Na busca por sua antiga glória.
O álbum “Dark Revolution” é o décimo disco da carreira do Tokyo Blade e mostra que essa icônica banda pode ainda fazer muitas coisas significativas dentro do universo da música pesada. Embora a banda ter sido criada com os nutrientes da NWOBHM, hoje em dia o som do Tokyo Blade está enraizado no heavy mais tradicional, e apesar da produção moderna, existe uma aura de anos 80 por aqui e por ali.
“Dark Revolution” é um disco agressivo, rápido e contundente, que mostra uma nítida preocupação da banda em não parecer datada ou ultrapassada. Claro que a responsabilidade que os primeiros álbuns do Tokyo Blade colocam nos ombros dos músicos é algo a se considerar, pois “Tokyo Blade” (1983) e “Night of the Blade” (1984) são dois grandes clássicos do metal britânico dos anos oitenta. Dessa forma a cada lançamento cobranças e comparações são frequentes, ainda mais se levarmos em consideração que a banda tentou mudar seu estilo na segunda metade da década de 80 e as coisas não funcionaram nada bem.
Para esse novo trabalho, o Tokyo Blade apresenta suas armas, como as guitarras gêmeas de John Wiggins e Andy Boulton em grande forma, proporcionando rifes pesados e incisivos. A cozinha composta pelos músicos Andy Wrighton no baixo e Steve Pierce na bateria, constroem uma base bem sólida e completando o time temos o ótimo vocalista Alan Marsh, que mais uma vez faz um excelente trabalho ao longo do álbum.
Entre as músicas que me chamaram mais a atenção estão “Story of a Nobody” com seu rife constantemente alto e poderoso, a faixa titulo, que é envolvida por uma massa sonora densa e muito pesada e “Crack in the Glass“, que começa com harmonias de guitarra galopantes e possui um bom refrão.
“Dark Revolution” foi bem produzido, tem algumas faixas legais e o trabalho dos músicos no geral foi muito bom, mas algumas músicas são muito parecidas entre si. Isso não é um problema propriamente dito, pois são faixas com qualidade, mas algumas variações seriam bem aceitas e enriqueceriam o produto final. Mas o importante mesmo é a banda continuar na ativa e buscando resgatar seu lugar dentro do espaço metálico.
O Tokyo Blade é mais um nome importante dos anos 80 que lança um novo trabalho nesse conturbado ano de 2020, que na falta dos eventos presenciais, pelo menos a música em sua forma bruta está ao nosso alcance, em quantidade e qualidade, principalmente.
Nota: 3/5
Tracklist:
1.Story Of A Nobody
2.Burning Rain
3.Dark Revolution
4.The Fastest Gun In Town
5.Truth Is A Hunter
6.Crack In The Glass
7.Perfect Enemy
8.See You Down In Hell
9.The Lights Of Soho
10.Not Lay Down And Die
11.Voices Of The Damned
Tokyo Blade:
Alan Marsh – Vocals
John Wiggins – Guitar
Andy Boulton – Guitar
Andy Wrighton – Bass
Steve Pierce – Drums