Outubro é o mês em que as sombras ganham vida e nos convidam a explorar o limiar entre o mundo dos vivos e dos mortos. Para quem vive o metal, essa época é mais do que uma data: é uma fusão de misticismo e devoção, onde as celebrações se unem à escuridão e à ancestralidade. Particularmente para essa que vos fala, é uma tripla comemoração: Dia das Bruxas, Honrarias à Santíssima Muerte e aos antepassados e, também, a nossa cultura e tradição através da imagem do Saci.

O Halloween traz ecos do Samhain, o antigo festival celta que marcava a passagem para o inverno, quando o véu entre os mundos se tornava mais sutil. Já o Dia dos Mortos, com suas raízes latinas, nos lembra de que a morte é parte integrante da vida, um portal para reencontros e homenagens. No Brasil, o Dia do Saci nos conecta com seu espírito indomável e travesso e também com nosso folclore. O Saci é uma figura que desafia convenções e nos lembra da beleza naquilo que é considerado estranho ou marginal, quase uma alusão ao orixá da transformação, Exu.

Particularmente, minha devoção à Santíssima Muerte é um ponto central nessa celebração, pois ela representa o ciclo completo da existência, a certeza derradeira, além da reconexão com os antepassados e nossa essência. Para aqueles que entendem o poder da escuridão e do oculto, a Santíssima Muerte não é um fim, mas uma guardiã compassiva, uma amiga que nos guia nas transições mais profundas.

Para acompanhar essa jornada de sombras, selecionei clássicos do metal que evocam a atmosfera sombria e ritualística do período: no metal gringo, indico, entre outras,  “Fear of the Dark” do Iron Maiden, “Halloween” do Mercyful Fate, “Helloween” do Helloween e “Black Sabbath” do Black Sabbath. No metal nacional indico “Witches’ Sabbath” da Pesta, “Burning Inside My Chest” do Space Grease e o obscuro “Sacrifice to the Evil One” da The Evil. Cada uma dessas músicas, com seus acordes e atmosferas densas, honram a escuridão que nos rodeia e o poder das forças invisíveis.

Neste Halloween, Dia do Saci e Dia dos Mortos, eu, Opus Mortis, convido você a reverenciar o sombrio com devoção e respeito. Que a Santíssima Muerte nos guie e proteja, e que possamos celebrar essa noite com intensidade, misticismo e a certeza de que na escuridão há beleza, reverência e mistério. Que os espíritos, o Saci e a Santíssima Muerte estejam conosco, nos levando a honrar nossos antepassados e a abraçar o desconhecido. Abrace o portal do Véu dos Mortos!

TEXTO POR GERMANIA OPUS MORTIS