No melhor estilo da velha escola, porém modernos.

Os poloneses do Vader parecem ser uma constante para quem aprecia tudo o que mais existe de devastador no death metal. Apenas alguns segundos de “Shock And Awe” e já sabemos o que esperar. Uma pancadaria veloz, brutal, tão enérgica, que parece que a qualquer momento os alto-falantes acabarão sucumbindo à tamanha intensidade. É nítido que o som da guitarra e da bateria, esta muito mais pesado em comparação a qualquer trabalho anterior da banda, graças a mixagem de Scott Atkins, que já fez maravilhas com o Cradle of Filth.

O Vader nunca lançou um álbum ruim, em minha opinião, pois conseguiram manter um nível de consistência raramente visto em bandas com uma carreira tão extensa. O vocalista Piotr Wiwczarek, com sua voz estridente e distinta, faz questão que nenhum espaço dentro das melodias agressivas tenha algum tipo de vácuo, tudo é preenchido com DNA do mais puro death metal. Esse disco é um exemplo que uma banda da velha escola pode soar moderna sem perder sua identidade musical.

O primeiro single – e clipe – “Into Oblivion” mantém o ritmo iniciado com “Shock And Awe” com uma atmosfera sombria e uma bateria que parece uma metralhadora disparando para todo lado em meio à agressão. A curta, porém mortal “Despair”, lançada originalmente no EP ‘Thy Messanger’ ano passado, é totalmente grindcore no melhor sentido da palavra, uma verdadeira hecatombe.

Incineration of the gods” ganha muito peso e velocidade após um início cadenciado, sendo essa a parte mais ‘leve’ do álbum, se é que podemos falar assim. “Sanctification Denied” possui ganchos firmes e o trabalho das guitarras é fantástico, com melodias sutis e macabras. Em seguida temos um exemplo de metal visceral no melhor estilo da “Epidemic” do grande Slayer, a brutal “And Satan Wept”. Aos poucos a intensidade do ritmo vai aumentando de uma forma insana, que obriga o ouvinte a bangear. Sem perda de tempo entra “Emptiness” com simplesmente o melhor rife do disco. É impossível não se envolver com tamanha intensidade.

Já “Final Destination” é a mais simples definição de quinta marcha e pé no fundo. Velocidade é o que o Vader se propôs a fazer na faixa e o fez com muita propriedade. Na sequencia uma das músicas mais ‘ignorantes’ do álbum, “Dancing In The Slaughterhouse”. Uma pancadaria incontrolável alternando com um poderoso rife e solos rápidos. Uma maravilha, que termina com uma risada macabra.

Já quase no final temos outra faixa bem curta, “Stigma Of Divinity” e a pesadíssima “Bones” cheia de groove no melhor estilo ‘quebra pescoço’ e ritmo acelerado da metade para o final, um verdadeiro convite para inúmeros moshes.

Os fãs do tanque de guerra polonês realmente podem se orgulhar desse trabalho, que merece fazer parte da coleção de todo apreciador de música extrema. Compre, aumente o volume e deixe o Vader estourar seus auto falantes.

Nota: 4/5

Tracklist:

1.Shock And Awe

2.Into Oblivion

3.Despair

4.Incineration

5.Sanctification Denied

6.And Satan Wept

7.Emptiness

8.Final Destination

9.Dancing In The Slaughterhouse

10.Stigma Of Divinity

11.Bones

Vader:

Piotr Wiwczarek – Lead vocals/lead guitar

Marek Pajak – Rhythm guitar

James Stewart – Drums

Tomasz Halicki – Bass guitar