Ao sair do Judas Priest, Rob Halford navegou por mares tortuosos. Embora o primeiro disco do Fight tenha boas doses de Heavy Metal, ainda carecia de uma inspiração característica de sua antiga banda, pois a turnê de Painkiller, parecia que parte de sua criatividade tinha ficado pelo caminho. Foi então que montou a banda Halford e lançou o primeiro álbum (o fantástico Ressurrection), que era nada mais do que o metal tradicional old school já esperado pelos fãs, órfãos desde sua saída do Judas. Mas, quem estava ávido por peso á la Pantera, Type o’ Negative, Megadeth  e (pasmem!!) até Paradise Lost, teve uma grata surpresa quando ouviu Crucible, o seu segundo álbum.

Além das influências já citadas, o álbum traz uma sonoridade dark, densa, caótica, mas organizada, com Rob cantando como se fosse morrer no instante seguinte. A bateria, por cargo de Bobby Jarzombek (Fates Warning e Sebastian Bach) é um verdadeiro massacre, como uma locomotiva desgovernada (ouça a intro de Betrayal e tire suas conclusões ).

As guitarras de Pat Lachman e “Metal” Mike Chlasciak são de uma urgência sonora tão grande que em alguns momentos soam quase Thrash (como em Weaving Sorrow, um dos melhores riffs de metal já compostos). O baixo de Ray Riendeau parece um trovão de tão pesado, como em Heart of Darkness. Os destaques ficam ainda por conta de Sun, com um vocal melódico e meio “bêbado” de Rob, o Speed Metal Wrath of God, o Groove Metal respingado de Pantera em Golgotha.

Esse álbum é pra se ouvir inteiro. Se você não tem esse hábito, é o disco perfeito pra prender sua atenção. Se o apocalipse possuir trilha sonora, acredito que o disco oficial será esse aqui.

Nota: 5/5