Peso e velocidade a serviço da fé

Quando os primeiros acordes de End Of Days explodiram no alto falante pensei se tratar de uma música mais cadenciada, priorizando o peso porém sem um ritmo que desse para “bangear” direito. Felizmente eu estava enganado, pois essa canção é um excelente cartão de visitas do novo disco, uma cacetada na orelha de fazer inveja ao velho e bom Judas Priest. Com os caminhos e a mente devidamente abertos surge Unforgivable, essa sim um pouco mais cadenciada e lembrando o riff de Shout of The Devil do Mötley Crue. A faixa título é outro destaque, com seu belo refrão a la Bon Jovi em sua boa forma. Betrayed By Love mantém o clima oitentista, numa semi balada cuja estrofe lembra Life Goes On do Poison. Destaque para o belo solo de Michael Sweet e a linha de baixo precisa e perfeita de Perry Richardson. Loves Symphony tem um refrão cansativo apesar do instrumental esplendoroso e solo de guitarra arrebatador.

O Stryper deixa claro suas influencias e aqui fica claro que o Iron Maiden é o homenageado da vez. Em seguida, o clima antes  soando mais hard/glam, pesa novamente com Trinity e sua intro meio prog. A canção em si segue a linha heavy de outro clássico da banda, o sensacional Soldiers Under Command de 1985. Todo o disco é permeado por um clima reflexivo, como a lindíssima balada Rhyme Of Time, onde Michael mostra todo seu bom gosto pra compor, escrever além de desfilar toda sua técnica e potencia vocal. O Hard Rock oitentista dá as caras novamente na ritmada Raptured, que nos faz ter uma vaga idéia do que aconteceria se Nuno Bettencourt resolvesse fazer um tributo ao Winger.

Grateful tem ar moderninho e agradável, podendo perfeitamente fazer parte de algum disco solo de Michael e apesar do refrão meio xaroposo e sem graça é uma boa canção. A mais fraca do disco, Divided By Design é feita apenas pra quem começou a curtir metal de 2020 pra cá, pois soa pretensiosa e nada original, com sabor de comida requentada. Fechando o disco, uma das melhores canções já composta pelos caras: Imperfect World, que tem uma levada no estilo do clássico Where Eagles Dare do Iron.

O Stryper prova com esse disco que aposentadoria nem passa pela cabeça dos caras. E um disco fabuloso que nos faz ansiosamente aguardar pelo próximo e por uma turnê mundial. Se você não vibrar ao escutar esse disco, talvez o novo do Melim seja mais a sua praia. Glórias a Deus pelo discaço dessa banda poderosa.

RESENHA POR DIOGO FRANCO

NOTA: 4,5 / 5