DEBUT DA BANDA PÖSTVMÖ TRAZ ATMOSFERA OBSCURA, INTROSPECTIVA E PESADA
Com um Blackned Crust questionador com imensa influência da sonoridade oitentista, o álbum Prólogo é um convite à desolação e pensamentos profundos sobre a existência. Com a capa feita pelo artista Brum, foi lançado em julho de 2024, o álbum apresenta claras influências de Gothic Post Punk, Black Metal Extremo, Doom Metal e Post Black Metal.
A banda foi formada pela Frontwoman Gê Almeida, Debbie, Samuel e Marcelo em 2023 e atualmente conta ainda com Gustave na formação. A palavra Prólogo significa uma peça teatral ou seu início, mas também faz alusão à tragédia no teatro grego, à exposição da tragédia em forma artística e é basicamente essa densidade que vocês vão encontrar neste álbum.
O disco Prólogo já inicia no Fim, introdução do álbum que remete a um ritual religioso ao contrário, com uma essência obscura, densa e atmosférica, onde estranhos fragmentos de rezas de cidade de interior se misturam a gritos e sons desesperadores.
Fim é seguida pela canção Eu Sou A Verdade, onde punk e crust ditam a bateria e a letra cria uma provocação sobre a opressão do estado e religião. Há uma mescla entre velocidade e uma música soturna em tons de doom obscuro.
Em O Eterno Não Existe um grito como um uivo demonstra uma melancolia e a velocidade da bateria e a distorção da guitarra deixam claras influências do Black Metal Punk norueguês dos anos 90. Mais uma vez a marca registrada da banda com passagens lentas combinadas à velocidade e um belo solo de baixo. A letra evoca o vazio e os questionamentos da existência humana de uma forma desoladora.
Osculum Thanatos, o beijo mortal, fala sobre a morte e a música me fez pensar em minhas longas caminhadas pelo cemitério do Bonfim em Belo Horizonte e toda a história do metal mineiro dos anos 80. Os gritos desesperadores de Gê Almeida trazem uma intensidade única, falando sobre a Besta e a Nova Era, a música vai perdendo velocidade e fica cada vez mais parecida com os sons góticos e post punk dos anos 80.
Em Ateus, o nome fala por si. Ausência de religiosidade e de manipulação são as palavras-chave desse crust cadenciado que fala sobre liberdade. O refrão fica em looping na minha mente.
A faixa Filhos da Mão Esquerda traz uma sonoridade que é quase um Post Black Metal e é um deleite tanto para fãs desse estilo, quanto para quem curte um metal extremo mais clássico. Fica difícil escolher uma música favorita nesse disco, mas essa é a minha. A letra com tons de magia e com o bom e velho questionamento às bases da nossa sociedade hipócrita onde às vezes até mesmo nós do underground nos perdemos e contaminamos.
O único problema do Prólogo é que ele acaba. Já ouvi esse disco milhares de vezes e não me canso nunca. Para fãs de Vazio, Manger Cadavre, Sarcófago e Darkthrone.
RESENHA POR GERMÂNIA OPUS MORTIS
NOTA: 4,5 / 5