Clipe Clássico HB: Journey, “Separate Ways (Worlds Apart)”

                                         “No ápice musical, porém iniciando na era dos clipes”

Dia do trigésimo capítulo do nosso especial Clipe Clássico HB. Sim, pode não parecer, mas já são trinta finais de semana seguidos compartilhando clipes especiais, cheios de curiosidades, informações de diversos estilos dentro do universo da música pesada. É gratificante postar em nosso espaço todo sábado um pedaço da história de bandas que tanto admiramos.

E hoje temos um vídeo muito especial, pois se trata de um conjunto que é uma verdadeira instituição americana e principalmente do gênero AOR. Estamos falando do grande Journey e nossa escolha é o icônico vídeo de “Separate Ways (Worlds Apart)” do mega platinado álbum “Frontiers”, um dos maiores sucessos da banda, que na época era capitaneada pelo incomparável cantor Steve Perry.

 “Separate Ways (Worlds Apart)” foi o primeiro single do disco “Frontiers”, lançado em primeiro de fevereiro de 1983 pela gravadora Columbia. “Separate Ways (Worlds Apart)” chegou nas lojas antes do álbum, em  5 de janeiro de 1983, tendo como seu lado B a faixa título do LP. Uma segunda edição em 7’’ podia ser encontrada com duas versões para a canção “Separate Ways (Worlds Apart)”, sendo uma idêntica a da que constava no LP  “Frontiers” com duração de 5 minutos e 24 segundos, e no lado B uma versão editada com 4 minutos e 21 segundos.

O sucesso do single foi fulminante, emplacando posições de destaque em charts como por exemplo o Australian Kent Music Report na posição número 93; Canadian The Record Top Singles, posição número 11; Canadian RPM Top Singles, também na posição 11; Polish Singles Chart, na posição número 15; South African Singles Chart, posição 17; U.S. Cashbox Top 100, na posição número 9; U.S. Billboard Hot Mainstream Rock Tracks no PRIMEIRO lugar e destaque total para a posição número UM na parada mais concorrida da face da Terra, a U.S. Billboard Hot 100. Já o disco “Frontiers” seguiu o mesmo caminho de sucesso chegando ao número DOIS na parada Billboard 200 de álbuns. Não é por acaso que o disco foi certificado nos Estados Unidos com SEIS discos de platina, ao superar a casa dos SEIS milhões de álbuns vendidos, isso só contando as vendas em sua terra natal.

Vídeo:

Se musicalmente o Journey estava no ápice de sua carreira, a chegada da MTV em 1981 com os caminhos abertos por ela para os artistas, ainda não tinham sido explorados pela mega banda. Era hora de mudar e tentar inovar nessa nova arte. E para tanto foi escolhido o diretor Tom Buckholtz e o produtor John Diaz. Pela primeira vez o Journey gravaria um clipe todo coreografado, ou seja, com um roteiro a seguir e não apenas uma performance em um palco. Ficou acertado que a banda usaria a versão da canção editada para o clipe.

A princípio isso foi um problema, pois nem todos gostaram da ideia. Steve Perry se opôs totalmente a fazer um vídeo coreografado. O tecladista Jonathan Cain conta: “Ele sempre dizia: ‘Somos artistas, somos artistas, mas não somos atores’“, e Caim de certa forma concordava ao afirmar: “Não éramos uma banda muito fotogênica“. Mas mesmo a contra gosto as gravações foram marcadas e realizadas em Louisa Street Wharf em New Orleans.

Os pepinos não pararam por ai, pois no dia da filmagem soprava uma brisa fria do rio Mississippi próximo ao cais. Isso tornou as gravações ainda mais complicadas. Para piorar Perry não seguiu a recomendação para que os músicos não levassem ninguém, ao levar sua namorada Sherrie Swafford. Os outros membros da banda já não iam muito com a cara de Sherrie e a moça também não colaborava, pois resolveu sentir ciúmes da modelo contratada para atuar no clipe, Margaret Olmstead.

Como se tudo isso não bastasse, o clipe ia entrar para a história não só pela qualidade da canção – indiscutível, por sinal – mas por algumas ideias do diretor, que fez os músicos ‘tocarem’ em algumas partes instrumentos imaginários. Com o tempo as críticas foram dirigidas para Buckholtz, mas as primeiras pauladas foram direto nos músicos mesmo.

Independente disso tudo o vídeo fez sucesso na MTV e ajudou a impulsionar ainda mais as vendas do álbum “Frontiers”, e óbviamente o single de “Separate Ways (Worlds Apart)”, que dominava as paradas nas rádios. Vale lembrar que o mundo do vídeo clipe ainda estava dando seus primeiros passos, e que era normal vídeos considerados hoje toscos e com baixíssimo orçamento serem muito bem recebidos, e se tornarem grandes sucessos. Quanto ao fator orçamento, não foi o caso de “Separate Ways (Worlds Apart)”, que não custou tão pouco, mas também marcou época.

Por aqui:

No Brasil o Journey não era tão gigante como em sua terra natal, mas era muito conhecido e frequentava as paradas das rádios FM da época constantemente. Canções como “Don’t Stop Believin’” e “Who’s Crying Now” do disco “Escape” de 1981, faziam parte da programação de rádios orientadas para os jovens como a Excelsior FM, a Radio Cidade FM e a Rádio Jovem Pan 2 FM. O mesmo aconteceu com a chegada do single  “Separate Ways (Worlds Apart)” em 1983, que ingressou em vários top 10 das citadas rádios naquela época. Já o clipe do single “Separate Ways (Worlds Apart)” passou algumas vezes no Som Pop da TV Cultura-SP e posteriormente no Realce da TV Gazeta-SP, de 1984 em diante. Com a chegada da MTV Brasil no final de 1990, o clipe podia ser conferido no programa Clássicos MTV.

Dados:

Lançamento: 5 de janeiro de 1983.

Direção:  Tom Buckholtz.

Journey:

Steve Perry – lead vocals

Neal Schon – lead guitar, backing vocals

Jonathan Cain – keyboards, rhythm guitar, backing vocals

Ross Valory – bass guitar, backing vocals

Steve Smith – drums, percussion, backing vocals