Hey bangers! Amanda Basso na área, aceitando um convite que me deixou muito feliz: assinar o “Além do Óbvio” dessa semana, coluna magistralmente capitaneada pelo Gabriel Furlaneto. E o mais interessante desse convite é justamente falar de um amor que poucos sabem que eu tenho, que é o Van Halen.
Não vou me alongar muito sobre essa banda que tem o DNA tão forte da família Van Halen (os irmãos Eddie e Alex deram o tom sobre todas as diretrizes seguidas por esse quarteto mais que fantástico), a gente pode deixar para contar essa história lá no “Obra Comentada”, pode ser? Então, combinado!
O que eu selecionei aqui é uma lista que mostra além dos clássicos, além dos hits radiofônicos, além do usual. E olha que não foi simples, porque uma música de cada disco, apenas, é mais difícil que defender o 7×1. E eu ainda quebrei as regras (porque sou assim…) e coloquei duas a mais, afinal, o progenitor desta coluna me disse: “Amandinha, só 10 músicas, heim?!” Mas gente, a banda tem 12 discos. Pelo menos uma música de cada, né? Então, sem mais delongas, vamos lá!
Hello, baby!!!
VAN HALEN (1978)
Uma das melhores estréias da história do rock, esse début vem carregado de clássicos como: Running With The Devil, a releitura do Kinks – You Really Got Me e Ain’t Talkin’bout Love, além do “arregaço” Eruption. Óbvio que com um cartel desses você imagina que não precisa de mais nada, mas vai por mim, conheça: “I’m The One”, tenho certeza de que você não vai se arrepender.
VAN HALEN II (1979)
Como imaginar que a sequência de um lançamento tão incrível, poderia ser tão maravilhoso quanto! Essa sequência direta mostra uma certa fórmula nos hits, mas um mundo de possibilidades no restante do álbum. Minha indicação aqui é “Light Up The Sky”. Sabe aquele som que vai “te colocar pra cima”? Ouça ao acordar e seu dia começará radiante, mesmo com a certeza de encarar um trem lotado.
WOMEN AND CHILDREN FIRST (1980)
Terceiro álbum do quarteto, é mais obscuro, não é recheado de hits, mas de clássicos que atravessaram bem os anos. É o caso de And The Cradle Will Rock, Romeo Delight e Tora Tora. Ouça todas elas, inclusive “In A Simple Rhyme”, que tem uma das metáforas mais lindas da família Van Halen.
FAIR WARNING (1981)
Um bom aviso do que está por vir, esse disco abriga Unchained, que é uma das minhas músicas favoritas. Pode-se dizer que é um disco irmão do anterior, pois tem sonoridade e a proposta muito parecidas. Casa de Mean Street e Heat About Later também, aconselho demais que vocês conheçam “Dirty Movies”: uma levada sacana e muito gostosa para se curtir (principalmente a dois).
DIVER DOWN (1982)
Tiro meu chapéu para esse álbum porque ele competiu com pedradas históricas: Blackout (Scorpions), The Number of the Beast (Iron Maiden), Creatures of the Night (Kiss) e For Those About To Rock (AC/DC, que, diferente dos demais, foi lançado no finzinho de 1981) são só alguns exemplos. Se você gosta de Pretty Woman e não assimila essa música a Julia Roberts, tenha certeza de que esse disco é o culpado (aliás, o clipe é ótimo). Berço de músicas que envelheceram muito bem e só se embelezaram ainda mais, caso de Little Guitars. Mas, o que eu indico aqui é “Hang’em High“. Uma das favoritas de Eddie, ela é ótima para conhecer o que era o DNA Van Halen.
1983
Esse é o primeiro período da carreira da banda, onde eles ficaram mais de um ano sem lançar um álbum de inéditas. A culpa dessa “falta” é da tour que correu o mundo, a primeira grande excursão da família, que culminou na única passagem do Van Halen pelo Brasil, com shows em Porto Alegre, Rio de Janeiro e São Paulo.
1984 (1984)
Nome bem sugestivo. Para não ter erro, mesmo! Os teclados imperam e a banda aderiu. E se a gente fala de teclados e Van Halen, óbvio que falamos de Jump, mas como aqui vamos “além do óbvio”, a escolhida para você se deleitar é “Girl Gone Bad”. Nem pensem muito, só ouçam e aproveitem os pouco mais de 4 minutos e meio.
