Resenha: Godsnake – Poison Thorn (2020)

                                                                                Uma banda que promete

Godsnake é uma banda alemã e “Poison Thorn” é seu primeiro trabalho full length – o grupo também possui em sua discografia um EP intitulado “Hellbound Ride” lançado em 2014. O novo álbum chegará às lojas via o selo Massacre Records no próximo dia 23 de outubro.

O Godsnake agrega ao seu som uma base bem disposta de rifes em suas acentuações musicais, o que proporciona uma massa sonora rígida. Em outras palavras podemos dizer que é uma banda ‘rifeira’ – cortesia de Stevo e Malt – e se você gosta do som que o instrumento das seis cordas produz, vai se identificar muito bem com essa banda. Além disso o trabalho da produção, que foi de responsabilidade do próprio conjunto e de Lasse Lammert, destacou os timbres da bateria com muita nitidez, como já se percebe em “Urge To Kill” que abre o disco. O trabalho das guitarras é criativo preenchendo toda a melodia e os bumbos são muito incisivos.

A faixa título logo de cara te obriga a bangear enquanto outro trabalho inspirado é proporcionado pelas guitarras. O refrão é praticamente uma ponte onde o vocal de Torger deixa o tom mais rasgado e incorpora melodia nas entonações. “Sound Of The Broken“ tem cadencia média e outro refrão muito bem elaborado.

Se você é daqueles que adoram brincar de ‘left and right’ no equalizador para distinguir os sons de cada uma das guitarras, o início de “We Disagree” faz isso por você. O andamento rígido com groove é quebrado por linhas melódicas no refrão. “Stone The Crow” é artilharia pesada e muita galopada nos andamentos. Os refrões melódicos nessa altura do disco já se tornam uma característica do Godsnake no melhor estilo do Metallica do final dos anos 90.

O dedilhado que abre “Darkness” vai ganhando personalidade e peso e o rifes voltam a reinar outra vez. É interessante destacar a forma que as mudanças entre os rifes na linha tijolão e as partes mais trabalhadas são muito bem encaixadas, o que exige uma técnica apurada dos músicos. O solo dobrado é realçado pelo trabalho da cozinha que é puro mármore. “You Gotta Pay” é densa  e arrastada com um pequeno Q de doom, com quebradas sutis que fazem toda a diferença. “Blood Brotherhood” beira o thrash tradicional em suas levadas mais rápidas. O refrão cadencia a faixa por alguns instantes, mas logo a agilidade retorna cheia de ganchos.

E por falar em velocidade “Hellbound Ride” é ladeira abaixo sem freio com boas variações e muito peso. Entre os solos existe um espaço para os bangers arrebentarem o que ainda resta dos seus pescoços por alguns instantes. O arranjo dessa música merece destaque, sem dúvida. Fechando o disco temos literalmente “This Is The End”, onde Torger carrega no vocal mais rasgado e mais uma vez o instrumental é muito detalhado e criativo.

É um álbum de estreia como dissemos e que ótima estreia. O Godsnake se utiliza de muitos rifes, que conseguem obter o devido destaque, pois a sólida cozinha composta por Walt (baixo) e Sidney (bateria) não deixa escapar nada. O som é moderno, basicamente situado dentro do heavy metal, mas que não abre mão de se utilizar de referências de outros estilos. Que esse trabalho seja o primeiro de muitos outros com esse mesmo padrão de qualidade. A música pesada agradece.

Nota: 4/5

Tracklist:

  1. Urge To Kill
  2. Poison Thorn
  3. Sound Of The Broken
  4. We Disagree
  5. Stone The Crow
  6. Darkness
  7. You Gotta Pay
  8. Blood Brotherhood
  9. Hellbound Ride
  10. This Is The End

GODSNAKE:

Torger – Vocals

Stevo – Guitars

Malt – Guitars

Walt – Bass

Sidney – Drums

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