“Consolidando o próprio nicho na cena da música extrema nacional”

Nota: 4/5.

A BANDA

Fundado em 1996, o NERVOCHAOS percorreu uma estrada longa e cheia de histórias importantes. Numa carreira que já dura quase um quarto de século, a banda criou seu próprio nicho na cena do death metal, alcançando destaque internacional com oito discos completos, um punhado de demos e EPs, além de um infinidades de produtos relacionados à banda. O álbum do qual agora falaremos, Ablaze , apesar de não ser o mais forte dessa história, é um disco sólido de thrash, death e Black metal.

O ÁLBUM

Descrever músicas em resenhas não é, para este que vos escreve, a parte mais importante do ato de escrever, pois trata-se de algo altamente trivial, mas como o disco é novo e não tive acesso há histórias subjacentes ao lançamento, vamos ao basicão:

Ablaze abre com 1) Necrocult (instrumental), que se inicia de uma forma que em nada lembra o death metal, mas dita o ritmo do álbum inteiro; 2) Demonic Juggernaut, é um threshão cujos limites do gênero são extrapolados pelas letras, que em sua maioria, são obscuras e antirreligiosas; 3) Feast Of Cain é mais melódica e mescla guitarras cativantes com partes mais viscerais; 4) Whisperer In Darkness é mais rápida e agressiva levando o álbum por um desvio mais soturno e maligno; 5) Death Rites remete aos melhores momentos do Deicide, inclusive pelo refrão; 6) Xamanic Possession funciona como uma vinheta preenchida de sons tribais e um clima sombrio; 7) Into Nightside, volta a pancadaria habitual onde a sonoridade thrash dita o ritmo agressivo; 8) Cave Bestiam começa com um ritmo arrastado que depois se transforma em algo parecido com “The Passage Of Existence” (Mostrosity); 9) Dawn Of War é mais uma vinheta e reproduz sons de guerra; 10) Mors Indecepta é uma explosão bestial que remete aos tempos de “Pay Back Time e faz sua cabeça girar em torno do pescoço; 11) Stalker, 12) My Dues e 13) Downfall são as mais “death metal” do álbum; 14) A Word Between Words é outra vinheta que apresenta sons da natureza e alguma calmaria antes da tempestade; 15) e a tempestade tem nome de Walk Away, que tem viradas empolgantes e mudanças de andamento bem planejadas; 16) Of Evil And Men é a última do disco e começa de forma sombria, mas gradualmente se transforma em algo mais complexo e maligno com espaço para grooves e quebradas bem executadas.

 

O QUE TEM DE BOM?

  1. Um primeiro ponto a se destacar é a grande sacada da banda em, como dissemos no início, criar seu próprio nicho dentro da cena da música extrema, ou seja, a sonoridade da banda é capaz de agradar aos fãs do thrash/death metal e as letras estabelecem um elo com as hordas black metal;
  2. O vocal soa altamente nocivo, o que agrada muito ao público do gênero;
  3. A excelente produção é outro ponto que ajuda a ampliar o alcance da música da banda junto aos adeptos de vários estilos do metal agressivo.

O QUE PODERIA SER MELHOR?

Ablaze é um grande disco, mas alguns pontos atuam como limitantes da sua força:

1) as faixas são muito parecidas entre si;

2) o uso de vinhetas é contraproducente visto que, ao que parece, sua função é a de prolongar a duração do disco e isto as torna dispensáveis;

A formação atual conta com Diego Mercadante (vocal/guitarra), Guiller (vocal/guitarra), Pedro (baixo) e Edu Lane (bateria).

Referências: