Uma nova definição para o termo sinergia.

Após deixar a banda Vixen e ter lançado dois trabalhos solos, o seu disco homônimo em 2017 e “Your Place in the Sun” ano passado, é possível dizer que nesse difícil ano de 2020, a cantora Janet Gardner encontrou sua verdadeira sinergia.

Mas acho melhor começar explicando melhor o significado da palavra ‘sinergia’. Sinergia significa cooperação, e é um termo de origem grega (synergía). Sinergia é um trabalho ou esforço para realizar uma determinada tarefa muito complexa, e poder atingir seu êxito no final. Sinergia é o momento em que o todo é maior que a soma das partes.

Agora que já conhecemos e compreendemos o título do álbum, só falta relacionar a palavra ao trabalho em si e nesse caso, sinergia, ou em inglês, “Sinergy”, simplesmente pode ser definida como sendo a dupla Gardner e James, ou melhor, Justin James (que trabalhou com membros de Staind, Collective Soul e Tyketto), produtor, guitarrista e marido de Janet.

Justin teve uma participação importante nos trabalhos anteriores de Janet, mas dessa vez a coesão da dupla foi muito mais afinada e claro que isso refletiu diretamente no resultado final de “Sinergy”, que é um álbum basicamente de hard rock, mas muito moderno e com elementos distintos que agregaram uma energia muito peculiar ao disco.

Wounded“ já abre o álbum com um rife daqueles que chamam a atenção, cheio de ganchos, proporcionando um ritmo vibrante na melodia. Os coros na segunda camada do pré-refrão ficaram muito bons e Janet esbanja categoria, que só é igualada pelo excelente solo de guitarra. Em suma, é um cartão de visitas dos mais promissores. “You Can Kiss This” possui uma vibe mais rasgada onde o instrumental se faz presente com muita personalidade. A ótima melodia e mais uma vez um rife destacado roubam a atenção.

Rise Up” coloca a bateria para trabalhar em um andamento cheio de groove com guitarra e vocais melódicos dando uma nova faceta ao trabalho e já o tornando eclético. A ótima “Running to Her” me fez relembrar das primeiras vezes que ouvi Janet cantar no distante ano de 1989 e de comentar varias vezes a amigos meus o quanto eu achava o timbre de voz dela semelhante ao da magnífica Ann Wilson do Heart.

Lonely We Fight”, que é uma das faixas que possui clipe, tem uma mensagem atual e positiva sobre esses tempos complicados que todos nós estamos vivendo. O ritmo me levou ao meio dos anos 90 com uma intensidade perfeita para ‘vender’ o recado. O refrão é irresistível, você vai ouvir e sair acompanhando, eu garanto. “Say You Will” mantém o bom nível do álbum e principalmente dá aquela ‘quebrada’ que às vezes é muito bem vinda durante a audição de um álbum.

Já em “I Promise” o som da guitarra pega pra sí o protagonismo em uma canção que tem boas pitadas de pop, mas inseridas na medida certa e com bom gosto. É outra ótima música com um trabalho nos arranjos dignos de nota. “On A Wire” tem andamentos em tom progressivos que são ditados pelas frases de Janet, que mais uma vez mostra que está em grande forma.

Gone” é outra faixa que oferece aquelas características distintas ao hard tradicional que já citei anteriormente e enriquecem esse álbum. E dessa vez um bluesy inserido na melodia que dá uma atmosfera toda especial a canção. A sombria “Flying on Faith” se destaca principalmente por sua letra, mas o ‘algo mais’ na relação entre cordas e teclado proporciona um felling que coloca essa faixa a um passo do AOR. Fechando o disco temos “Talk To Myself” que coloca o clima festivo em alta mais uma vez um com um ritmo constante e vibrante.

Poucas vezes a escolha de um título para um disco foi tão acertada como no caso de “Synergy”, pois a dupla Gardner e James com esse álbum escreveu mais um parágrafo na definição da palavra sinergia. Confira.

Nota: 4/5

Tracklist:

  1. Wounded
  2. You Can Kiss This
  3. Rise Up
  4. Running To Her
  5. Lonely We Fight
  6. Say You Will
  7. I Promise
  8. On A Wire
  9. Gone
  10. Flying On Faith
  11. Talk To Myself

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