ÔÔÔÔÔÔÔ, O PORTNOY VOLTOOOOOOOOOU, Ô PORTNOY VOLTOOOOOOOU!

À noite da sexta-feira 13 no Rio de Janeiro foi a noite que a turnê de 40 anos do Dream Theater desembarcaria na Cidade Maravilhosa e que senhora noite. Um calor descomunal assolou a cidade, mas isso deve ter intensificado a paixão dos fãs pela banda, já que tivemos um Vivo Rio completamente cheio para a noite. Já chegando a casa eu vi o tamanho das filas formadas para entrar e isso realmente foi algo lindo, pois a resposta ao show foi monstruosa e como essa turnê tinha um ponto especial, com o retorno do lendário Mike Portnoy ao seu local de origem, com certeza foi um ponto alto para tamanho atendimento. Dentro da casa, o clima de festa e de alegria predominava, pois todos estávamos prontos para receber felizes o que viria e posso garantir que o visto foi simplesmente sensacional!!

Fila de entrada ao Vivo Rio – Foto por Augusto Hunter

Exatamente às 20:30hrs a banda começa o seu evento, que dentro de 2 horas e 40 minutos de concerto foi simplesmente perfeito, um deleite para todos nós que lá estávamos. A produção do palco estava linda, com um telão passando vídeos, combinando perfeitamente com cada canção em seu show e no teclado do gigante Jordan Rudess também tinha uma tela no qual ora tinha as teclas do músico, mostrando as notas no qual ele executava, ora tinham imagens com linhas de ondas sinuosas. James LaBrie (vocal), John Petrucci (guitarra), John Miyung (baixo), Jordan Rudess (teclados) Mike Portnoy (bateria) começaram o concerto tocando Metropolis Part I: The Miracle and the Sleeper e levou o público ao máximo e o show que ele deu foi algo que se repetiu durante todo o show. A música foi perfeitamente executada e logo após Scene Two: I. Overture 1928 e só cresce ainda mais a empolgação de todos presentes (eu incluso) e Scene Two: II. Strange Deja Vú é cantada em uníssono quase toda, logo após o clássico do Awake é executada com um peso descomunal, The Mirror foi recebida de forma gigante, por todos os presentes e aí o público carioca aumenta a emplgação e de forma inusitada e única, transformando o Vivo Rio em um Maracanã em dia de clássico, com um grito de guerra que ecoava sempre dentro da casa: ÔÔÔÔÔÔÔ, O PORTNOY VOLTOOOOOOOOOU, Ô PORTNOY VOLTOOOOOOOU!

Mesmo sem entender, LaBrie  fala do retorno do “filho pródigo” ao seu “banquinho de origem” e o público berra ainda mais esse “grito de guerra” e continua insano durante toda a apresentação da banda, provando que os 40 anos de carreira e diversos clássicos lançados valem a pena, mas logo após The Mirror, a também pesada Panic Attack é executada e muito bem recebida e isso vai se repetir durante toda a apresentação. A banda foi muito correta em visitar toda a carreira e a fase de Mike Mangini não foi deixada de lado, eles tocaram Barstool Warrior, do ótimo Distance Over Time Hollow Years do Falling Into Infinity nos trás um clima mais intimista, um momento no qual o pessoal continua cantando e participando do show.

Voltamos ao peso com Constant Motion e o clima aquele de novo e daí eles tocam, o que particularmente, considero um dos grandes hinos da banda: As I Am e tem peso, tem de tudo um pouco nela, com um som perfeito e nela chegamos ao fim do primeiro ato e no telão um vídeozinho indicando para darmos uma volta, banheiro, comer uma pipoca, bem divertido passa no telão.

Pouco tempo depois, a banda retorna ao palco para executar a faixa já lançada do vindouro ParasomniaNight Terror ao vivo ficou muito bem, eu acho que, como estamos falando de Dream Theater, tecer algum comentário sobre a execução das canções é demasiadamente desnecessária, pois é simplesmente perfeito, fico somente com o comentário sobre os vocais da James LaBrie, que realmente não vivem o “melhor momento”, mas ele tem se esforçado para entregar um bom show e tem o feito. Após a nova música, mais um clássico muito bem recebido, Under a Glass Moon é tocada e foi incrível ouví-la ao vivo e logo depois, mais uma da fase “Mangini” e com LaBrie falando sobre as nuances da nossa vivência, This Is The Life é tocada e vale lembrar que tanto nela como em Barstool WarriorMike Portnoy a executou perfeitamente. Luzes baixas e vamos pra uma sequência vinda direta do Train Of Thought e mais um momento no qual todos cantaram, um momento de conexão única do público com a banda, Vacant é executada e logo após essa maravilha, teríamos as maiores canções do set sendo executadas uma atrás da outra, Stream Of Consciousness Octavarium são executadas, duas canções maravilhosas no qual a banda destila e mostra, mais uma vez, o porquê são os gigantes do Progressive Metal, porquê em 40 anos juntaram uma fan-base tão dedicada a sua discografia.

Última pausa do show, último momento para o público dar uma voltinha mas dessa vez foi bem rápido, pois começamos a nos encaminhar para o final dessa aula de música no qual somente o Dream Theater seria capaz de dar e com Scene Six: Home a banda retorna e o show carioca continua, com uma interação simplesmente monumental junto da banda, sendo cantada com muita força e até mesmo o público reproduzindo com a boca passagens da guitarra de Petrucci com a boca e logo após ela, momento de emoção, pois Scene Eight: The Spirit Carries OnLaBrie pede a todos os presentes acenderem as lanteras de seus celulares, fazendo desse momento um show a parte, sendo que aqui, vale um adendo, no dia do show no Rio de Janeiro, mais uma vez Mike Portnoy recebeu a notícia de mais uma perda, o seu cachorrinho Mickey faleceu, deixando o baterista extremamente abalado e isso foi visto, mais uma vez nesse momento.

Em Zagreb, na Croácia, infelizmente o baterista soube do falecimento da irmã (conforme noticiamos aqui) e no Rio teve sim essa emoção, no início da música, era visível a emoção de Portnoy, mas que conseguiu tocar a música com perfeição e o público com sua participação o deu ânimo e chegamos ao final do show com o maior clássico da carreira deles, do Images And WordsPull Me Under encerra perfeitamente essa apresentação que já é a melhor desse ano, para esse que vos escreve, uma apresentação com A maiúsculo que mostra que, não precisa ser frio para ser técnico, que entrega de músico não precisa de correria, mas que a interação com o seu público bem feita, faz tudo melhorar, que senhor show. Agradecemos imensamente à Liberation por nos permitir trazer esse texto para vocês desse grande concerto.

TODA AS FOTOS POR IAN DIAS (@diasphotograph)