Em uma semana completamente conturbada com casos monstruosos e absurdos de Racismo, tanto dentro do nosso mundo como fora (principalmente fora), nós no Headbangers Brasil não temos como deixar esse assunto, que é extremamente revoltante, fora da pauta.

Eu quero começar aqui, mostrando o porquê eu quero trazer isso em pauta, primeiro dentro do nosso mundo, já que, na semana passada, o Marduk demitiu o baixista Joel Lindholm, após o mesmo ter feito uma saudação nazista em palco, duirante o Incineration Fest, quer saber mais sobre, vem com o texto do meu amigo Igor Miranda, aqui. Abaixo, vou colocar a postagem da demissão do baixista e a sua “nota”.

Fora do nosso cenário, nossa né, tivemos o último caso contra o gigante jogador do Real Madrid, ex-FlamengoVinícius Jr., que vem jogando na La Liga e já teve que lidar com situações inerentes a antiga KKK, abjeta e nojentíssima ordem Estadunidense que é um antro racista/fascista, de ver um boneco negro enforcado em uma ponte com a sua camiseta, mas contra o Valencia, teve de ouvir ser chamado de Mono (Macaco) e ainda foi expulso, situação essa que foi revertida, mas, com certeza, isso aconteceu por conta do tamanho que o caso tomou no mundo, saiba mais aqui, nessa matéria do G1 sobre.

E pra “melhorar”, ainda tivemos o caso do jogo, produzido pela Magnus Games chamado SIMULADOR DE ESCRAVIDÃO, no qual seria possível “brincar” que você era um Mercador e dono de Escravos, acho que nem preciso falar como os mesmos eram representados no jogo né??

Repodução do “Game”

E o que mais me chocou, não foi a existência de uma aberração dessas ou da mesma aberração ter passado um tempo liberada para download (o app foi banido da PlayStore depois da revolta Nacional, saiba mais aqui.), mas foram os comentários, vejam vocês mesmo.

E pra coroar o combo de bizarrices racistas dessa semana, hoje de manhã, vejo no Instagram, a denúncia feita pelo Elizeu Lopes, sobre uma “palestra”, aonde o racista trataria sobre “A Importância da Escravidão na Economia Mundial“, como você pode ver abaixo:

Logo após a denuncia desse absurdo, aonde aconteceria no Campus da UERGS SACANDUVA, no Sul do Brasil, a faculdade postou uma “Nota de Esclarecimento”, leiam vocês, abaixo.

Ok, eu acho que já está estupidamente CLARO o triste mundo no qual vivemos, mas quero trazer vocês de volta para o Underground e mostrar que, nada disso é novo, já que em 2016, o vocalista Phill Anselmo, do Pantera, finalizou um evento, nos Estados Unidos, chamado DIMEBASH, que tinha como propósito celebrar a memória do guitarrista Dimebag Darrel, fazendo também uma saudação nazista e gritando WHITE POWER. Naquele tempo, o meu amigo Igor Miranda escreveu uma matéria maravilhosa, no qual eu vou trazer para vocês, mas eu quero usar as palavras do mesmo, em sua matéria, ele diz: “Consegui constatar, progressivamente, esses elementos na “comunidade metal” desde que tentei me inserir, mais de dez anos atrás. Todo fã do estilo tenta se inserir com seus “semelhantes” ao passo que começa a descobrir que realmente gosta daquele tipo de música. O problema é que fui me percebendo muito diferente desses “servos do metal”. Até porque curto a música há mais de uma década, mas não me insiro em seus dogmas.

Não é um fenômeno individual. Muita gente relata ter se afastado da “comunidade metal” e deixado de ir a shows menores em função do pessoal que simpatiza com as ideologias descritas ao longo deste texto. A falta de conexão nesse cenário, causada por seus eternos dogmas que envolvem tantos preconceitos, impossibilita qualquer crescimento do estilo no Brasil.

