Sexta feira, um show no qual eu serei extremamente sincero com todos vocês, eu esperava muito menos público do que eu vi, não nego que, coloquei os nomes à prova e, tanto a Crypta, como o Surra, DarkTower Klitoria provaram que, o Underground Carioca está mais vivo e forte do que nunca, com um publico que, sinceramente, me surpreendeu e provou que o Rio de Janeiro está mais vivo do que nunca e muito disso vem da perseverança e obstinação das produtoras Cariocas, em produzir e trazer bandas pra cidade e por isso, muito obrigado.

Então vamos lá, uma noite completamente Underground Nacional tomou o Circo Voador na sexta feira, 3 de Novembro  e tivemos um belo comparecimento do público, tendo pessoas até de longe da Capital comparecendo para ver apresentações de qualidade, o Klitoria, banda que tem uma mistura interessante de Punk, Hardcore, Surf Music e muita energia em palco. A banda, que é de Niterói (vulgo minha terra), fez um show maravilhoso, a baterista e vocalista Malu tem um vocal ótimo e que acompanha o intenso baixo da Aline, essa que ficou muito parada em palco, contrastando demais com os guitarristas Brayner Arthur, mas no final do show, o guitarrista Brayner passa sua guitarra para o guitarrista Leonardo finalizar o show, que foi intenso no palco, se movimentando muito e tocando as suas músicas, que aqueceram aqueles que já estavam no Circo Voador, bela banda e apresentação muito consistente, a Klitoria ainda escreverá seu nome na história do Underground Carioca, com certeza, vejam a banda ao vivo, será um deleite.

Depois de um tempinho de troca de palco, vejo os escudos de uma das instituições Cariocas do Black/Death Metal em palco, então iríamos ver o DarkTower em ação, banda que dispensa apresentações, Flávio Gonçalves (vocal), Rafael Morais e Nonu Pirozzi (guitarras), Rodolfo Ferreira (baixo) e na bateria, nessa sexta feira, o monstro Gabriel Bastos, que cobriu a vaga do baterista da banda, que infelizmente não pode tocar na sexta e, de acordo com a banda, em uma semana levantou um setlist matador e o tocou com uma perfeição única!! Pra quem, como eu, conhece e acompanha o DarkTower, sabe que eles não brincam em serviço e abrindo o show com The Carnal Splendour, eu já sabia que teríamos uma apresentação animal e não foi diferente, Dawn Of Darkened Times foi tocada, música do primeiro disco que, pra mim, é um dos clássicos do Underground Carioca. O recado do DarkTower é dado e God Above Nothing é tocada e esse recado é claro até pra quem curte a banda e está do lado errado da história, pois eles não seguem essa linha “obediente”, e depois dela, a faixa título do último disco, Obedientia foi executada e o show, mesmo curto (40 minutos de palco, mais ou menos), eles fecham com Human Like Fire Blood Harvest, mostrando o porquê eles arrastam gente aonde anunciam show, que banda em palco, que belíssima apresentação.

Mais um tempinho de troca de palco e amigo, o negócio agora iria ficar ainda mais agressivo, já que o Surra, o grande nome do Crossover Thrash Nacional, sobe em palco para passar rapidinho o som e já ostenta a bandeira da Palestina em palco, ou seja, não precisamos entrar na seara pois o recado, silenciosamente já tinha sido dado, mas quando eles começam o seu set, que em 1 hora e pouquinho, tocaram 22 músicas de letras ácidas, diretas e claras à situação política no qual o Brasil viveu e, infelizmente, sabemos que diversas letras do seu set, como Escorrendo pelo Ralo, Bom Dia Senhor, Parabéns aos Envolvidos, Ultraviolência, entre diversas outras, o Power Trio Santista levou o público presente à loucura, fazendo pela primeira (e única) vez que tivemos aquela infestação de pessoas subindo ao palco, agitando e pulando, os mosh pits foram ainda mais insanos durante o show do Surra, que seu som é perfeito para toda a movimentação no qual já estamos acostumados e com uma bela comunicação, a banda fez um showzaço, liberando o microfone até para que alguns fãs assumissem os vocais e cantarem as suas letras, com momentos super legais, um show incrível e com uma energia única, vale demais assistir essa bela banda e, depois do show, conversando com alguns, eu vou deixar aqui, temos no Surraum dos grandes nomes para “subsitituir” o Ratos de Porão no Circo Voador.

Agora chegou o momento, o grande nome da noite, a banda que acabou de nascer e estaria tocando, pela primeira vez no Rio de Janeiro e no palco do Circo Voador, realizando o sonho de uma das membras da banda, a Crypta, expoente Death Metal do Brasil, formada por Fernanda Lira (baixo e vocal), Jessica di Falchi Tainá Bergamaschi (guitarras) Luana Dametto (bateria) sobem ao palco para apresentar Shades Of Sorrow, novo disco da banda (resenha dele aqui) e já abriram o show com The Other Side Of Anger, que é um puta sonzaço e que funcionou muito bem ao vivo, logo depois Kali, do disco de estréia Echoes Of The Soul é executada e a banda começa a ganhar o seu público ainda mais e com o andamento do set, a galera se entregou por completo ao Death Metal da banda, que em palco (e fora dele também) desfila simpatia e um contato incrível com o público, Fernanda Lira e suas poses ímpares estavam com tudo, ela dançava e bangueava sempre, Jessica di Falchi não consegue parar de rir em palco, mostrando a felicidade dela, Taina tem aquela face mais fechada, mais séria, mas se diverte também em palco, como em um momento do show, no qual a música tinha uma longa passagem de baixo da FernandaTainá Jéssica correm pro meio do palco e fazem uma piada, jogando Jo Ken Po (Pedra, Papel, Tesoura) e a Luana Dametto é incrível, ela é um coração forte na banda, como bate forte e ao mesmo parece fazer tudo parecer fácil. Diversas canções do disco novo foram tocadas, como The Outsider, Lord Of Ruins, Trail Of Traitors, todas elas com respostas inflamadas da galera e o show delas foi incrível, pra encerrar, a maravilhosa e empolgante From The Ashes, que fez o encerramento ainda mais lindo e Fernanda ainda ficou um tempo em palco, atendendo diversos fãs, tirando foto e brincando com eles, um exemplo.

Crypta é o nome do Death Metal Nacional sim e essas grandes mulheres, fortes e fodas estão com um material incrível, todas as músicas tocadas em palco foram simplesmente incríveis, a banda prova (mesmo sem precisar provar nada a ninguém) que será o nome a carregar a Bandeira do Metal Extremo Nacional por muitos anos ainda.

Quero deixar aqui o meu agradecimento a todos os envolvidos no show e à produção do evento, a Tomarock, A Grande Roubada e à Submersa por confiar em nosso trabalho e trazer essa matéria pra vocês.

TODAS AS FOTOS POR IAN DIAS (DIAS PHOTOGRAPH)