Biografia: Mastodon – Lifesblood (EP, 2001)

“Os Primeiros Dias”

Nota: 3/5.

O Mastodon surgiu como banda em meados do ano de 1999 e, de lá para cá traçou uma trajetória digna dos grandes nomes da música. E, detalhe: estão conseguindo se estabelecer num oceano de saturação musical exclusivamente por seus próprios termos. Tudo começou quando Brann Dailor e Bill Kelliher, recém-saídos de sua antiga banda o Lethargy, se encontraram com Brett Hinds e Troy Sanders num show do High On Fire, perceberam que tinham interesses comuns, e o resto, é uma história que se nada impedir, contaremos a partir de agora, disco-a-disco.

Enquanto seu trabalho com a banda Letargia mostrava um pouco do tecnicismo, No Mastodon, progrediram e amadureceram, movendo-se em direção a vocais limpos e a um estilo de composição fora do padrão, incorporando elementos de metal progressivo, Sludge e até traços de rock alternativo. Motivo pelo qual podemos afirmar: trata-se de uma banda sem paralelos. Pelo menos, até que se prove o contrário.

Em 2000, gravam sua primeira demo, batizada pelos fãs como 9 Song Demo. A gravação foi prensada em CD-R, formato muito utilizado pelas bandas brasileiras, e passou de mãos em mãos até ficar conhecida no underground. Este foi o primeiro e único registro da banda com o seu primeiro vocalista da banda, Eric Saner, que acabou deixando o grupo logo após haver gravado aquilo que seria o primeiro álbum completo da banda. A referida gravação foi reeditada e lançada em 2006 como uma compilação chamada Call of the Mastodon.

Antes, graças as suas performances ao vivo, o grupo conseguiu um contrato com a Relapse Records para o lançamento do seu primeiro registro de estúdio, o Lifesblood (EP, 2001). Neste disco, as composições já apresentam elevado grau de complexidade e funcionam muito bem individualmente, mas parecem desconexas na totalidade. Possivelmente em decorrência da imaturidade natural de um grupo em construção, as composições não demonstram unidade no conjunto da obra. Ou melhor, as composições parecem ter sido preenchidas de ideias e de riffs que os caras tinham antes de se juntarem no grupo e o produto final é um reflexo disso. Apesar disto, as músicas são boas e, se você NÃO está preocupado com a experiência de álbum completo, certamente vai amá-lo. Destaque para Battle At Sea, canção em que a banda demonstra todo o potencial que viria a ser descoberto nos álbuns seguintes.

> Texto publicado originalmente no blog Esteriltipo.