Caótico e intenso

Misanthropia é uma banda holandesa e “Convoy Of Sickness” é seu quarto trabalho full length – o grupo também possui em sua discografia outros três álbuns: “Rise Of Necropolis” de 2006;  “Slang Des Doods” de 2010 e “OMERTÀ” de 2016. O novo trabalho chegará às lojas via o selo Massacre Records no próximo dia 4 de dezembro.

Antes de falar das faixas é preciso ressaltar a incrível produção de “Convoy Of Sickness“, pois o som denso e brutal apresentado pelo Misanthropia em nenhum momento deixa de ser nítido e podemos perfeitamente distinguir todos os instrumentos e nuances entre as passagens. Realmente um trabalho que chama a atenção por sua qualidade; crédito a banda, que foi a responsável pela produção e é claro, para os conceituados Mike Wead (King Diamond, Mercyful Fate etc.) e Simon Johansson (Wolf, Soilwork), responsáveis pela mixagem e masterização.

A faixa título é uma introdução de pouco mais de um minuto com sons misturados entre batidas e elementos sintéticos, que prepara o clima para a desgraceira que está por vir e ela chega a toda com “Silent War”. A música possui um ritmo muito veloz em quase todo seu andamento e como eu já disse anteriormente se pode perceber cada instrumento soando limpo. “Pathological Desire To Kill” muda a atmosfera com uma intro calma, que permite que os rifes determinem a condução, que acelera mais uma vez. O baterista Hugo De Waal não tem dó do seu kit, principalmente dos bumbos, espancados quase o tempo todo. Um rife mais cadenciado coloca “Nicodemus Narcissus” para funcionar. A base é sólida e os arranjos são muito bem encaixados. Se você precisa de um ponto de referencia para entender o que é o Symphonic/Melodic Black Metal, esta faixa vai te colocar no horizonte correto.

Sorrow Made Flesh” tem linhas distorcidas e caóticas que funcionam muito bem e os vocais de Bram Koller parecem interpretar as frases como se estivesse contando uma estória. A música ganha em intensidade, principalmente durante e após o solo. “Aan De Herwijnse Zijde” é macabra, como se fosse a trilha sonora de um cortejo fúnebre e emenda direto em “The Unburied” com seu som obscuro, que alterna com velocidade de dobra espacial em varias de suas passagens.

Pensou que ia ter um refresco depois de tanta intensidade? Nem pense nisso, pois “The Eagle And The Hare” começa colocando os pescoços a prova mais uma vez. Uma linha vocal mais contida surge lá pelo meio da faixa, mas são só alguns instantes e o instrumental não para seu sistema demolidor por um segundo sequer. A imponente intro de “Roze Balletten” é recheada de rifes e de bumbos incansáveis. O arranjo funciona muito bem com as guitarras criando molduras para o andamento, enquanto a cozinha é extremamente eficaz. “Through The Eye Of The Needle” começa de forma singela com uma linha de baixo e piano ditando o ritmo, que mais uma vez ganha intensidade ao som de orquestrações. É uma faixa com quebradas mais incisivas do que em outras músicas e fecha o álbum de maneira bem caótica, como era de se esperar. 

Como já comentei a produção oferece uma experiência muito marcante ao ouvinte e os músicos desempenharam ótimos papeis. Talvez uma aposta em um pouco mais de variação em determinadas faixas causasse um efeito mais significativo, mas é apenas uma opinião. Confira e tire suas próprias conclusões.

Nota: 3,5/5

Tracklist:

  1. Convoy Of Sickness
  2. Silent War
  3. Pathological Desire To Kill
  4. Nicodemus Narcissus
  5. Sorrow Made Flesh
  6. Aan De Herwijnse Zijde
  7. The Unburied
  8. The Eagle And The Hare
  9. Roze Balletten
  10. Through The Eye Of The Needle

Misanthropia:

 Bram Koller – Vocals, Rhythm Guitars

Dennis Schoenmaker – Lead Guitars

Pepijn Heilbron – Bass

Thijs Mulders – Keyboard (Studio Musician)

Hugo De Waal – Drums

Fique ligado:

https://misanthropia-official.nl

https://www.facebook.com/666misanthropia

https://instagram.com/misanthropiaholland