Death #3 – Leprosy (1988)

“O elo entre a brutalidade juvenil e a sofisticação do futuro progressivo”

NOTA: 4/5.

Depois de Scream Bloody Gore, que foi feito absolutamente nas cochas, Chuck voltou para a Flórida, onde se reuniu com seu velho amigo Rick Rozz e juntos recrutaram o baixista Terry Butler e o baterista Bill Andrews para integrar a primeira excursão como banda. Agora, melhor assessorados, o quarteto foi instalado nos famosos Morrisound Studios na cidade de Tampa, com o futuro maior produtor do gênero, Scott Burns (neste álbum, ele atuou “apenas” como engenheiro de som), onde juntos, trabalharam no segundo disco.

Leprosy deu um salto de qualidade em relação ao trabalho anterior. E apesar de  os músicos já estarem melhores ainda precisavam lidar com algumas desconformidades. De acordo com as fontes, o guitarrista Rick Rozz era o único que não teria evoluído em seu modo de tocar, tornando-se incompatível com a crescente habilidade dos demais. Além disso, demonstrava desinteresse pela banda. Mesmo assim, curiosamente, R.R. escreveu a única música do Death que não foi composta pelo próprio Schuldiner (Primitive Ways). Mas não teve jeito, logo foi substituído por James Murphy, mais talentoso, porém, não permaneceria mais do que um ano dividindo as guitarras com Chuck. Ele resolveu embarcar numa aventura que o levaria à bandas como Obituary, Testament e outros grandes nomes da música extrema atualmente. De toda forma, segundo as fontes, contribuiu bastante para o disco seguinte.

Leprosy é como o elo que conecta a brutalidade juvenil de Scream Bloody Gore e a sofisticação do seu futuro mais progressivo. A audição deste material com a finalidade de análise é uma condição interessante. Ver-se que há espaço para todos os elementos da música extrema: de um lado, ritmo alucinante e reviravoltas abruptas; de outro, composições mais longas e passagens mais técnicas.  […] A parceria entre Dan Johnson (produtor) e Scott Burns (engenheiro) gerou um resultado que destacou o que a banda tinha de melhor pra oferecer naquele momento de sua evolução: a agressividade. Os riffs cortam os alto-falantes como lâminas de dois lados, a bateria super brutal conduz o ritmo com precisão e, ainda assim, o baixo pode ser ouvido claramente. Sem dúvida, uma fusão planejada e bem executada de crueza e refinamento. Esse álbum pode ser considerado um parâmetro para todos os discos lançados naquela época.

:: A arte da capa é de autoria de Edward J. Repka, conhecido pelos trabalhos com 3 Inches of Blood, Atheist e Megadeth, entre outras.

BANDCAMP: DEATH BAND

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⇒ Texto originalmente publicado no blog Esteriltipo.

Edição revisada.