LINK PARA MATÉRIA: https://www.geledes.org.br/o-heavy-metal-nao-e-apenas-racista-e-intolerante-no-geral/

Com isso, eu resolvi procurar diversas pessoas negras com a seguinte pergunta: Como você se sente sendo negro (a) dentro do Cenário do Metal? Diversas respostas vieram e agradeço a todos que participaram, vocês irão lê-las agora:

Panda Reis, baterista do Quilombo e Oligarquia: “Passei a manhã inteira debatendo isso com meus pares … o que eu sinto??? A mesma coisa que sinto desde 1973 , a mesa coisa que senti desde 1979 ao entrar na escola , a mesma coisa do que em 1989 ao entrar no mercado de trabalho , a mesma coisa que senti em 1992 ao começar a tocar com minha banda no circuito underground … ou seja , preto não espera nada além disso de uma sociedade racista e que nada evoluiu , o mundo continua o mesmo desde que a escravidão africana ganhou o mundo!!!

M. Mictian, baixista e vocalista do Affront: “Minha indignação é total, não consigo compreender como um país miscigenado como nosso e em pleno século 21, essa imbecilidade ainda tenha espaço, o ser humano definitivamente não evoluiu.”

Terry Painkiller, vocalista do Facing Fear: “Felizmente, os ambientes verdadeiramente undergrounds do Rio sempre tiveram marca de miscigenação, embora majoritariamente branco. Como reflexo da nossa sociedade, eu seria omisso em dizer que nunca sofri racismo, fosse direto ou indireto. Até hoje, rola alguma coisa tosca. No cenário do Metal, um preto, vocalista de banda de Heavy Metal, causa espanto para quem não conhece meu trabalho. E esse espanto não é à toa, é só um fruto de uma visão estereotipada e racista. Busco derrubar isso atacando do palco, com meu trabalho, já que não espero que ninguém vá sair por aí bradando bandeiras por um ser anônimo na mentalidade da maioria.”

Uesclei Aragão, Salavdor/BA, frequentador do cenário: “Cara, Sou de Salvador BA onde a maior parte da população é negra, o cenário metálico daqui é composto por maioria de negros e mestiços, caras como Beelzeebubth e Meugninuosoan que são figuras icônicas por terem gravado o clássico disco Wicca da banda Mystifier são negros. Pelo Brasil a fora os negros e mestiços estão inseridos na cena porque o nosso país é miscigenado, e sei que há racismo dentro e fora da cena metal e desde a minha adolescência eu vivo a combater esses filhos da puta, e se algum desses vermes já se aproximaram de mim não se manifestaram porque a resposta que tenho para essa escória é a força do meu punho. Sei que esses lixos racistas estão em todas as partes, e merecem ser expurgados, seja por denúncia ou por agressão, não tenho ideias com essa escória maldita. Eu vivo a música pesada desde a minha adolescência e pelo menos aqui esses vermes não dão as caras porque sabem o que os esperam. Então vejo que a cena apesar de suas mazelas não abraça essas desgraças. Eu me sinto bem, tenho muitos irmãos espalhados pelos quatro cantos do mundo e que não compactuam com qualquer tipo de ideia relacionado a supremacia por cor de pele, sexualidade e afins, aos que tem esse tipo de pensamentos, só posso dizer que não pertencemos ao mesmo lado e que serei sempre um opositor a qualquer um que levante essa bandeira maldita do preconceito.

Jully Custódio, idealizadora e cuidadora do New Faces Rock: “Péssima (kkkkkkkkkkkk), em resumo, uma estranha no ninho, no hardcore também, não me sinto representada nem um pouco. Tudo é muito diferente pra gente, porém é como eu disse no podcast (PODCAST CITADO POR JULLY), o rock pro povo preto não é ancestral, é histórico, o rock foi criado pelo povo preto e tudo o que eh criado é modificado ao longo do tempo pra se adaptar. nem sempre de uma forma boa, tanto é que uma coisa que foi criada por nós, foi tomada por brancos, onde infelizmente eles são a maioria desse publico e até mesmo de bandas.

