No dia 12 de janeiro de 2025, Berlim foi palco do aguardado retorno do Paganfest, um festival icônico para os amantes do folk e pagan metal. O evento reuniu um lineup de peso, incluindo as bandas Elvenking, Heidevolk, Tyr, Ensiferum e Alestorm.

O Festival

O tradicional festival de metal com bandas de pagan, viking e folk metal aconteceu pela primeira vez em 2008 e teve um lineup de peso: Ensiferum, Korpiklaani, Moonsorrow, Turisas, Finntroll, Týr e Eluveitie

Não por acaso, se tornou uma dos maiores festivais dos gêneros, passando por diversas cidades europeias e norte-americanas até 2015, assim ganhando uma grande notoriedade e atraindo grandes audiências e despertando o interesse da mídia especializada, como a revista Metal Hammer.

Algumas edições, como a de 2010, chegaram a esgotar ingressos em cinco cidades, mostrando o apelo crescente da cena folk e pagan metal. Além disso, iniciativas como concursos de bandas abrindo os shows estendidos tornaram o evento ainda mais inclusivo e diversificado.

Apesar de seu encerramento em 2015, o Paganfest deixou um legado significativo, não apenas promovendo bandas já consagradas, mas também dando visibilidade a novos talentos do metal. Seu impacto na comunidade de fãs e músicos permanece vivo como um marco na história do gênero.

E para a alegria geral das nações, em agosto do ano passado, tivemos o anúncio de que o festival retornaria nesse ano com diversas datas na Europa, incluindo diversos países e com alguns shows que contariam também com eventos extras. Foi um sucesso de vendas de imediato e logo após o anúncio, algumas cidades já contavam com ingressos esgotados.

Em Berlim, na Alemanha, o show aconteceu no dia 12 de janeiro de 2025, no lendário Huxley’s Neue Welt e trouxe um público grandíssimo, que estava em peso desde a abertura da casa, que aconteceu por volta das 17h.

Elvenking

O festival começou por volta das 17h20 com os italianos do Elvenking e sua combinação única de power e folk metal, conquistando o público logo nos primeiros acordes. Apesar de curto, o setlist trouxe bastante energia aos que chegaram cedo na casa e tocou os já clássicos “The Divided Heart” e “Elvenlegions”. O vocalista Damna interagiu constantemente com a plateia, incentivando todos a cantar e bater palmas ao ritmo das músicas. A habilidade técnica dos músicos mostrou o motivo pelo qual eles são uma das bandas mais respeitadas do gênero.

Canções do mais recente álbum, “The Pagan Manifesto” também foram apresentadas e receberam uma recepção calorosa.

Heidevolk

O Heidevolk deu continuidade ao festival com seu folk metal pesado e letras inspiradas no folclore e na história dos Países Baixos. Os vocais harmônicos dos dois vocalistas, Lars Nachtbraecker e Jacco de Wijs, foram um dos destaques da apresentação, criando uma sinergia única que cativa muito o público. Músicas como “Vulgaris Magistralis” e “Hagalaz” incendiaram os fãs, que não pouparam esforços para acompanhar os refrões épicos.

A autenticidade do Heidevolk em combinar peso e melodia deixa uma marca forte, mostrando que a cultura neerlandesa pode ser traduzida com força e emoção no palco.

Týr

Eu confesso que rever o Týr era uma das minhas prioridades da noite. Quem se lembra deles, num longínquo 2011, num lugar chamado Studio Emme, em São Paulo, certamente se surpreenderia com a potência dos faroeses nessa noite. Se naquela época eles já fizeram um show matador, esses muitos anos de estrada os tornaram gigantes! 

Desde o primeiro acorde, Týr trouxe um show impactante, mergulhado em temas vikings e na mitologia nórdica. Canções como “Hold the Heathen Hammer High” e “Blood of Heroes” ganharam destaque e foram recebidas com entusiasmo pelo público. Ouvir “Regin Smiður” e “Sinklars vísa” ao vivo ainda é tão emocionante como sempre foi!

A habilidade técnica dos músicos, especialmente de Heri Joensen na guitarra e vocais, foi um dos pontos altos do show, com riffs e solos precisos que evocaram a grandiosidade da cultura escandinava. Também foi ótimo ver a performance enérgica do novo guitarrista da banda, o jovem Hans Hammer.

Ensiferum

Quando o Ensiferum subiu ao palco, ficou claro que o público estava pronto para algo especial. A banda finlandesa entregou uma performance avassaladora, misturando agressividade e melodias épicas em faixas como “Lai Lai Hei” e “Twilight Tavern”. O vocalista Petri Lindroos demonstrou domínio absoluto da plateia, incentivando coros ensurdecedores enquanto a banda apresentava seu repertório.

Os elementos de folk nas músicas, combinados com passagens mais rápidas e agressivas, levaram a multidão a formar rodas e mosh pits. A energia do Ensiferum foi contagiante, e cada música parecia elevar ainda mais o entusiasmo do público. Foi uma apresentação impecável, que reafirmou o status da banda como um dos maiores nomes do folk metal mundial e as músicas de seu mais recente álbum, “Winter Storm” funcionaram muito bem ao vivo.

Alestorm

Encerrando a noite em grande estilo, o Alestorm transformou o festival em uma verdadeira festa. Conhecida por seu “pirate metal” irreverente, a banda escocesa trouxe um show carregado de humor e energia, com faixas como “Drink”, “Fucked with an Anchor”, e “Zombies Ate My Pirate Ship”. O vocalista Christopher Bowes manteve a plateia rindo e dançando durante toda a apresentação, reforçando o espírito descontraído que é a marca registrada do Alestorm.

O público embarcou completamente na vibe da banda, com muitos fãs usando chapéus de pirata sendo carregados pela plateia, que cantava cada refrão com a banda. O encerramento com “Rumpelkombo” foi um momento de apoteose, deixando a multidão eufórica. Foi uma conclusão perfeita para uma noite memorável, que misturou peso, diversão e paixão pela música. Que venham mais Paganfest por aí e que o festival cresça tanto, que consiga ir para outras partes do mundo, como o Brasil. 

TEXTO E FOTOS POR EDI FORTINI