length foi lançado pela Metal Blade em março de 2023.

“Navene e eu compartilhamos um vínculo que remonta ao final da minha adolescência, quando nos tornamos companheiros na cena do metal”, diz Davy. “Alguns dos primeiros shows e turnês do Job For a Cowboy foram com o Animosity. Portanto, entrar em contato com Navene para desempenhar um papel importante neste projeto foi algo óbvio.”

Embora Job For a Cowboy tenha trabalhado incansavelmente em seu novo lote de músicas complexas e multifacetadas, gravar Moon Healer foi, em última análise, um trabalho de amor que lembrou a Davy por que ele queria estar em uma banda em primeiro lugar.

“Há muita espontaneidade e experimentação divertida quando trabalhamos com Jason Suefcof”, diz Davy. “É uma energia nostálgica que nos traz de volta aos dias em que vocês eram adolescentes escrevendo riffs em garagens.”

Com Moon Healer, Job For a Cowboy teceu as qualidades temáticas de Sun Eater e as usou como uma plataforma para se lançar mais profundamente no espaço interno e externo, usando situações fictícias para ponderar as possibilidades de existência fora da forma baseada em carbono. Para fãs de death metal experimental, progressivo e extremo, Moon Healer é uma jornada de metal satisfatória e transformadora, diferente de qualquer outra. E para quem quiser se aprofundar um pouco mais, é uma epifania sonora, com ou sem substâncias psicoativas.