Carolina Santana, Rio de Janeiro/RJ, frequentadora do Underground: “Sinceramente mesmo? Me sinto constantemente questionada, direto msm, até mesmo como se eu não pudesse pertencer à isso. Já cansei de ouvir coisas como “não parece que você curte meta, você gosta mesmo?!” Mesmo num país extremamente miscigenado ainda colocam nossos gostos em dúvida só pela nossa cor, pq na cabecinha de muitos uma preta periférica curte funk, pagode, qualquer coisa, menos metal. Isso aconteceu na minha adolescência e na vida adulta, eu meio q já perdi a paciência…e tem MUITO cara bonzinho nas redes sociais, militante msm, que em role tem o mesmo senso comum de qualquer outro. Ainda me sinto meio deslocada quando chego num role e vejo que somos 1/3 do público, mas ao mesmo tempo eu fico feliz quando vejo caras tipo o Terry fazendo o role acontecer… Luciano Paz fazendo o Rock é Preto…Os mlks do Black pantera crescendo pra caralho. Aos poucos a gente tá conseguindo se sentir real parte da cena, a passos de formiga mas estamos. Na minha adolescência eu não tinha referências, hj em dia eu sei que as próximas gerações vão ter e isso dá mais força de vontade de chegar e bater o pé que esse lugar tb é meu, pq o metal é pra todo mundo, menos pra preconceituoso

Michelly Macien, São Gonçalo/RJ, frequentadora do cenário: “Apenas um pedaço de carne morta. Não temos voz e o pouco que temos é invalidado. Ou visto como vitimismo.

Bruno Teixeira, baixista do Desalmado: “Hoje em dia me sinto mais confortável se for comparar como era quando eu comecei a fazer parte deste cenário. Ainda não é o ideal, mas melhorou se formos olhar de uma forma mais positiva. Acredito que o nível de conscientização da cena tem aumentando com o passar dos anos, mas precisamos ser vigilantes sempre. Mais do que postar hashtags, precisamos de mobilização popular verdadeira para combater o racismo na nossa sociedade, independente de qual seja o ambiente.