5150 (1986)
“Diamond” Dave Lee Roth sai da banda, o surfista dos cabelos dourados, Sammy Hagar assume, e que mudança de chave, bangers. A banda passa de música de festa para “presta atenção no que esses caras estão dizendo”. Saem de cena as comemorações de garotas com camiseta molhada e entram reflexões incríveis sobre a vida, mas sempre de um jeito muito positivo e otimista. Prova desse mix é Dreams, grande hit desse disco, além das baladas Why Can’t This Be Love e Love Walks In. Mas uma mistura do melhor de dois mundos é justamente essa: “Best of Both Worlds”, minha indicação. Conhecidíssima de quem teve o prazer de ir aos shows da tour, mas, incompreensivelmente esquecida pelas rádios.
OU812 (1988)
E seguimos numa sequência interminável de nomes de álbuns com números em seus títulos. Casa de Mine All Mine e When It’s Love, o que eu gostaria que você ouvisse é “Black And Blue”. Começa aqui uma fase um pouco mais séria do Van Halen, que desemboca no próximo trabalho.
FOR UNLAWFUL CARNAL KNOWLEDGE (F.U.C.K) (1991)
Anos 90 no comecinho e a sonoridade da banda começa a receber influências do meio. Toda aquela alegria festiva que o hard rock do Van Halen carregou por anos, aqui se transforma em algo mais sério, tons mais graves e sem tanto humor. Aqui temos uma canção de ninar. Sim, 316 foi feita para o pequeno Wolfgang, que tinha acabado de nascer, mas não é essa a minha indicação, mas, “Man On A Mission”: uma música que cresce de acordo com a letra. Incrível!
BALANCE (1995)
Meio da década no ar, e na tv Walcyr Carrasco emplacava mais uma Helena na tela: História de Amor, que trazia em sua trilha sonora um dos maiores hits que o Van Halen já produziu: Can’t Stop Loving You, que já fez muita gente gritar o refrão em todo lugar, inclusive no chuveiro. Mas não é ela nossa escolhida para representar esse disco tão esquecido no fundo da estante. Minha eleita é “Don’t Tell Me”. Uma confissão disfarçada de pedido de desculpas, com um lamento crescente que culmina numa nota que é quase um choro. Vale muito a pena se emocionar com os vocais de Hagar nessa obra.
VAN HALEN III (1998)
Não, não é o terceiro álbum da banda, mas o terceiro a ter seu nome como título, o que faz entender que, neste trabalho, em especial, os irmãos Van Halen teriam mais domínio criativo que nunca. Mais uma troca de formação, e Gary Cherone (vocalista do Extreme) assume os vocais de uma forma bem neutra. O nome deste álbum indica que ele não mudará de identidade como no caso da troca anterior (de Lee Roth para Hagar), e embora ele seja bastante controverso, com algumas músicas genéricas, beirando ao esquecível (para o padrão Van Halen), minha escolha aqui é “Josephina“, que é uma história linda, baseada na Cinderella. Considero essa canção mais emocionante ao vivo, porque ela não tem o preciosismo e nem a tensão existentes em Year to the Day, por exemplo.
A DIFFERENT KIND OF TRUTH (2012)
Mais uma mudança na formação. Com a saída de Cherone, uma pausa e o retorno da formação original com Diamond Dave nos vocais. Mas isso não durou muito, e logo Michael Anthony tirou o seu Jack Daniels bass da estrada, para a entrada de Wolfgang Van Halen. E para coroar essa formação A Different Kind of Truth foi feito. E minha eleita para levar esse legado é “Blood And Fire”. O disco é inteiro nada óbvio, pois nem o single Tattoo foi tão divulgado. Mas fica valendo o que eu indiquei.

No decorrer da carreira, o Van Halen lançou músicas que não estão presentes em nenhum álbum de inéditas, como é o caso de Humans Being, de 1993, que está presente na trilha sonora de Twister (1996). Mas ela, Can’t Get This Stuff No More e Me Wise Magic (todas inéditas da fase do David Lee Roth) foram lançadas na coletânea Best Of VH Vol 1.
E é com essa trilha sonora maravilhosa que eu me despeço de vocês por hoje, bangers. Espero que tenham curtido e que se interessem em buscar mais pela banda, porque o material é de primeira. E gostaria de agradecer ao Gabriel Furlaneto, por esse convite tão bacana e nada óbvio!
Texto por: Amanda Basso