No dia 19 de abril, aqui em São Paulo, aconteceu o lançamento do álbum “Highway to Paradise“, da banda brasiliense Amazing, que está sob os cuidados da galera do Som do Darma, que, melhor que ninguém, sabe dar uma festa.

Entre discursos de agradecimento da banda, representada pelo Matheus Janoski, vocalista; Gus D, baterista; Sir Arthur, guitarrista, Elton Tomasi e Susi “Bomb” dos Santos, junto com o lendário Walcir Chalas, dono e fundador da Woodstock Rock Store, falaram sobre a história da banda, o legado que todos temos o dever de passar, e como era importante para uma banda tão nova encontrar abrigo para o seu lançamento numa casa que já abrigou nomes como Ramones, Sepultura, Deep Purple, entre outras. 

Da esq pra dir: Eliton Tomasi (Som do Darma), Walcir Chalas (Woodstock), Gus D, Sir Arthur, Matheus Janoski, Susi “Bomb” dos Santos (Som do Darma). Foto por: Marcos Falcão

É tão significativo ver uma banda nova pisar num palco que já foi passarela para tantos que vieram antes de nós. É incrível ver a história ser escrita e poder contá-la. É tão prazeroso e satisfatório. E o que presenciei foi o bastão sendo passado. Amigos que se conhecem desde pequenos e que têm um sonho em comum, fazendo música e vivendo como seus ídolos. Com forte influência de medalhões como Van Halen e Aerosmith, esses meninos cresceram e querem mostrar ao mundo que também sabem fazer uma boa festa.

As músicas do début te transportam direto pra L.A dos anos 80, onde a Sunset Boulevard acumulava sensualidade e força de vontade pra realizar seus sonhos a qualquer custo. Mas se você pensa que vai ouvir algo datado, engana-se, o disco é moderno, dinâmico, com fortes influência e com a sua personalidade.

Facilitando pra vocês, o Headbangers Brasil ouviu Highway to Paradise com muita atenção e vai descrever certinho que sentiu. E claro, tem o nosso sistema de notas de 0 a 5 estrelas! Qual o critério que a gente usa? Os pelos, meus amigos. Pois os pelos nunca mentem!

AMAZING – HAIGHWAY TO PARADISE – Lançamento 19/04/2024 – Som do Darma

Capa por Rafael B e Rod n’ Rock

HARD ROCK LIFE: Sabe aquela música que você vai usar como trilha sonora numa viagem de carro, numa estrada larga, com o pôr-do-sol no destino? É exatamente para essa função que ela foi feita. Embora tenha uma aura saudosista dos anos 80, o vocal de Nycholas Pontes (vocalista durante todas as gravações) é bastante atual, longe de agudos abelhudos que são tão datados e característicos da época. Refrão forte que gruda na cabeça, solo com uma progressão bacana, que continua como linha complementar no refrão final. NOTA: 4,7.

HIGHWAY TO PARADISE: A intro de bateria me remeteu demais à Paradise City (hino supremo de encerramento de shows do Guns n´Roses, lançado a em 1987, em Appetite for Destruction), mas com o clima de Dr Feelgood (outro classicaço da farofada, do ícone Motley Crue, de 1989), só que com um vocal muito melhor! Empolgante e festeira, com um refrão que lembra muito Cherry Pie (Warrant, pra mim, infelizmente não é “one hit wonder”, álbum homônimo de 1990), mas tem sua personalidade, embora mostre claramente as influências e inspirações musicais da banda. Feita pra animar, e animou. Solo muito bem construído. NOTA: 3,9.

HEART BEAT: A música começa fazendo você acreditar que vai ouvir uma balada linda, então o andamento acelera como um coração emocionado, descrito na letra. Solo de guitarras dobradas com uma base de percussão em contra-tempo. NOTA: 3,8.

CRYING BABY: A balada chegou! Começa parecendo uma declaração ao pé do ouvido. Mas seu andamento começa e ela fica poderosa, como uma “power ballad” de arena dos anos 80. NOTA 4,1.

FORBBIDEN FRUIT: Mais uma música festiva, que fala sobre o “fruto proibido“, tão 80’s… Refrão marcante e arranjos que me lembraram Racer X O solo é gostoso de ouvir. Música pra você e seu par curtirem à exaustão.  NOTA: 4,9.

SEX MACHINE: Começo tenso, um clima misterioso, que termina num rock honesto, que cresce com uma ponte acompanhada de uma guitarra falante (que lembra o efeito que Steve Vai causou em Yankee Rose, do álbum Eat’em and Smile, de David Lee Roth, de 1986). Eu senti falta de um refrão mais explícito, mas não tira a qualidade da música, que mostra um caminho diferente no pré-solo. Muito criativo. NOTA: 3,9.

SOBER UP… WHEN YOU DIE: Totalmente diferente de tudo o que tocou até agora, principalmente se você ouviu o disco na ordem correta. Se antes estávamos vivendo uma ode às festas, às mulheres, às festas com mulheres, aqui Sir Arthur homenageia o álcool e a arte de se manter “out“. Vocal diferente, assumido por ele, com mais peso e até meio thrash. Mantendo a linha dos mestres do Kiss, se tem a música de amor, do romântico, precisa ter a música do monstrinho. Essa é, sem dúvidas a música do monstrinho. Talvez se Ace Frehley fosse o monstrinho. Não gostei tanto do som da bateria, que me soa como eletrônica e/ou pré-gravada, não sei se isso foi uma linguagem proposital usada na música. Não atrapalha, é apenas uma questão de gosto, mesmo. NOTA: 3,5.

TAKE IT OR LEAVE IT: Música com um andamento bem quebrado e muito bem construída. Ótimo refrão. NOTA 3,6.

WINGS: Aquela balada com violão que marcou bandas como Poison e Bon Jovi. Uma declaração linda. Mas sabe o que fez falta? Toda a banda entrar como uma explosão no crescente da música, com as guitarras, bateria, teclados, baixo, coral… Se isso tivesse acontecido, teríamos um hino de arena, daqueles que todos cantam juntos, se emocionam e abraçam desconhecidos. NOTA: 4,8.

NOTA MÉDIA DO ÁLBUM: 4 / 5

E é isso, bangers. Acompanhe a banda Amazing nas redes, porque pelo que pudemos ouvir nessa estreia, vem muita coisa boa por aí.

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