Oi, tudo bem? Chegamos ao final do festival, mais um texto pela nossa maravilhosa colaboradora Cammy Marino, agora sobre o último dia de Bangers Open Air, um dos maiores festivais de Metal da América Latina, que se realiza anualmente no Memorial da América Latina, em São Paulo, hora de finalizar a jornada do Metal, que, já tem ingresso para 2026 à venda, saibam mais sobre aqui.

BLACK PANTERA – SUN STAGE

Charles da Gama por Arthur Waisman

Resolvi começar o dia de maneira diferente e da melhor maneira possível, prestigiando esses meninos que estão arrasando em todo o território nacional! Até no The Town, os caras vão tocar esse ano! Tem noção? Eu mesma posso dizer que já posso pedir música no fantástico porque já toquei três vezes com eles!

Mas bora lá, o que esperar do show desses caras? Energia! E foi o que teve de sobra, passando por todos os discos, apesar do tempo curtíssimo, eu digo até encurtado, uma vez que até os caras ficaram surpresos de o show ter acabado.

Destaques para Padrão é o caralho e Seleção Natural, que levanta o público e dá início a lindas e brutais rodas.

Iniciamos o dia bem, entãoo bora para o próximo!

LORD OF THE LOST – HOT STAGE

Lord Of The Lost em palco, foto por Rapha Garcia.

Definitivamente o nome do palco e a temperatura da cidade não foram feitos para a banda. Voltando ao Brasil e aguardado por muitos fãs que estavam a caráter, nitidamente foram prejudicados pelo horário e pela temperatura escaldante do local, mas apesar disso a banda apresentou um ótimo show com várias músicas do álbum “Blood & Glitter, agradando em cheio os fãs do Gothic e Dark Rock.

Mas infelizmente a temperatura começou a pesar novamente, fazendo que os integrantes fossem obrigados a jogar inúmeras vezes água na cabeça ou tocar com toalhas molhadas, para resistir até o final do show e com isso tudo, os efeitos que são utilizados no palco com a banda em si, funcionariam mil vezes melhor a noite e entregariam um show muito mais potente ao público. Fica a dica!

Mesmo assim eles deram tudo de si e fizeram um show muito bom!

DORSAL ATLANTICA – SUN STAGE

Ver essa enciclopédia no metal nacional no palco de um festival desse porte me enche de orgulho, e lógico que fiz questão de estar presente nesse momento histórico!

Carlos Lopes lecionando uma aula de Thrash por Arthur Waisman

O hino Guerrilha abriu o show, seguido por Caçador da Noite, que infelizmente durante a execução da mesma Carlos Lopes teve problemas na guitarra. Mas você acha que o publico se importou? Nem um pouco, ajudando Carlos a cantar a todos os pulmões e continuar essa aula de metal.

No telão passavam várias, fotos, matérias e flyers antigos e lógico que Carlos não podia de homenagear seu recém falecido irmão Claudio Lopes, que foi ovacionado pelo publico presente. Um show, agressivo, cru, afiado, como deve ser! E teve discurso sim, porque senão não é o Dorsal!

45 anos de banda não são 45 dias! O Dorsal foi, é e sempre será um dos grandes nomes do metal nacional!

PARADISE LOST – ICE STAGE

Nick Holmes pela lente de Rogerio Von Kruger.

Também tida como uma das bandas mais esperadas do festival nitidamente visto pelas pessoas que já se aglomeram na frente do palco enquanto a banda anterior ainda terminava o seu set.

O Paradise Lost já começa com uma música do clássico e perfeito Draconian Times, Enchantment, a mesma que começou na turnê do mesmo disco, que passou por aqui em 1995 (e eu estava lá graças a Deus!), trazendo um deja vu a todos que estavam presentes nos dois shows.

Infelizmente mais uma banda que não foi feita para o dia ensolarado, pois nossos amigos doom fritavam a olhos vivos apesar de Nick Holmes continuar plácido na função.

Mas ainda assim seguimos com uma sequência de clássicos sombrios da banda como Faith Divides Us – Death Unites Us Forsaken e a excelente versão de Small Boy, do Bronski Beat.

Um show lindo e melancólico apesar do clima praiano.

KAMELOT – HOT STAGE

E lá vamos nós para o segundo show do Kamelot que acontecia devido ao cancelamento do I Prevail.  O show realmente foi mais bacana que o primeiro, acho que por ter mais músicas que os fãs gostam e a banda também me pareceu mais empolgada e mais uma vez a Melissa foi o destaque do show, vindo ainda mais performática que o primeiro dia. Tivemos também a participação de Adrienne Cowan, que também é maravilhosa, mas Melissa “engoliu” Adrienne.

Para a alegria geral tivemos surpresas como Phantom SacrimonyOpus of the Night (Ghost Requiem e The Human Stain)

Tommy Karevick hasteando a Bandeira Brasileira, clicado por Rogério Von Kruger.

O final teve Tommy Karevik com a bandeira do Brasil e o encerramento com Forever (tendo um pedacinho de We will Rock you do Queen e March of Mephisto, também executadas no sábado, mas em uma ordem diferente.

Definitivamente o destino proporcionou uma experiência única para os fãs do Kamelot.

Kerry King entrega tudo pra lente de Diego Padilha.

