“Mudanças… muitas mudanças”

No Prayer for the Dying” é o oitavo álbum de estúdio da banda inglesa de heavy metal Iron Maiden, lançado em 1 de outubro de 1990 pelo selo EMI. O álbum foi produzido por Martin Birch e as gravações ocorreram em Essex, Inglaterra entre julho e setembro de 1990.

O álbum apresentou a primeira mudança de formação desde 1983 com o guitarrista Adrian Smith deixando o Maiden ainda durante a fase de pré-produção, insatisfeito com a direção musical da banda. Smith foi substituído por Janick Gers, que já havia trabalhado com o cantor Bruce Dickinson em seu primeiro álbum solo, “Tattooed Millionaire“, além de trabalhos com Ian Gillan, Fish e White Spirit.

Após atingir seu ápice de criatividade e produção, Steve Harris teve a ideia de fazer um lançamento mais simples e levou o conjunto para gravar em um celeiro em sua propriedade em Essex, usando o estúdio móvel chamado Rolling Stones Mobile Studio para produzir o disco. Isso significou que esse foi o primeiro álbum do Iron Maiden a ser gravado em seu país de origem desde 1982 com o LP “The Number of the Beast”. Dickinson afirmou posteriormente que esta ideia foi um erro e ainda disse que o disco ficou muito ruim.

No Prayer for the Dying” recebeu críticas mistas com  uma parte dos fãs aprovando a nova direção e boa parte da crítica especializada tecendo comentários negativos. Dois singles foram editados para o álbum: “Holy Smoke” em 10 de setembro de 1990, que teve seu clipe com pouca repercussão nas TVs, mas obteve boas posições nas paradas da Irlanda e Suíça, além do ótimo número 3 na UK Singles Chart. Já o single/clipe de “Bring Your Daughter… to the Slaughter” fez história ao chegar ao número UM da UK Singles Chart e continua sendo o único single nº 1 do Iron Maiden no Reino Unido até o momento.

Curiosamente “Bring Your Daughter… to the Slaughter“, que foi proibida pela rede BBC por causa de seu título, é uma canção com letras  irônicas escrita por Dickinson e originalmente gravada com sua banda solo para a trilha sonora do filme “A Nightmare on Elm Street 5: The Dream Child” e para seu primeiro disco solo “Tattooed Millionaire” de 1990. Harris gostou tanto da faixa que decidiu que a música seria “ótima para o Maiden” e a banda a regravou e incluiu no álbum. Foi produzido também um clipe para a música “Tailgunner“, mas sem que um single fosse editado. Posteriormente a banda se arrependeu desta decisão.

O LP obteve posições de destaque em paradas como Albums Chart, número 2 e Billboard 200 na posição 17. “No Prayer for the Dying” recebeu certificação de platina no Canadá com mais de 100 mil cópias vendidas; e ouro na Itália, Reino Unido e Estados Unidos em um total superior a 700 mil cópias vendidas.

A EMI bancou anúncios e posters de páginas inteiras em revistas especializadas. A tour do álbum batizada de ‘No Prayer On The Road’ começou em 19 de setembro de 1990 em Milton Keynes, Inglaterra, passou por mais de 20 países e teve seu encerramento em 21 de setembro de 1991 em  Le Castellet na França, em um total de 107 apresentações.

É claro que “No Prayer for the Dying” não é o maior clássico da carreira da Donzela de Ferro. Os quase sete anos de convivência em tours extremamente extensas começavam a cobrar seu preço e a primeira baixa foi Adrian Smith. E como sabemos não parou por ai, com a saída de Bruce anunciada ainda durante a tour do álbum “Fear of the Dark”. E um pouco disso tudo reflete em “No Prayer for the Dying” que possui ótimas faixas, mas que poderiam ser espetaculares, que era o padrão que os fãs do Maiden tinham se acostumado a consumir. Independente de tudo é um grande disco e merece ser conferido. 

Tracklist:

Lado A

1.”Tailgunner”   

2.”Holy Smoke

3.”No Prayer for the Dying”        

4.”Public Enema Number One”  

5.”Fates Warning

Lado B

1.”The Assassin”         

2.”Run Silent Run Deep”    

3.”Hooks in You”        

4.”Bring Your Daughter… to the Slaughter

5.”Mother Russia

 Iron Maiden:

Bruce Dickinson – vocals

Dave Murray – guitar

Janick Gers – guitar

Steve Harris – bass

Nicko McBrain – drums

 Additional musicians

Michael Kenney – keyboards

(Créditos das fotos: Paulo Márcio)