Sábado, um dia de sol extremo no Rio de Janeiro e também um dia de presenciarmos a estréia do Jinjer nos palcos da Cidade Maravilhosa, que teve com o palco o do Patrimônio Imaterial do Rio de Janeiro, o Circo Voador e que ainda teve em palco, os companheiros na tour do Jinjer, o Heaven Shall Burn, mestres do Metalcore/Death Metal Melódico Alemão, além dos cariocas do Clava Innocence Lost.

Chegamos cedo a casa e fomos muito bem recebidos pela equipe da Liberation, que nos deu toda a condição de realizar essa cobertura para vocês e com um leve atraso na passagem de som do Clava, mas mesmo assim, a banda começou o show e tocando diversas músicas de sua carreira, o Clava fez uma abertura forte, mesmo com um atendimento bem abaixo do esperado, o show deles foi muito enérgico e muito bom, mesmo o vocalista da banda estando com uma voz mais fraca do que da primeira vez no qual eu vi a banda, a energia no qual outrora me impressionou e a sua retórica altamente politizada se mantém, uma banda com um futuro brilhante, com toda a certeza.

Com uma velocidade incrível, já que, infelizmente para as bandas de abertura o tempo foi mais reduzido, vimos o nome do Progressive Metal Carioca entrar em palco, o Innocence Lost, a banda solta a sua introdução no PA e o público começa a crescer, Mari Torres (vocal), Gui DeLucchi (guitarra), Ricardo Haquim (baixo), Aloysio Ventura (teclados) e Thiago Alves (bateria), entraram com tudo em palco, mostrando poucas, mas muito bem escolhidas canções do seu repertório, que incluíram canções de Oblivion, disco lançado pela banda esse ano e alguns singles, como Wake Up que foi muito bem recepcionado por todos presentes. Como de costume, ver o Innocence Lost em palco é um deleite gigante, mas nota-se uma mudança na banda, o atual baterista, thiago Alves, tem experimentado andamentos diferentes nas músicas da banda e a banda tem acompanhado isso de forma exemplar, fazendo as músicas ganharem muito em palco e dando a banda um frescor ainda maior, mostrando como podem evoluir, ainda mais. Grande show, apresentação impecável.

Agora sim, começou uma mudança beeeeeeem drástica de palco, mas já sabíamos o que iríamos presenciar, o Heaven Shall Burn, a máquina alemã do Metalcore/Death Metal Melódico iria subir de novo ao sagrado palco do Circo Voador e gente, não tem como, que banda em palco!!  Um show com energia, entrega, riffs pesados e muita qualidade sonora e de luz também, mas o principal, a entrega do Heaven Shall Burn em palco é ímpar. Desde a entrada até o final, o simpático vocalista Marcus Bischoff entrega o microfone pro público, bem como está em contato direto com todos os presentes. O resto da banda, formada por Maik WeichertAlexander Dietz (guitarras)Eric Bischoff (baixo)Christian Bass (bateria) entrega tudo em palco, os membros das cordas, sem parar de bater cabeça um minuto, mostrando o que é ser esse gigante do Metalcore, o bateria Christian não deixa a peteca cair, batendo forte em seu kit e tudo isso sendo magistralmente conduzido por Marcus, que se torna um verdadeiro Mestre de Cerimônias do caos. Mesmo com um setlist curto, clássicos como Endzeit (que foi o abre alas do show), Counterweight, Profane Believers, My Heart And The Ocean foram verdadeiras bombas atômicas no público do Circo Voador, que agora estava beeeeem cheio e pronto para isso tudo, que show!!

Depois desse showzaço começa a última troca de palco, a colocação dos sobre palcos usados na apresentação do Jinjer e como já esperado, a tensão começa a pairar no Circo Voador e nessa hora a casa já estava bem cheia e com um atendimento do público ótimo, coisa que, infelizmente não aconteceu nas bandas de abertura e fica a idéia, cheguem cedo para ver as bandas locais nesses eventos. Dito isso, a luz apaga e o público cresce muito, quando Vlad Ulasevich (bateria) entra em palco, seguindo por Roman Ibramkhalilov (guitarra) e Eugene Abdukhanov (baixo) e começa as notas de do prólogo e vem Just Another, com a carismática, dancante e exímia vocalista Tatiana Shmayluk (vocal) entra em palco e todos vem abaixo, como esperado e começa o concerto, sendo que, esse que vos fala tem algumas considerações para se colocar. A banda em palco é muito boa, no decorrer do seu setlist, que foi bem montado, Tatiana, Roman, Eugene e Vlad não erram, a vocalista dança, sobe em seu stands, tocam muito bem, o som está perfeitamente mixado e não ouvimos nada de errado, eles não erram em nenhum momento, mas tenho que confessar, mesmo querendo e muito ter visto esse show, meu Deus, que show chato de se ver. A banda em palco é estonteante, perfeita, Tatiana dançando e cantando, oras suas belas interpretações melódicas, oras seus urros guturais bem encaixados, o baixo de Eugene que é um gigante em seu instrumento, tocando e segurando toda a base com o Vlad que carrega o coração da banda com louvor, o guitarrista Roman que demonstra uma segurança ímpar, usando suas guitarras “fretless” (sem a presença de trastes no braço” e eles executaram de forma ímpar músicas como I Speak Astronomy, Teacher Teacher, Pisces (que encerrou o show), as recém-lançadas Kafka, Green Serpent Someone´s Daughter, além de tantos outras músicas de sua carreira, mesmo assim, pra mim ainda faltou entrega, faltou energia, faltou “punch” no som e mesmo com todo o esforço da maravilhosa vocalista e dos músicos, a banda ainda passa um som altamente frio e até mesmo plástico e isso me deu uma baita decepção, mesmo assim, essa é a minha visão, tanto que vi diversos fãs que estavam no Circo Voador que discordam completamente de mim, fico feliz até, mas eu, dentro do que esperava e com o que assisti, foi o clássico show que prometeram tudo e entregaram nada. Desejo que eles retornem para mais shows na Cidade Maravilhosa, que façam seus fãs cada vez mais felizes, mas que poderiam melhorar em diversas questões de palco, poderiam.

Agradecemos a Liberation pela chance de trazer esse texto para vocês e pela ótima recepção no qual tivemos.

TODAS AS FOTOS POR ADRIANA DE ALMEIDA