Felipe Teixeira, baixista/vocalista do Ogan: “Essa é uma pergunta que meus pais e alguns amigos me fazem desde a adolescência quando comecei a mergulhar de vez no mundo do Heavy Metal pois eles não conheciam muitos negros dentro do gênero . Certamente acredito que a falta de representatividade na televisão e revistas da época construiu esse tipo de perspectiva: “Rock é coisa de branco e playboy” como muitas vezes já me foi dito. Eu sempre fui uma pessoa ligada à música quando jovem, não estava nem aí para a cor da pele, gênero, status social, etc, queria apenas ouvir as guitarras pesadas e bater cabeça. Eram comuns comentários de familiares como “Rock não coisa de preto, já o pagode sim” , mas como eu não estava nem aí para tal questão continuei ouvindo meu som. Porém, a idade chega e os questionamentos também. Obviamente conhecia algumas figuras famosas dentro do metal que eram negras, mas eram poucas pessoas como Derick Green e Zack de la Rocha. Somente quando comecei a frequentar shows Underground do Rio de Janeiro que pude perceber que a questão era muito mais complexa. Havia o fato de negros com bandas de metal não aparecerem na mídia, as principais emissoras de televisão aberta darem palco para bandas de Rock com integrantes de bandas majoritariamente brancos , o Brasil ser apresentado ao Heavy Metal através do Rock in Rio que passava a imagem dos headbangers como loucos, brancos e de classe média,entre outros. Acredito que todos esses fatores e mais um pouco tenham contribuído para o afastamento do público negro e periférico ao Heavy Metal. Era pouca a identificação e representatividade.
Bandas como Angra , Iron Maiden e Helloween representavam a estética que o público muitas das vezes achava que era o Heavy Metal : loiro,cabelo liso, branco e classe média. Foram nos shows underground que pude entender as diferenças entre o mainstream e a cultura do subterrâneo pois existiam muitas bandas com headbangers negros, produtores negros, músicos negros e por ai vai. Vi que haviam diferenças quantitativas entre negros e brancos nas mais variadas cenas do Rio de Janeiro. Realmente era muito mais complexo do que eu imaginava.
Atualmente com as redes sociais se torna mais fácil o acesso dos jovens para ler sobre tal assunto e entender que existem muitos negros no metal, porém não é do interesse da grande mídia dar palco para essas pessoas. Não muito diferente das décadas de 1950 e 1960 nos Estados Unidos quando o Rock estava sendo moldado por estilos como Rhythm and Blues, Jazz, Country e o Folk (estilos com muitos músicos negros). Nessas décadas houve um grande apagamento de muitas figuras negras do cenário Rock n Roll. Esse fato pode ser confirmado com o esforço da indústria fonográfica e do cinema em propagar Elvis como o “rei do Rock” e ignorarem muitos artistas negros que também deveriam ter aparecido na grande mídia. É importante lembrar que o Rock foi feito por pessoas negras, periféricos e trabalhadores que sofreram racismo. Embora a história nos mostre que ocorreram esforços de apagamento de artistas negros devemos ter consciência de que esse estilo musical é nosso por direito e isso precisa estar nítido para o público que consome Metal no geral. A raiz do Heavy Metal vai de encontro a estilos musicais que foram criados por negros como citado anteriormente. A exemplo de bandas que exercem representatividade negra para mim, cito o Black Pantera, Facing Fear, Mystifier, Living Colour, Suicidal Tendencies,Suffocation of Soul, Hirax e muitas outras bandas. Por isso, sinto que não estou sozinho no Metal, outros irmãos negros estão e sempre estarão na luta.

Alessandro Chinelle, vocalista do Papa NecroseSer negro no cenário metal é igual ser negro em todos os campos da vida, você vai de 8 a 80 em menos de um minuto. O racismo ta contido na cena metal, tal como em todo local, o estereótipo de Branco é sempre a referência de Headbanger que a média do público tem na mente. Se for integrante de banda negro, frontman, você vai estar a todo momento ou sendo cobrado a fazer 4 vezes melhor ou sendo ridicularizado pelos outros….
Negro no metal só respeitado se passar medo com violência, só é ouvido se a banda dele cair no conceito dos brancos, e ele só é aceito se seu sucesso não encomodar ou tirar vaga de algum branco. Então é uma coisa fudida… até nosso cabelo as pessoas perseguem, Headbangers negros a algum tempo atrás só poderiam usar cabeça raspada, pq será?! As mina também passa esse trampo fudido com aparência também, é um desafio manter autoestima nisso.
E tempos piores estão por vim, o facismo braço direito do racismo se infiltra cada dia mais nas cenas mundiais.

Uendel Aragão, guitarrista do Pútrido Sémem: “Eu me sinto um sobrevivente , um resistente assim como muitos dos meus. Mesmo o estilo tendo sido criado e popularizado pelos nossos iguais de cor) , com o passar das décadas é um movimento que foi elitizado com o tempo e , viver rock/metal , fazer rock/metal por duas décadas com todas as dificuldades e obstáculos que a gente tem , na região onde a gente vive , pra gente acaba sendo motivo de orgulho.

Iza Rodrigues, Jornalista fundadora do Menina HeadbangerInfelizmente, eu me acostumei a não nos enxergar, sabe? E isso é algo que venho trabalhando em mim. Eu não costumo prestar atenção se tem negros a minha volta, negros no mosh, negros no palco, negros na produção, negros na imprensa. É algo que venho tentando melhorar, mas que infelizmente, me acostumei a passar batido. 

