2023 é o ano de retorno do Carnaval, um ano no qual a folia finalmente voltaria para as ruas, tanto do Rio de Janeiro, como do Brasil inteiro, tentando superar o clássico Carnaval de 1919 (pra saber dessa história, clique aqui) e esse ano foi incrível, muitos blocos, muitas risadas e todos tem histórias muito positivas para todos e pra melhorar a história do meu carnaval de 2023, nada como ter um puta evento de Metal para encerrar o Carnaval e esse foi o Attitude Metal Fest, que aconteceu simplesmente na melhor casa de shows, o Circo Voador, na Lapa, o bairro da Boêmia Carioca recebe mais uma vez o Bloco dos Camisas Pretas na sexta-feira, no dia 24 de Fevereiro (lê-se a última sexta feira do Carnaval) para esse evento que, reuniu ótimos nomes do Underground Nacional, nomes como o Clava, Sangue de Bode, Gangrena Gasosa e os gigantes do Death Metal Nacional, Krisiun estavam no Circo Voador.
Chegando a casa e resolvendo a entrada (foi complicada, mas isso a gente deixa pra lá), entrei na casa e o xClavax estava começando o seu set, todo baseado em seu trabalho autoral, a banda, que vale lembrar, é Straight Edge e com cunho altamente engajado politicamente já estava dando o seu recado, em um Hardcore/Metalcore bem feito para um car******!! Eles mostram porquê cada vez mais, nós, do Underground, necessitamos prestar atenção ao nosso cenário, a banda é de uma competência inacreditável e um peso desscomunal, o a banda tinha uma presença de palco maravilhosa, destaco o baixista que estava, literalmente, entregando TUDO, se jogando demais no show, bem como o vocalista, que não se mantinha quieto e não deixava a “peteca” cair, em momento nenhum, que banda hein, que banda.
Logo depois de um tempinho, aquela alteração de palco, desce o pano de fundo do Sangue de Bode, a banda Carioca, oriunda da Região Serrana no Rio de Janeiro, no final de 2017, sobe João Pedro Oliveira (vocal), Gabriel Fontes (guitarra), José Luis Ferraz (baixo) e Gabriel Sinuê (bateria) e começam um ataque ultrassônico em nossos ouvidos, com o seu Black Metal diferenciado, com algumas levadas de Metalcore e Breakdowns dignos de quebrar o pescoço de qualquer um, o Sangue de Bode executou diversas músicas de sua carreira, revisitando o seu primeiro single Comendo Lixo e músicas do maravilhoso A Sombra que me Acompanhava era a mesma do Diabo e Seja Bem – Vindo de Volta a Cruz, faixas como Messias de Merda, A Praga Humana, Necroprimata e outras compuseram o set da banda, que foi simplesmente matador e eles entregaram um show incrível e mostram mais uma vez como temos que olhar para o nosso Underground. Infelizmente, para o xClavax e o Sangue de Bode, a casa ainda estava beeeeeeeem vazia, mas isso muda, um pouco, mas muda.
Depois da destruição do Sangue de Bode, mais uma troca de palco acontece e já vemos aqueles apetrechos bem respectivos ao Metal e Macumba (que é Gostoso Demais) e o público em uma forma gigante começa a entrar no Circo Voador, ou seja, já estava chegando a hora do Gangrena Gasosa ia começar o seu show e vamos combinar, o show dos caras é simplesmente INCRÍVEL!! Angelo Arede e Davi Stermiun (vocalistas, Zé Pilintra e Omulu, respectivamente), Minoru Murakami (Guitarra – Exu Caveira), Diego Padilha (baixo – Tranca Rua), Gê Vasconcellos (percurssão – Pomba Gira Maria Mulambo) e Alex Porto (bateria – Exu Tiriri) sobem ao palco tocando o seu single Rei do Cemitério e a clássica Surf Iemanjá, músicas novas como o single Headboomer e Boteco – Teco, bem como os clássicos da banda, Se você gosta de Iron Maiden, também gosta de KLB (ainda sonho com um encontro das duas bandas tocando essa música), Eu Não Entendi Matrix, Centro do Pica Pau Amarelo, Se Deus é 10, Satanás é 666, entre muitas outras que compõe a extensa carreira da banda e repito, se você nunca teve a experiência de “tomar um banho de farofa” durante o show do Gangrena Gasosa ou simplesmente ir ao show e curtir a sua extensa carreira, vá, é uma apresentação simplesmente incrível, com a banda tocando, dançando e se divertindo em todos os momentos da sua apresentação, é com as piadas do irreverente Angelo “Zé Pilintra” Arede, que não se contém e faz piada com tudo. Na sexta-feira, o vocalista virou pro pessoal da Iluminação e mandou: “pow, pro pessoal da Iluminação, vai com calma nos Strobos aí, sabe coé né, aqui é todo mundo velho, daqui a pouco vai dar uma crise de labirintite em nóis, já era…” e na sexta-feira ainda tivemos um adendo muito especial, o baixista Diego “Tranca Rua” Padilha completava mais um ano de vida e no final do show, o vocalista Angelo “Zé Pilintra” Arede puxou um Parabéns Pra Você, que foi super bem respondido pelo público local e ainda teve um bolinho depois, ou seja, foi um showzaço e com uma homenagem mais do que merecida, um showzaço.
