Direto do Alcatraz Metal Festival

Nós, da Headbangers Brasil, tivemos o prazer de entrevistar a banda belga Whatever It Takes diretamente do Alcatraz Metal Festival. Tivemos um bate-papo super animado com o vocalista Hans Teirlinck e os irmãos Tim (guitarrista) e Nick (baterista) Vanglabeke, que nos contaram detalhes sobre a história da banda, o processo criativo e suas experiências no cenário hardcore e metal europeu. A banda também nos explicou sobre suas perspectivas de tocar fora da Europa, incluindo a América do Sul e o Brasil. A formação atual da banda é Hans Teirlinck no vocal, Tim Vanglabeke na guitarra e backing vocals, Nick Vanglabeke na bateria e Simon Denys no baixo.

Sobre tocar fora da Europa e visibilidade internacional

Quando perguntamos se eles tinham vontade de tocar fora da Europa, a banda contou que, em poucos dias, iriam tocar na Alemanha e que já se apresentaram por toda a Europa, mas que sim, têm grande interesse em expandir para outros continentes, incluindo a América do Sul e o Brasil. Eles explicaram que, sem apoio externo, é difícil organizar shows fora da Europa, mas que estão abertos a oportunidades e que projetos de promoção internacional são algo que os entusiasma.

Eles também falaram sobre a importância de gerar conteúdo constante e de manter a visibilidade online, destacando que é uma situação de “ganha-ganha”: os fãs recebem música e informação, e a banda fortalece sua presença internacional.

História da banda e formação

Como vocês não são muito conhecidos no Brasil, perguntamos se poderiam se apresentar e contar um pouco sobre a banda.

— Claro! Somos o Whatever It Takes e existimos há 20 anos. Na verdade, começamos em 2003 como um projeto divertido, quase uma brincadeira, e todos os membros originais participaram desde o início. Eu escrevi as primeiras músicas com meu irmão, Nick Vanglabeke, mas as letras nunca foram muito sérias. Era mais para se divertir, algo leve, como o estilo de “Mucky Muck”. Vinte anos depois, ainda tocamos essas músicas.

— Antes de Whatever It Takes, o projeto se chamava One False Move. Fizemos alguns shows, mas quando o vocalista saiu, decidimos continuar, e Nick apresentou Hans Teirlinck como novo cantor. Gravamos novamente as músicas, ele refez todas as letras e surgiu o novo nome: Whatever It Takes, em 2005.

— Esse nome chamou nossa atenção porque queríamos algo que se destacasse, algo que chamasse atenção de verdade. Fomos uma das primeiras bandas desse estilo na Bélgica e éramos um pouco “outsiders” na cena local. Quando evoluímos na bateria e aceleramos o som, alguns acharam incrível, outros disseram que era rápido demais, mas era a nossa identidade. Escolhemos o nome também para mostrar que não queríamos ser como todo mundo, e que a banda sempre buscou autenticidade e diversão em primeiro lugar.

Processo criativo e composição de músicas

A banda contou que cria as músicas de forma muito espontânea, muitas vezes começando com gravações acústicas em casa — com iPhone, guitarra acústica e pads de prática para bateria. A espontaneidade é essencial para capturar o momento certo da música, sem pensar demais ou perder a essência.

Eles também revelaram que, mesmo fora da temporada de festivais, continuam ensaiando intensamente, mantendo a paixão e o vínculo com as músicas. Muitas composições começam de forma simples, em casas ou estúdios improvisados, e depois são refinadas nos ensaios.

Sobre shows, festivais e experiências no Alcatraz

Falamos sobre o concerto do dia, que era um show comemorativo de 20 anos da banda. Eles destacaram a importância de festivais como o Alcatraz, que dão suporte às bandas locais e tratam todos os artistas de forma igual, independentemente de serem locais ou internacionais. Eles elogiaram a infraestrutura, os voluntários e a energia do público, mostrando gratidão pelo suporte.

Estilo de vida saudável e valores pessoais

Nick, o baterista, destacou que é esportista e mantém hábitos saudáveis: não bebe, não fuma e não usa drogas. Esse estilo de vida ajuda a lidar com a pressão e o estresse da estrada. A banda enfatizou a importância de se divertir com a música e estar presente no mundo real, sendo um exemplo de autenticidade para os fãs.

Eles também compartilham valores como honestidade, ética e consciência sobre consumo e sustentabilidade, mostrando que essas ideias aparecem naturalmente na forma como se apresentam e criam música.

Mensagens e responsabilidade no hardcore

A banda acredita que uma banda de hardcore ou punk tem uma responsabilidade com seu público, oferecendo mensagens e apoio através da música. Falar sobre questões sociais, corrupção ou experiências pessoais é essencial, mas sempre de forma autêntica. Eles reforçam que escrever músicas deve refletir a própria vivência, sentimentos e experiências, e não seguir fórmulas ou clichês.

Além disso, Hans e os irmãos ressaltaram que a honestidade da banda já fechou algumas portas no passado, mas eles nunca venderam a própria essência por fama ou oportunidades comerciais. Para eles, tocar para pessoas reais, principalmente da classe trabalhadora, é mais importante do que perseguir o sucesso comercial.

Links para conhecer mais sobre a banda

Ficamos muito felizes em ter a oportunidade de mostrar um pouco do trabalho da Whatever It Takes para o público brasileiro através desta entrevista. Para quem quiser saber mais sobre a banda, seguem alguns links:

Instagram da banda: https://www.instagram.com/whateverittakeshardcore/

Facebook da banda: https://www.facebook.com/p/Whatever-It-Takes-100081841101668/

Canal oficial no YouTube: https://www.youtube.com/watch?v=aFH_FBQeyA4

Página no Bandcamp: https://whateverittakes.bandcamp.com/

Texto por: Cindy Seidel.