Phil Anselmo e sua banda desencadeiam uma tempestade sonora infernal com Gold, o primeiro álbum completo do Scour, que foi lançado pela Nuclear Blast Records no dia 21 de fevereiro de 2025. Com treze faixas incendiárias, o disco apresenta uma fusão brutal de death, grind e black metal, resultando em uma experiência intensa do início ao fim. A formação do grupo conta com Phil Anselmo nos vocais, Derek Engemann e Mark Kloeppel nas guitarras e backing vocals, John Jarvis no baixo e backing vocals, e Adam Jarvis na bateria.
Embora o álbum não traga elementos sonoros de bandas como Lock Up, Pantera, Misery Index ou Agoraphobic Nosebleed, a proposta do Scour é criar composições extremamente pesadas e profanas, que conquistam o ouvinte instantaneamente.
O álbum começa sem cerimônias com “Cross”, um ataque implacável de tremolo picking e blast beats, deixando o ouvinte sem tempo para se preparar. A mistura de black e death metal cria uma atmosfera sombria e violenta. A precisão na execução impressiona, com mudanças de ritmo entre riffs agressivos e bateria esmagadora que hipnotizam e dominam completamente.
As guitarras, cruas e cortantes, remetem ao black metal norueguês clássico, mas a qualidade da composição dos riffs em Gold é excepcional. Em “Blades”, o Scour executa um dos momentos mais brutais do disco, combinando agressividade e precisão em uma estrutura direta e avassaladora. A maior parte das faixas mantém essa abordagem sem rodeios, com vocais que transitam entre berros agudos, grunhidos profundos e urrados bestiais, trazendo um autêntico sabor de blackened death metal.
“Infusorium” entrega um ataque feroz com shrieks dilacerantes e riffs velozes, repletos de fúria. A atmosfera da música é densa e provocativa, trazendo uma mistura de melodias macabras e agressão visceral. A fusão entre brutalidade e técnica faz com que o disco se destaque, proporcionando uma experiência intensa e memorável.
Após a breve ambientação instrumental de “Ornaments”, o álbum entra em um de seus momentos mais impactantes com “Coin”. A faixa mantém um ritmo implacável, enquanto os vocais cavernosos e os riffs gélidos criam uma sensação de desespero e caos absoluto. A estrutura da música flui como uma praga devastadora, misturando tremolos cortantes com uma seção rítmica sufocante, tornando-a um dos destaques do disco.
Gold é um álbum que vai atrair qualquer fã de metal extremo. Faixas como “Evil” e “Devil” são pura agressividade, carregadas de fúria e precisão cirúrgica. Os riffs rápidos e cortantes aliados à bateria explosiva criam uma atmosfera demoníaca que prende o ouvinte do começo ao fim.
A sonoridade do álbum remete aos gigantes do black metal escandinavo, como Dark Funeral, Mayhem e Gorgoroth. A frieza e o peso das composições trazem um clima mórbido e implacável, sem abrir espaço para momentos fracos. Pelo contrário, o Scour aposta em riffs marcantes e ataques brutais de guitarra, mantendo a intensidade do começo ao fim. Mesmo em faixas como “Hell”, onde o ritmo desacelera levemente, o trabalho de guitarra se sobressai com influências do Emperor, trazendo uma pegada épica e densa.
“Invoke” é uma verdadeira ode ao black metal, repleta de riffs sinistros e bateria impiedosa. O refrão exala uma energia diabólica, transmitindo uma mensagem profana sem pudor algum: ALL HAIL SATAN!
A faixa-título, “Gold”, é a mais longa do álbum, ultrapassando quatro minutos, e sintetiza perfeitamente o ataque sonoro do Scour. As guitarras entregam uma fusão gélida de agressividade e atmosfera opressiva, trazendo tremolos cortantes e uma energia demoníaca que mantém a essência do black metal norueguês.
O disco se encerra com “Serve”, uma explosão de black/death metal carregada de brutalidade. A atmosfera sinistra se mantém até o fim, com guitarras afiadas e bateria esmagadora, enquanto os backing vocals adicionam um efeito infernal às composições. Os vocais triplicados e a pegada de bateria mais cadenciada dão um toque ritualístico à música, capturando perfeitamente o espírito do black metal escandinavo.
Gold promete ser um dos grandes álbuns do metal extremo do ano. Brutal, direto e sem concessões, o disco reafirma o Scour como uma das bandas mais intensas da cena atual. Se você busca um álbum feroz, repleto de riffs cortantes, vocais demoníacos e bateria explosiva, Gold é uma escolha obrigatória.
Nota: 5/5

