“Elegância entre o power e o prog”

Outro nome conhecido pelos bangers mais antigos está novamente na ativa depois de um longo tempo e com um álbum novinho saindo do forno via o selo No Remorse Records. Estou me referindo aos norte americanos do Hittman, que desde o álbum “Vivas Machina” em 1993, não lançavam um full length e o retorno não poderia ser mais animador.

A banda se separou em 1994 e se reuniram somente em 2017 para alguns shows ao vivo em festivais, mas a expectativa mesmo era por um trabalho completo, pois a espinha dorsal do conjunto é a mesma dos primeiros registros com os guitarristas Jim Bacchi e John Inglima, além do ótimo cantor Dirk Kennedy.

Para quem não conhece o Hittman, a banda consegue navegar com autonomia entre os mares do Power e o Prog Metal com uma elegância que poucos possuem.

Depois de uma intro cheia de efeitos futuristas, a faixa título “Destroy all Humans” ganha uma personalidade progressiva e o vocal de Dirk Kennedy se sobressai ao instrumental bem no estilo que muitas bandas anos 90 costumavam usar. “Breathe” traz elementos das melhores fases do Queensryche e do Fates Warning, pois é carregada de emoção na interpretação vocal e a parte harmônica mantém um cadencia firme e pesada.

O baixo comanda a música “The Ledge”, que poderia fazer parte do álbum “Empire” tranquilamente, principalmente por que Dirk tem um modo de cantar muito semelhante ao grande Geoff Tate. A faixa tem uma ponte e um refrão muito melódicos e as guitarras de  Bacchi e Inglima, ora alternadas, ora gêmeas são a cereja do bolo. “Code of Honor” é uma canção mais antiga do Hittman, escrita originalmente antes de seu álbum de estreia e por isso tem um felling de anos 80 em sua melodia.

As faixas seguintes, “Total Amnesia” e “1000 Souls”, possuem rifes rápidos e andamentos acelerados, que resgatam o espírito power das primeiras demos do grupo. O trabalho nos arranjos privilegia principalmente a melodia, com vocais em camadas e muitos detalhes nos encaixes entre as transições. São duas ótimas músicas. 

Out In The Cold” é outra composição mais antiga do Hittman, onde aquela atmosfera de anos 80 volta a rondar o ambiente. Refrão coeso, ritmo ditado pela base baixo/bateria e as guitarras proporcionando efeitos harmoniosos, como se servissem de moldura para um belo quadro. 

Se já tínhamos citado o “Empire” agora é hora de se lembrar de outro grande clássico do Queensryche. A música “Love,‘The Assassin’” começa no melhor estilo “Suite Sister Mary”, com sirenes, sons de helicópteros e um instrumental muito caprichado que explode pelas caixas acústicas. Tudo funciona muito bem, desde os ganchos nos rifes, a melodia progressiva, a ponte antes do refrão, os solos dobrados. Meu, que baita música.

O único defeito desse trabalho é que ele só tem oito faixas e que eles não demorem tanto tempo para colocar outro disco nas prateleiras das lojas de discos. Por falar nisso, “Destroy all Humans” acabou de ser lançado no último dia 25 de setembro, portanto não tem desculpas para você não correr atrás desse excelente álbum. Descubra também como bandas como o Hittman ainda tem muito a ensinar a nova geração.

Nota: 4/5

Tracklist:

  1. Destroy All Humans
  2. Breathe
  3. The Ledge
  4. Code of Honour
  5. Total Amnesia
  6. 1000 Souls
  7. Out in the Cold
  8. Love, The Assassin

HITTMAN:

Dirk Kennedy – Vocals

Jim Bacchi – Guitar

John Inglima – Guitar

Greg Bier – Bass

Joe Fugazi – Drums

Fique ligado:

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