Um domingo completamente surreal no Rio de Janeiro, que uniu uma pauta super importante — a da saúde mental — com shows de qualidade ilibada, gigante, foi o evento que tivemos a chance de presenciar e cobrir ontem. Contou com a palestra da Dra. Adriana Vinagre e teve apresentações da NoSunnyDayz, Lowd e os gigantes do Black Pantera. Uma noite “sensação, sensacional” (parafraseando o baixista Chaene da Gama).
Antes de entrarmos nas apresentações, tenho que pontuar: ter dois tradutores de Libras para aumentar o acesso de surdos ao evento foi um acerto gigantesco. Essa galera conseguiu se sentir incluída, e essa ação foi muito legal. Espero que consigamos ver cada vez mais eventos assim — inclusivos.
Tivemos também a palestra da Dra. Adriana Vinagre. Não a vi pessoalmente, mas todos comentaram comigo como ela foi importante para muitos ali presentes, reforçando a necessidade de abordarmos esses temas, que vêm ganhando destaque em qualquer conversa na era das redes sociais, FOMO (Fear Of Missing Out) e afins. Pontapé dado, vamos aos shows.
Logo após a palestra, foi a hora do NoSunnyDayz subir ao palco para mostrar seu potente som e provar, mais uma vez, por que têm sido mencionados como uma das melhores bandas do Rio de Janeiro atualmente — e ontem não foi diferente. A banda, formada por Nina Pontes (vocal), Hugo Rosas (guitarra), Rodrigo Andrade (baixo) e Raul Fontenelle (bateria), está ainda mais entrosada e, com certeza, ainda mais pesada. Com uma movimentação de palco incrível, entregaram tudo e mais um pouco de suas canções, em um mix de faixas novas e do seu primeiro disco, The Gray, The Black and What We Expect — foi simplesmente incrível.
O novo single, “O Bicho”, ficou um arraso no palco. A banda se entrega completamente, e ontem não foi diferente. Perfeito. O baterista Raul está tocando ainda mais pesado, a banda está redonda, Hugo e Rodrigo fazem as cordas parecerem fáceis em diversos momentos, e Nina está cantando ainda mais — sua voz está afiadíssima. Para finalizar o show, o guitarrista Raphael Matheus (vocal da Lowd) subiu ao palco para tocar The Jar, finalizando com o restante da Lowd invadindo o palco para uma grande festa na canção. Belíssima apresentação.
Logo depois desse showzaço, os donos do rolê, o Lowd, subiram ao palco com a formação super estruturada: Raphael Matheus (guitarra e vocal) e os irmãos Bruno Cabral (baixo) e Victor Cabral (bateria). Mostraram suas composições com força e segurança, entregando uma apresentação incrível. Com músicas muito calcadas em clássicos, mas cheias de personalidade, a Lowd mais uma vez mostrou que sabe do “riscado”, entregando peso e agressividade — sempre em sintonia com o tema principal do evento.
Hugo Rosas, guitarrista da NoSunnyDayz, participou do show tocando com eles a faixa What You Deserve. Grande apresentação da banda.
Agora vamos, meio que, chover no molhado: o grande nome da noite subiria ao palco, e não tem como — o Black Pantera é a melhor banda de Rock/Metal nacional na atualidade. Com letras altamente necessárias para o infeliz momento que vivemos no país, um show violento e empolgante, e a humildade dos membros, tudo isso somado faz do Black Pantera a melhor banda ativa do nosso cenário.
Não, não estou diminuindo qualquer outro nome — apenas afirmando algo que está cada vez mais evidente: ver o Black Pantera no palco é catártico, incrível, emocionante. É tudo um pouco.
Charles da Gama (guitarra e vocal), Chaene da Gama (baixo e vocal) e Rodrigo “Pancho” (bateria) retornaram ao Rio de Janeiro e, desta vez, tocaram para um Agyto bem cheio. A banda, que lançou recentemente o single Unfuck This — forte e cheio de energia — executou também a maravilhosa Seleção Natural.
Além dessas, amigos, clássicos como Fogo Nos Racistas colocaram toda a casa pra baixo e fizeram todos pularem. A abertura com Provérbios já colocou o show pra começar com tudo. A lindíssima Tradução, em homenagem à Dona Guiomar (mãe dos irmãos Da Gama), emocionou e arrancou lágrimas até deste que vos fala. Teve também a clássica “roda das minas”, com Sem Anistia.
Como sempre, o Black Pantera entrega uma apresentação que é um rolo compressor. Que encerramento de evento. Que noite!
Só me resta agradecer à R33xistência Produções e à Tomarock Produções por nos permitir entregar este texto de um evento simplesmente incrível.
TODAS AS FOTOS POR IAN DIAS – @DIASPHOTOGRAPH