O bolinho para o querido Diego “Tranca Rua” Padilha e deixamos aqui nossa homenagem, parabéns gigante.
Depois do maravilhoso show da Gangrena Gasosa, a máquina de fazer Death Metal, os irmãos mais extremos do mundo, entrariam em ação mais uma vez no templo sagrado Carioca. O Krisiun solta a intro e o gigante Alex Camargo (vocal e baixo) manda a clássica frase: CIRCO VOADOR, O KRISIUN ESTÁ AQUI e o riff do clássico Kings Of Killing é executado por Moyses Kolesne (guitarra) e Max Kolesne (bateria) já mostra porquê é considerado, pelo mundo, um dos gigantes do estilo. Não sei quantas vezes eu já vi o Krisiun ao vivo, mas é sempre incrível ver como eles conseguem entregar um show intenso, pesado e perfeito. Você é dominado por uma massa sonora de caos e destruição e que ficar parado é quase impossível de ficar parado. Show do Krisiun é certeza de que teremos o melhor do que o Death Metal Nacional já entregou ao mundo.
Scourge Of The Enthroned é tocada e ovacionada por todos, que não param de agitar um momento na roda, tinham outros, como eu, prestando atenção, mas sempre mexendo alguma parte do corpo, agitava com as músicas. Olha que trinca matadora: Bloodcraft, Descending Abomination e Combustion Inferno fizeram a gente ter a certeza que esses caras não vem pra brincar não, vem pra mostrar o porquê o Krisiun é a banda que carrega com muita maestria a bandeira do Brasil pelo mundo. Alex Camargo, sempre que pode, desfila a sua simpatia, agradecendo e reiterando como é bom estar, mais uma vez, no Circo Voador e vem com o clássico Vengeance´s Revelation, que foi super bem recebida pelo púlibo presente, que interagia demais com a banda e depois que eles executam Necronomical e Apocalyptic Victory, a banda detona com o clássico do Motörhead, Ace Of Spades.
Depois dela Alex informa que a gente já ia se encaminhando para o final do concerto, que contou com mais uma belíssima e devastadora trinca: Blood Of Lions, um clássico já nos shows, mas sempre muito bem recebido, Serpent Messiah, oriunda de Mortem Solis, seu último lançamento, que é um hiper disco e pra encerrar a noite, vindo direto dos anos 2000, uma das músicas que fizeram o Krisiun ser quem são: Hatred Inherit foi executada e assim terminava o show dessa gigante banda e a primeira edição do Attitude Metal Fest, que teve uma boa adesão do público Carioca, no geral, já que estamos falando do período de carnaval e sempre muitos viajam e o que eu mais achei legal, foi ver um público mais jovem, que tinha, em sua maoria, uma média de 20 à 30 anos, o que é muito legal, pois estamos percebendo uma mudança, uma renovação dentro do cenário do Heavy Metal Carioca, isso nos enche de esperança. Quero aqui deixar o meu muito obrigado à produção do Attitude Metal Fest, que, desde o início, foi super solicito conosco e nos credenciando para a cobertura do evento e ao Circo Voador pela estrutura e todo o atendimento dado.