Resenha: God Dethroned – Illuminati (2020)


Tracklist:

1. Illuminati
2. Broken Halo
3. Book of Lies
4. Spirit of Beelzebub
5. Satan Spawn
6. Gabriel
7. Eye of Horus
8. Dominus Muscarum
9. Blood Moon Eclipse

Desde o ressurgimento do Death Metal entre o final dos anos 80 e início dos 90 (era dado como morto, pois estava ausente dos grandes veículos da imprensa especializada), bandas e mais bandas foram surgindo e formando cenas polarizadas, pois era a época em que Tampa (Flórida – EUA), Estocolmo (Suécia) e a Inglaterra estavam imperando. Mas mesmo sem ser referenciada como merece, a cena da Holanda sempre mostrou ótimos nomes no gênero, como Pestilence, Asphyx, Sinister e Gorefest. Só que há uma banda do país que mostraria o quanto a evolução pode ser benigna: o God Dethroned. Apesar do início um pouco preso ao modelo da época, a evolução que o grupo experimenta desde Ravenous é absurda, sempre incorporando elementos diferentes à sua música, sem perder sua essência. E Illuminati, recém-lançado disco novo do quarteto, vem mostrar que são uma das bandas veteranas que merecem estar no primeiro escalão!

A grosso modo, Illuminati é uma sequência musical lógica do que a banda veio fazendo em Passiondale, ou seja, o uso de melodias bem definidas (e mesmo acessíveis) em meio à brutalidade Old School de sua música. E como passo adiante, a presença de teclados e corais de vocais limpos estão presentes, mas sem tirar o foco do uso primário de vocais, guitarras, baixo e bateria. Ou seja, tudo nesse disco é uma evolução, um novo conjunto de possibilidades musicais que a banda vem mostrar, mas sem descaracterizar o que já se conhece deles.

A qualidade sonora do disco é perfeita, com a escolha por algo um pouco mais “seco”, o que permite a melhore definição de acordes, e assim, a compreensão do que se ouve é absoluta. Henri Sattler (engenharia, mixagem), Berthus Westerhuis (mixagem), e Hugo Alvarstein (masterização) realmente criaram algo que soa agressivo e rascante, mas que é limpo ao ponto das melodias serem bem compreendidas. E a arte é até mais simples do que a banda costuma apresentar, mas é eficaz, chamativa e marcante.

A abordagem Old School do quarteto é clara até na quantidade de música (9 no total), e Illuminati é um disco simples de se gostar nas primeiras audições. E se destacam a ambientação agressiva e ríspida da veloz “Illuminati” (o uso dos teclados ficou excelente, assim como as guitarras são impressionantes), as melodias cruas de “Book of Lies” (que é absurdamente linda, evocando um toque de melancolia evidente, e que ótimo trabalho de baixo e bateria), o jeito mais tradicional e triturador de ossos de “Spirit of Beelzebub” (que evoca o passado do grupo, mas sendo bem trabalhada, com a presença de corais ótimos), o jeito mais não ortodoxo de se fazer Death Metal de “Gabriel” (basicamente, influências de Post Punk e Post Rock surgem em profusão em certos arranjos, mas as melodias são acessíveis de uma forma até inédita para o grupo, sem mencionar que a ambientação é muito melancólica), e o jeito mais tradicional de “Eye of Horus” e “Blood Moon Eclipse” são as melhores para as primeiras audições, mas é provável que durante a segunda, o ouvinte já esteja grudado no disco. Pelos títulos das canções, percebe-se que o grupo aparentemente retomou temas obscuros, como era em seu passado.

A verdade é que Illuminati coloca o God Dethroned como um dos nomes mais fortes do Death Metal atualmente, e que está em uma fase exuberante enquanto alguns vivem de passado. E é um dos grandes discos do ano, provavelmente um dos 10 melhores (se os fãs pararem de ouvir bandas apenas pelo nome ou passado). E parabéns a Henri Sattler (guitarras, vocais), Michiel van der Plicht (bateria), Jeroen Pomper (baixo) e Dave Meester (guitarras) por criarem essa obra-prima em forma de música!

Facebook: God Dethroned
País: Holanda
Gênero: Death Metal/Blackened Death Metal
Selo: Metal Blade Records

Por: Professor Bones

PONTUAÇÃO: 10/10