Os magos noruegueses estão de volta.

O Conception durante os anos 90 lançou uma série de álbuns espetaculares com ótima aceitação por parte mídia e principalmente dos fãs. Tudo estava indo bem até que eles decidiram gravar um disco radicalmente diferente do que eles fizeram anteriormente, o fraco “Flow“, e tudo foi por água abaixo. As vendas despencaram e como resultado a banda seguiu em caminhos separados, com o cantor Roy Khan juntando-se ao Kamelot e Tore Østby lançando alguns álbuns com Jorn Lande no Ark.  

Pessoalmente, este é um álbum que eu anseio á muito tempo, pois Tore Østby, Roy Khan, Ingar Amlien e Arve Heimdal são músicos muito acima da média. E quando eles se reúnem algo mágico acontece. Roy Khan é um dos melhores vocalistas que existem e eu já dizia nos anos 90, que Khan não se limita a simplesmente a cantar, ele interpreta a música. O CD “Parallel Minds” está entre os meus favoritos da década retrasada e por isso a expectativa por esse novo material criou uma série considerações que só seriam respondidas quando tivesse o álbum em mãos. Vamos apertar o ’play’, deixar que o disco fale por si próprio e ter a honra de poder tecer alguns comentários.

In: Deception“, que abre o álbum, é sua introdução nada típica, com algumas guitarras distorcidas, como se anunciasse esse novo recomeço da banda, que culmina em “Raven and Pigs“. Khan canta de maneira familiar uma música sombria e complexa, que lembra o passado da banda. Já em “Waywardly Broken” as guitarras tendem a ser mais pesadas e não tão limpas. Parece uma mistura de quase todas as épocas da banda, mas o resultado é incrivelmente contemporâneo.

No Rewind” é outra peça interessante, que se espalha por todo o lugar com suas batidas tribais. Khan emociona de uma maneira muito particular, como nos seus tempos de kamelot. É uma ótima faixa. Logo em seguida um piano suave nos apresenta “The Mansion” e suas intrincadas mudanças de ritmo. A muito bem-vinda participação da musa Elize Ryd (Amaranthe, Kamelot) com sua bela voz, faz um contra ponto de muito bom gosto aos vocais dramáticos de Khan.

By the Blues” começa pesada, com melodias entrelaçadas que permanecem cativantes e flexíveis, apesar de sua complexidade. É surpreendente. Na sequencia temos “Anybody Out There” que é um tanto sombria, quase gótica, onde novamente Khan dá um show, realçando o que eu disse a pouco, ele não só canta, ele interpreta.

She Dragoon” é outra faixa muito complexa, com um rife que lembrou por um pequeno instante a faixa “My Decision” do ótimo “Parallel Minds”. Tore Østby aqui oferece um solo digno dos seus melhores anos e suspeito que os vocais femininos também devam pertencer à senhorita Elize Ryd, apesar de não estar creditado no release do disco.

Por último temos a versão remasterizada de “Feather Moves”, fechando assim o álbum em um alto nível com suas letras poéticas e melodias chamativas.

Eu acho que o Conception lançou seu álbum mais desafiador até agora. Os fãs de longa data, como eu, certamente vão gostar, enquanto já começa a espera pelas futuras composições que essa excepcional banda pode fazer.

Nota: 4,5/5

Track list:

  1. In: Deception
  2. Of Raven And Pigs
  3. Waywardly Broken
  4. No Rewind
  5. The Mansion [feat. Elize Ryd]
  6. By The Blues
  7. Anybody Out There
  8. She Dragoon
  9. Feather Mes [remastered version]

Banda:

Tore Østby – guitarra

Roy Khan – vocais 

Ingar Amlien – baixo

Arve Heimdal – batera