Estamos às vésperas de um novo lançamento do Iron Maiden. A essa altura muitos curiosos já tiveram acesso ao material e sabem do que se trata. Sabemos que o nome sugere uma instituição do metal e não mais só uma banda e que um disco novo é um evento a se acompanhar.

Eis que então anunciado surpresa, surge “Senjutsu“, o décimo sétimo registro do sexteto britânico e uma das maiores potências do heavy metal.

Foram seis anos do último álbum até aqui. Distribuído em um disco duplo, a obra traz o Iron homenageando o Iron e se inspirando. Dito isto, tenha em mente que nada de tão novo surgirá em seus mais de 80 minutos espalhados em dez canções. Exceto trechos aqui e acolá, como a ótima “The Writing On The Wall“, um épico faroeste, com uma vibe muito rock n’roll e de grande refrão, além do ótimo solo e que vai arrancar coros nos shows. A sombria faixa título da abertura também traz novos ares de leve, e carrega a carga de abrir as portas muito bem! “Lost In a Lost World” é melódica e traz um teclado destoado do resto nas partes principais que dão certo incômodo.

Passado isso, o resto é o Iron cavalgado, com riffs e refrão literalmente grande, como “Stratego“, “The Parchment” e “Hell On Earth” que parecem saídas diretamente de uma sessão do “Powerslave“, e “Darkest Hour“, uma “Tears of the Dragon” repaginada.
O restante é a banda se referenciando nas fases 90 e início dos 2000.

Não é um disco de fácil digestão, no seu todo, e para sua captura completa, algumas audições repetidas serão necessárias, o que pode o fazer ser mais aplaudido num futuro, e ao mesmo tempo, pode causar um “amargo” em novos fãs ou os mais desavisados.

Posto essas observações de lado, “Senjutsu” é sim um bom trabalho do heavy metal e uma banda desse porte brincando consigo mesmo e presenteando os fãs com fatias de si para apreciação de várias gerações que os seguem. Não irá se tornar um clássico, mas pode sim se dizer que o Iron Maiden está mais confortável do que há dois ou três lançamentos anteriores.

NOTA 4/5