Como mulher e negra, posso dizer algumas coisas:
– fui muito xingada por ser mulher;
– duvidaram muito se eu realmente gostava/conhecia sobre música;

Notou que escrevi no passado? Eu não sei como é hoje pras meninas pretas novinhas, mas pra mim, que vou fazer 36 anos, eu não passo mais por isso. Hoje eu me sinto respeitada e acolhida. Muitas mulheres são sexualizadas no metal, mas isso não existe com as negras. Não no metal. Eu sou sexualizada na cena metal europeia, mas não no Brasil. Mas até na europa, não tive problemas em ser incluída na cena metal, mas eu sempre tinha cuidado em ver se essa “inclusão” tinha segundas intenções. Nos últimos anos, me distanciei da cena, principalmente a underground, e só vou em eventos pontuais. Isso ‘ajuda’ para que eu não enxergue muita coisa que acontece, já que não estou exposta ao ambiente e as pessoas. Acompanho pela internet as histórias que acontecem com muitas pessoas, e fico indignada que esse tipo de situação ainda ocorra, e parece que a cada história, eu prefira mais ficar no meu círculo social, que é de pessoas não babacas

Luciano Paz, fundador da Tomarock Produções: “Por diversas vezes me senti um peixe fora d’água por ver poucos dos meus em minha volta. Além disso muita gente olha torto por achar que um homem negro não pode ser produtor de eventos. Já sofri racismo por parte de banda, produtor de banda gigante do Metal nacional e também por parte do público.
Cansei de não ver muitos dos meus ao meu redor nos shows, por isso todos os eventos que eu faço sempre tenho uma lista com aproximadamente 20 a 30 pessoas negras que eu convido a irem ao show gratuitamente. Não é muito mas já faz uma certa diferença no ambiente, no último show da Crypta e Incantation que eu fiz coloquei 34 irmãos pretos lá que possivelmente não teriam dinheiro para ir ao show. Acredito que isso é o que chamo de amor Preto.

Então, depois de todos esses relatos eu só tenho que completar com o meu próprio, que já sofri racismo dentro do cenário, mas não tinha percebido no momento, que diversas vezes me senti deslocado e perdido, sem referência, tanto em palco, como até mesmo fora dele, por ser negro. Quando conheci o Living Colour, por exemplo, eu via que existia uma representação forte, de negros em palco, fazendo som pesado e isso foi muito acalentador, quando eu conheci o Rebaellium, que o saudoso saudoso Lohy Ferreira (RIP) era vocalista e baixista da banda, também vi que o negro faz Metal Extremo de qualidade e com o passar do tempo, eu tenho visto cada vez mais irmãos negros chegando na cena e se colocando como pessoas fortes.

Black Pantera, banda no qual entrevistamos (aqui), nos palcos, destruindo tudo, bem como coletivos, como o Preto No Metal (Instagram), que é super forte nas mídias sociais, tem o AfroHeadbanger (Instagram) que faz um trabalho ímpar, no Rio de Janeiro a Jéssica Motta (Instagram), que com as suas “lives” fortalece o cenário como um todo e esses citados são alguns exemplos, tenho certeza que ao redor do mundo, poderemos encontrar mais irmãs e irmãos negros retornando de onde jamais saíram.

O ROCK É PRETO e nós estamos aqui para berrar isso sempre, iremos chegar cada vez mais fortes, seja nesse cenário ou em qualquer outro, nós não iremos mais nos calar diante o Racismo, nós não iremos nos calar diante de qualquer tipo de covardia contra uma minoria, pois dentro do nosso cenário, que é para ser um cenário de acolhimento e respeito, não  iremos aceitar qualquer tipo de violência, iremos lutar, para todo o sempre!! Estamos tomando a nossa cultura de volta e pra você, RACISTA, MISÓGINO, HOMOFÓBICO, você não é bem vindo aqui e pra você: FOGO.