KERRY KING – ICE STAGE

Kerry King deu o nome certo ao seu primeiro disco depois que o Slayer terminou e 2019, o From Hell I rise e é bem isso mesmo, Definitivamente Kerry abriu os portões do inferno no Memorial da América Latina!

Violência purinha do início ao fim, bem a moda do nosso King! Além da faixa título, tivemos outros petardos do álbum, mas o destaque com certeza foi para Two Fists, que o povo se acabou junto com a banda.

Falando em banda, Mark Osegueda é um show a parte. Nosso velho conhecido e também vocalista do Death Angel trás brutalidade e técnica andando de mãos dadas, assim como o baterista Paul Bostaph, simplesmente um monstro!

O final definitivamente foi um show a parte. Uma linda homenagem aos falecidos Clive Burr e Paul Di´Anno foi super bem recebida pelo público com a clássica Killers. Porém o melhor estava por vir.

De repente o palco fica todo vermelho e meu coração parou. Me arrepiei dos pés à cabeça:   SIM!    Era Rainning Blood! Agora meu filho, era um ataque nuclear, tiro de bazuca, a definição de mundo se acabando! Para melhorar ainda mais a história temos uma sequência com Black Magic para levar ao chão os soldados que ainda restavam de pé. Avassalador.

BLIND GUARDIAN

Mais uma banda que vinha com a missão de apagar o jogo de mais um cancelamento de bandas as vésperas do festival, mas, como todos sabem, o Blind Guardian é a banda perfeita para isso.

Hansi Kursch domina o público no Bangers, foto por Rapha Garcia

Seria uma chuva de hits para os fãs ardorosos da banda, e com um plus a mais pois no sábado foi aniversario do guitarrista André Oldbrich e, como foi de última hora e a banda em si não te nada novo para apresentar (não que isso seja um problema), só nos restava nos deliciar com músicas como Imaginations from the other side, Into The Storm e por aí vai…

O público ganhou dois presentes:  Mordred e Tanelorn, músicas que não faziam parte do set list desde 2016 e 2017 respectivamente.

O transmissor wireless da guitarra de André apresentou problemas, onde o mesmo fez sinal que estava alto na sua cabeça, o que foi rapidamente resolvido pelo roadie. Lógico que passou despercebido por muitos, já que a banda percebeu e segurou um pouco até o início da próxima música.

Problema resolvido era só caminhar para um final perfeito. Nitidamente todas as pessoas que estava no Memorial da América Latina voltavam sua atenção para a banda… para que músicas como Bright Eyes, The Bard Song e Valhalla ecoassem uníssono pelo local.

Um show emocionante com certeza, pois ainda está para nascer alguém que não goste de Blind Guardian!

W.A.S.P. – ICE STAGE

W.A.S.P em palco, foto por Thiago Henrique

O show do W.A.S.P me causava um pouco de apreensão e emoção, pois ainda tinha o trauma do show de duas músicas que “aconteceu” a uns anos em São Paulo e, quem me conhece, sabe que sempre tive o sonho de vez o WASP ao vivo.

Mas lá estava nosso temperamental Blackie Lawless em plena forma física e vocal, mostrando ao que veio. E contrariando o que ele havia dito em inúmeras entrevistas que não entraria músicas do primeiro álbum, começou logo de cara com I Wanna Be Somebody.

Daí foi uma sequência de clássicos até que temos Aquiles Priester a frente do palco. Ele nos conta que Blackie perguntou a ele se ele queria fazer um solo de bateria ou falar com o seu povo. E ele quis conversar com o público presente para dizer que não deixem de acreditar nos seus sonhos, porque o moleque Aquiles nunca acreditaria que estaria a frente de uma banda como o W.A.S.P um dia! Mas que é um orgulho gigante para o Brasil esse cara, sem dúvidas!!!

Depois de tocadas todas as músicas do primeiro álbum, ainda tivemos espaço para alguns outros clássicos, um final para nenhum fã colocar defeito com a dobradinha Wild Child + Blind in Texas. Melhor do que isso, impossível!

AVANTASIA – HOT STAGE

Para fechar o dia e o festival, nada melhor que o mundo de fantasia do Avantasia, a Metal Opera criada por Tobias Sammet, que conta com a participação de grandes nomes do heavy metal mundial!

A produção por trás do Avantasia é algo digno de Hollywood, pois a mente criativa de Sammet não mede esforços para nos levar pra dentro do mundo magico que é esse metal opera!  E ele consegue sempre, a banda passa por todos os 10 discos de estúdio, ele mescla entre o antigo e o novo com maestria.

Dessa vez houve um aproveitamento de nomes que já estavam na área como Adrienne Cowan e Tommy Karevik (com o Kamelot), Jeff Scott Soto e Eric Martin (que fazem turnê em conjunto no país) e Ronnie Atkins (aqui com o Pretty Maids).

E logico que teve aquele momento com todos os vocalistas no palco em Sign of the Cross / The Seven Angels, tornando ainda mais grandioso um projeto que já nasceu gigante e fez com o que o Edguy ficasse na geladeira.

E com essa magistral apresentação, Bangers Open Air encerra essa edição de 2025 se consolidando como o maior festival de metal da América Latina.

Avantasia em palco, nas lentes de Thiago Henrique

TEXTO POR CAMMY MARINO
TODAS AS FOTOS ABAIXOS SÃO AS OFICIAIS DO EVENTO, FEITAS PELA BELA EQUIPE DO MARCOS HERMES ARTS