
Nesse domingo, a clássica Areninha Cultura Hermeto Paschoal, em Bangú, na Zona Oeste Carioca, um local distante do Centro e de qualquer ponto, o acesso é até relativamente fácil, mas a distância com certeza poderia afastar muitos, mas não foi isso que vimos ontem. O Aliança 2025 foi marcado por uma massiva presença do público carioca, mas com famílias inteiras, no qual alguns, já estiveram envolvidos no evento em suas edições anteriores, com seus filhos, outros eram fás mesmo, no qual levaram seus filhos, criando um clima lindo ao evento inteiro.
Ver crianças andando de patins, correndo e brincando, conversando com os músicos e curtindo os shows foi simplesmente lindo. Uma cena que me emocionou, em especial, foi a do Johan, que possui autismo e da Síndrome de Cri Du Chat. Com seus 14 anos, usando protetor de ouvidos, ele curtia o evento com um sorriso estampado no rosto, vivendo tudo aquilo com sua blusa do Ágona. Era nítida a felicidade em sua expressão: vê-lo sendo tocado pela música, extremamente feliz, vibrando do seu jeito e apenas curtindo, sendo criança. Isso explica e traduz exatamente o que o Aliança se propõe a ser.
Mesmo chegando mais tarde do início do evento, o que foi uma grande pena, pois perdemos algumas bandas, que temos certeza que fizeram apresentações incríveis, vejam abaixo qual foi a ordem das apresentações com os seus horários e daí, iremos começar a falar o que vimos e já adianto, a qualidade estava altíssima.
Sabendo desses horários, ao chegarmos na casa, por volta de 18:40, vimos o Austera, banda formada por Pedrito Hildebrando (vocal/baixo) e Luiz Mallet (guitarra), ambos ex-membros de uma das maiores e melhores bandas do Black Metal Carioca, Vociferatus. Ismael (bateria) completa a formação da banda e foi uma ótima chegada, pois o Hardcore deles, no qual flerta muito com o Black Metal mais atmosférico, tendo passagens belíssimas e altamente atmosféricas, somadas a um caos monstruoso com a violência do seu Hardcore. Que lindo cartão de visitas ao evento!
Logo após esse belo show, já iríamos para o outro palco, como é sempre clássico no Aliança, dois palcos, um show atrás do outro, dessa vez iríamos ver o DarkTower, o Black/Death Metal que, conforme já anunciamos (leia aqui) e trabalhando o seu último lançamento, Obedientia, um disco que dispensa apresentações, bem como a o próprio DarkTower, a banda que na sua formação conta com Flávio Gonçalves (voz), Rodolfo Ferreira (baixo), Nonu Pirozzi e Rafael Moraes (guitarras) e Gabriel Bastos (bateria) entregaram um set com músicas já clássicas no Underground Nacional e ainda mais no Carioca, com uma apresentação super firme, poucos problemas no som, somente um momento no qual uma microfonia quase suprimiu o som, mas nada que tivesse apagado a apresentação de uma banda redonda, incrível!!
Voltando ao palco externo, eu iria presenciar uma das apresentasções mais incríveis no qual, aquele que frequenta o Underground Carioca, o Ágona entregou energia, qualidade e um peso descomunal, a banda que é formada por Alan Muniz (vocal), Leonardo Milli (guitarra), Rafael Ferraz (baixo) eTurko Ouriques (bateria) se apresenta de forma forte, pesada, com riffs precisos, o baixo fretless tocando muito alto e a bateria perfeita, mas, como sempre, o pequeno em tamanho, mas um colosso em palco, Alan Muniz é um vocalista exemplar, que é forte, é simplesmente impossível ver um show do Ágona e não se impressionar com a postura do vocalista em palco, impossível, ele vira um gigante, muito bom! A apresentação baseada nas canções oriundas do Antropo e do Essencial Putrefação foi incrível, ainda lançaram uma nova música no festival, eles foram incríveis.
Voltamos para o Palco 1, estaríamos frente a frente com o trator oriundo do “Terceiro Mundo”, como eles mesmo falam e o LAC subiu no palco estreiando o seu novo baterista, Fernando Urubu (Sangria) chegou com tudo para fortalecer Jonathan Cruz (voca), Leandro Pinheiro (guitarra) e Arthur Chebec (baixo) e como esperado, a banda foi demolidora! Focado em seu último disco, Limbo, o LAC fez um show simplesmente insano, com músicas como HellFire, Narcohell, Third World Slavery e outras, eles, mais uma vez, provaram porquê são a força que são.
Fechando o palco 2, iriamos ter o Vox Mortem, banda essa que, mesmo depois de ter mudado um pouco de formação, que agora conta com Jean Rezende e Esaú Xavier(guitarras), Rafael Leone (baixo e vocal) e Flávio Monteiro (bateria) apresentaram um som, calcado no seu Thrash Metal que tem o jeito clássico, mas eu diria, em termos mais simplórios, que a banda tem um “tempero a mais”, pois o som deles é muito certeiro e fez o pessoal curtir ainda mais o show. A banda focou a sua apresentação em suas composições já lançadas e ainda nos mostrou o que há por vir no próximo lançamento da banda, Duality e o apresentado muito agradou esse que vos fala. Maravilhosa a banda, grande apresentação.
Logo após o show do Vox Mortem o Velho viria a encerrar o evento, mas dados os atrasos o horário ficou bem avançado e acabei indo embora, mas com certeza a banda fez uma apresentação à altura do evento, com o seu Black Metal ríspido, direto e rápido, a banda fechou com chave de ouro o Aliança desse ano e já sabemos que a edição de 2026 do evento está sendo produzida, então desde já convidamos todos a comparecerem ao evento, que, além de contar com um cast maravilhoso, enche o seu coração, pois ver famílias inteiras, seguras e curtindo um evento de Metal Extremo, as nuances da agressividade do som com os iluminados e felizes faces infantis, independente do seu problema, independente da situação, estavam felizes curtindo o evento e esse ponto é um dos grandes diferenciais do Aliança. Que evento incrível, que evento incrivel.
Fique abaixo com a Galeria de Fotos do evento, todas elas feita por Ian Dias.


































































