Train of Thought, o sétimo álbum de estúdio dos titãs do progressivo, Dream Theater, está de aniversário. Lançado em 11 de novembro de 2003, esse ano marca os 31 anos desse que, para muitos, é considerado o álbum mais pesado da banda.
Segundo Mike Portnoy, o álbum e algumas músicas, especialmente As I Am, faixa de abertura do álbum, foram inspirados por uma tour, que ele classificou como “irritante”, com o Queensrÿche. Uma passagem curiosa é o fato de Mike Stone, guitarrista do Queensrÿche, ter tentado dar dicas de guitarra para John Petrucci.
As I Am: faixa de abertura do álbum e que começa onde Six Degrees of Inner Turbulence parou, já que os acorde inicial é o mesmo do acorde final de Losing Time/Grand Finale. E um acorde mais sombrio de guitarra e a atmosfera da música começa a ficar mais pesada do que estamos acostumados a ouvir no trabalho do Dream Theater. A faixa conta com pouco teclado, o que também não é comum para a banda. Destaque para o solo de guitarra, que é um dos destaques desse álbum na minha opinião, e para Portnoy, que conduz esta música com uma bateria pesada.
This Dying Soul: uma das melhores faixas do álbum e a segunda parte da Twelve-Step Suite, que começou com ” The Glass Prison ” em Six Degrees of Inner Turbulence e depois continuou com “The Root of All Evil” em Octavarium , ” Repentance ” em Systematic Chaos e concluiu com ” The Shattered Fortress ” em Black Clouds & Silver Linings . A quantidade de elementos na melodia e as transições usados na música são um verdadeiro deleite para os fãs da banda e de progressivo. Impressionante como as linhas de guitarra, baixo e teclado trazem intensidade e conduzem brilhantemente a música.
Endless Sacrifice: a música começa com uma ótima introdução que me lembra um pouco “A Change of Seasons”. A música tem um refrão mais pesado, mas incrivelmente “cantante” (algumas pessoas diriam grudento!), mas que, para mim, é um dos melhores do álbum. Uma boa progressão de versos suaves e relaxantes, refrão memorável e passagens mais pesadas intercaladas com um teclado bem executado. Bela música!
Honor Thy Father: tem um elemento inesperado, que é James Labrie quase que fazendo rap em um verso, o que na verdade sai melhor do que o esperado. Uma música que se diferencia bastante das anteriores. Os solos de guitarra são mais leves, mas ainda assim a música é cheia de interlúdios de guitarra mais pesados, versos cativantes, e o teclado caindo como uma luva. Definitivamente não é a melhor faixa do álbum, mas ainda assim é uma música muito boa.
Vacant: para mim, a faixa mais bonita do álbum. Uma música curta com apenas piano, voz e violoncelo. Um respiro do peso do álbum.
Stream of Consciousness: uma bela faixa instrumental e que, para mim, remete um pouco ao Operation Mindcrime do Queensryche (e talvez isso seja intencional por toda a situação na qual o álbum foi escrito e gravado!). O destaque da música, para mim, fica por conta do baixo de John Myung
In The Name of God: música épica de mais de quatorze minutos que fala sobre o fanatismo religioso que, em última análise, leva à violência em nossos dias e época atuais, tudo justificado (aparentemente) em nome de Deus. O refrão é incrível e um dos melhores do álbum. Instrumentalmente, esta música apresenta algumas trocas muito técnicas de guitarra e teclado no meio da música, antes de retornar às seções principais de riff e refrão. Uma excelente maneira de terminar o álbum.
Um álbum muito bom, mas um pouco abaixo de seus dois antecessores, que são álbuns extremamente brilhantes. Difícil imaginar que eles superariam SDOIT (Six Degrees of Inner Turbulence), e um álbum conceitual como SFAM (Scenes from a Memory), mas ToT (Train of Thought) certamente mantém o nível elevadíssimo que estamos acostumados a ter com o Dream Theater.
Um álbum que envelheceu muito bem, com músicas que são frequentemente parte do repertório ao vivo da banda, seja na chamada era Portnoy ou na chamada era Mangini. Qual delas você acha que vai fazer parte do set list da tour de comemoração de 40 anos e da volta do Portnoy?
NOTA: 4 / 5