Biografia: Mastodon – Blood Mountain (2006)

Mais uma etapa na jornada para alcançar a caveira de cristal.”

Nota: 4/5.

O ano é 2006. Dando sequência a narrativa dos quatro elementos, Mastodon lança Blood Montain, no jogo conceitual, representa o elemento terra. Neste ponto da história, talvez devamos tratar a banda, não mais como uma pequena pérola do underground, mas agora, como uma estrela cujo brilho começa a a reluzir. Por haverem chamado maior atenção da imprensa especializada, num ano em que bandas como Iron Maiden (A Matter Of Life And Death), Slayer (Christ Illusion) e Sepultura (Dante XXI) lançaram bons discos, o Mastodon conseguiu se colocar muito bem.

Blood Mountain fecha o ciclo da abstração marítima de Leviathan e evoca uma atmosfera completamente diferente ao contar a jornada de “um homem que precisa subir uma montanha e conquistar a caveira de cristal”, metáfora que pode muito bem simbolizar a conquista da sabedoria. Neste disco, muitas mudanças podem ser percebidas em relação ao trabalho anterior. Uma delas diz respeito ao modo de cantar: menos rosnados e mais vocalizações limpas. Porém, tão insanos quanto. Musicalmente parece que o quarteto de Atlanta funciona melhor quando sua criatividade atinge a um grau quase esquizofrênico. The Wolf Is Loose é uma introdução altamente impactante no contexto do álbum. Talvez melhor descrita se comparada como uma música equivalente atualizada de Crusher Destroyer. Referências a uma dimensão atroz são percebidas em Hunters Of The Sky e Hand Of Stone, enquanto na faixa This Mortal Soil a banda faz reflexões sobre formas de vidas extraterrestres superiores. Mas, é em momentos como Bladecatcher que a propensão dos músicos à autoindulgência extrai de si o melhor: uma composição completamente insana e sem paralelos métricos ou estéticos.

Com este álbum viu-se que a banda, começava a se reorientar para os aspectos mais gerais do universo musical e com isso passa a incorporar mais elementos à sua música. De um modo geral pode-se dizer que até o momento, isto não limitou o trabalho da banda. Mas, ainda que alguns sintam-se incomodados pelas referidas adições, este que vos escreve, que nunca se considerou um grande fã da mesma até Crack The Skye, acredita que os caras têm sido coerentes com a sua trajetória e que, este álbum é mais uma etapa na jornada da banda para alcançar a sabedoria musical.

> Texto publicado originalmente no blog Esteriltipo.