“Uma banda que promete”
Godsnake é uma banda alemã e “Poison Thorn” é seu primeiro trabalho full length – o grupo também possui em sua discografia um EP intitulado “Hellbound Ride” lançado em 2014. O novo álbum chegará às lojas via o selo Massacre Records no próximo dia 23 de outubro.
O Godsnake agrega ao seu som uma base bem disposta de rifes em suas acentuações musicais, o que proporciona uma massa sonora rígida. Em outras palavras podemos dizer que é uma banda ‘rifeira’ – cortesia de Stevo e Malt – e se você gosta do som que o instrumento das seis cordas produz, vai se identificar muito bem com essa banda. Além disso o trabalho da produção, que foi de responsabilidade do próprio conjunto e de Lasse Lammert, destacou os timbres da bateria com muita nitidez, como já se percebe em “Urge To Kill” que abre o disco. O trabalho das guitarras é criativo preenchendo toda a melodia e os bumbos são muito incisivos.
A faixa título logo de cara te obriga a bangear enquanto outro trabalho inspirado é proporcionado pelas guitarras. O refrão é praticamente uma ponte onde o vocal de Torger deixa o tom mais rasgado e incorpora melodia nas entonações. “Sound Of The Broken“ tem cadencia média e outro refrão muito bem elaborado.
Se você é daqueles que adoram brincar de ‘left and right’ no equalizador para distinguir os sons de cada uma das guitarras, o início de “We Disagree” faz isso por você. O andamento rígido com groove é quebrado por linhas melódicas no refrão. “Stone The Crow” é artilharia pesada e muita galopada nos andamentos. Os refrões melódicos nessa altura do disco já se tornam uma característica do Godsnake no melhor estilo do Metallica do final dos anos 90.
O dedilhado que abre “Darkness” vai ganhando personalidade e peso e o rifes voltam a reinar outra vez. É interessante destacar a forma que as mudanças entre os rifes na linha tijolão e as partes mais trabalhadas são muito bem encaixadas, o que exige uma técnica apurada dos músicos. O solo dobrado é realçado pelo trabalho da cozinha que é puro mármore. “You Gotta Pay” é densa e arrastada com um pequeno Q de doom, com quebradas sutis que fazem toda a diferença. “Blood Brotherhood” beira o thrash tradicional em suas levadas mais rápidas. O refrão cadencia a faixa por alguns instantes, mas logo a agilidade retorna cheia de ganchos.
E por falar em velocidade “Hellbound Ride” é ladeira abaixo sem freio com boas variações e muito peso. Entre os solos existe um espaço para os bangers arrebentarem o que ainda resta dos seus pescoços por alguns instantes. O arranjo dessa música merece destaque, sem dúvida. Fechando o disco temos literalmente “This Is The End”, onde Torger carrega no vocal mais rasgado e mais uma vez o instrumental é muito detalhado e criativo.
É um álbum de estreia como dissemos e que ótima estreia. O Godsnake se utiliza de muitos rifes, que conseguem obter o devido destaque, pois a sólida cozinha composta por Walt (baixo) e Sidney (bateria) não deixa escapar nada. O som é moderno, basicamente situado dentro do heavy metal, mas que não abre mão de se utilizar de referências de outros estilos. Que esse trabalho seja o primeiro de muitos outros com esse mesmo padrão de qualidade. A música pesada agradece.
Nota: 4/5
Tracklist:
- Urge To Kill
- Poison Thorn
- Sound Of The Broken
- We Disagree
- Stone The Crow
- Darkness
- You Gotta Pay
- Blood Brotherhood
- Hellbound Ride
- This Is The End
GODSNAKE:
Torger – Vocals
Stevo – Guitars
Malt – Guitars
Walt – Bass
Sidney – Drums
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