Estamos há poucas semanas de um novo lançamento do Trivium, e antes de chegarmos ao novo trabalho, revisitamos o registro anterior, lançado em 2017. A banda se firmou na cena metal como uma das melhores da atualidade, mostrando disco após disco que tinha bala na agulha pra trazer novo material e sempre mostrando sua evolução. Em 2015 lançaram um álbum mais morno, “Silence and the Snow“, que propunha mostrar um outro lado da banda, mais leve e melodioso, no fim resultando em um álbum apagado e sem muito carisma. Porém em 2017, a banda se redime com “The Sin and the Sentence“, uma obra complexa, cheia de melodias e tempos alternados, notas a milhão e vocais rasgados no que fez a banda ser reconhecida.

De cara a faixa título, “The Sin and the Sentence” aparece abrindo o disco de forma esplêndida, com um riff matador e agressivo bem ao estilo do heavy metal clássico, mesclado à um trampo de batera cheio de detalhes e de notas fuziladas pelo novo membro nas baquetas, Alex Brent, o quinto baterista da banda e faz o trabalho muito bem, pois o cara é animal, rápido e técnico, adicionando muito no som dos caras, com pedais duplos a milhão e blast beats a todo momento, mas sem soar cansativo. As dobras de guitarras continuam uma delícia de se ouvir, Matt Heafy continua animal com criatividade de monte em solos matadores e rápidos. Abre com um socão na cara do melhor modo!

 

Beyond Oblivion“, single do álbum, começa igual à um rolo compressor desgovernado destruindo o que se tem pela frente, a bateria tem um destaque enorme aqui na introdução e, na construção da faixa é absurdo quantos detalhes podemos notar a cada audição. A música tem uma quebra de ritmo nos versos de forma espetacular, para logo cair num refrão que gruda fácil e se torna uma das melhores do disco todo. É soberba a dinâmica de cadência dos caras aqui.

A próxima faixa é onde podemos ver mais destaque do baixo de Paolo Gregoretto, numa introdução dele com a bateria, mas logo some no meio dos demais instrumentos, o que é uma pena e um pequeno deslize do álbum. “Other Worlds” tem riffs pesados lembrando muito uma das maiores influências do Trivium, o Metallica. Matt explora sua voz em tons limpos e bem altos, e a dobra de guitarra com Corey Beaulieu é espetacular. Faixa bem do estilo “Vengeance Falls” de 2013, porém melhorada.

The Heart from Your Hate” alterna bastante entre momentos calmos e outros mais agitados, tem um refrão mais melódico muito bom. A faixa ainda conta com um solo divino, sendo talvez ser a faixa mais simples do álbum, mas ainda assim muito boa!

Betrayer” apesar de ter também um alto nível na sua composição, cheia de nuances de tempo e cheia de solos espalhados no decorrer, soou como a faixa mais chatinha do disco. Lembra alguma trilha de jogo do Super Nintendo, e tem um refrão meio enjoativo, salvo uma ponte antes dele que é muito boa.

Em “The Wretchedness Inside” as coisas voltam a ficarem muito boas. É pesada e cheia de groove, o gutural de Matt cai como uma luva aqui e preenche a faixa que é das melhores. Os riffs rápidos são matadores e fazem a cabeça não parar de se mexer hora nenhuma. Uma passagem pré solo daqui é matadora, pesada e com fúria é espetacular, e que solo dá temos aqui, mostra que não são mais garotinhos de uma bandinha qualquer, a coisa é séria! Do caralho a loucura que se tem nesse momento. Das melhores também.Endless Night” lembra de longe algo do Bullet for My Valentine, banda amiga dos caras do Trivium. A faixa é legal, é cantada de forma mais branda, tendo um instrumental mais calmo que as demais.

Logo entra “Server the Hand“, que começa com um ar mais lento pra logo chegar destruindo com um trampo de destaque, principalmente na bateria, com chimbais bem trabalhados e caixa dobrada. A faixa tem uma mudança brusca na levada em sua metade mostrando uma pequena veia prog que a banda tem, bases abafadas e pesadas são cuspidas em velocidade, e cai em um riff de dobra de guitarra fabuloso. Que solo! Beauty in the Sorrow” começa furiosa sem tempo de respirar, cai numa passagem mais cadenciada e tem um refrão gigante! As mudanças de ritmo são geniais. O solo nos leva numa viagem por notas. O que é essa quebra no meio de tudo?! Termina num loop que leva ao começo da faixa e alucina o ouvinte. 

The Revanchist” começa em alta e depois da uma acalmada no seu refrão. O riff é marcante, a quebradeira em sua metade pode dar nó no ouvinte e causar estranheza em primeiro contato, e termina com um banding bizarro, nas cordas, mas que casa perfeitamente e nos leva de volta a normalidade, é simplesmente genial.

Encerrando o disco temos “Throw Into The Fire” que é brutal, tem uma levada cadenciada e pesada, alternando em todos os ritmos que vemos circular pelo disco. Há dois solos na faixa e são do caralho, puro heavy metal da melhor qualidade. É um encerramento em alto nível!

Um ótimo trabalho de uma ótima banda, o Trivium mostrou que ainda tem muita lenha pra queimar e se manter como um grande nome e já nos deixa ansioso pelo que vem aí com “What the Dead Men Say“.

NOTA: 4,5/5

Formação:
Matt Heafy (vocais, guitarra);
Corey Beaulieu (guitarra, vocal de apoio);
Paolo Gregoletto (baixo, vocal de apoio);
Alex Bent (bateria).

Faixas:
01 – The Sin And The Sentence
02 – Beyond Oblivion
03 – Othrer Worlds
04 – The Heart From Your Hate
05 – Betrayer
06 – The Wretchedness Inside
07 – Endless Night
08 – Sever The Hand
09 – Beauty In The Sorrow
10 – The Revanchist
11 – Thrown Into The Fire