A Verdade Por Trás do Risco: Uma Análise de Fã Sobre o Álbum Mais Polêmico do Megadeth
Aqui é Cammy Marino, que um dia na adolescência já foi Cammy Mustaine (rs)… estou aqui estreando no bom ou bomba trazendo pra voces uma análise do álbum mais polemico da minha banda preferida: MEGADETH.
Risk (1999) é mais do que um álbum para o fã do Megadeth; é um ponto de virada, uma cicatriz e, para alguns de nós que ousamos dar uma segunda chance, um experimento musical fascinante. Lançado no final da década de 90, um período de grandes mudanças no rock, o oitavo trabalho de estúdio da banda de Dave Mustaine chocou a comunidade headbanger ao abandonar quase totalmente o Thrash Metal que os consagrou.
Com a formação clássica da época (Mustaine, Marty Friedman, David Ellefson e a estreia do baterista Jimmy DeGrasso), Risk foi o tiro de canhão que deu início a uma guerra de opiniões na base de fãs. Mas, vinte e poucos anos depois, será que ele é mesmo a “ovelha negra” que todos pintam?

As Polêmicas: Por Que Risk Deu Tão Errado na Época?
Para entender a reação, é preciso se colocar na pele do fã em 1999: o Megadeth era sinônimo de riffs técnicos, velocidade e letras afiadas. De repente, Risk entrega um álbum com:
Sonoridade Alternativa/Radiofônica: O disco flertou com o Rock Alternativo e até elementos Industrial/Eletrônicos, algo totalmente impensável para os criadores de Rust In Peace. O resultado foram músicas mais lentas, melódicas e “palatáveis”.
A Ausência de Marty Friedman: Embora tenha sido o último álbum com Friedman, sua marca registrada — os solos épicos e exóticos — está visivelmente ausente ou simplificada. O guitarrista, que buscava um som mais alternativo e melódico, teve sua influência no timing e direção do álbum, mas a pobreza guitarrística chocou os fãs old school.
O Excesso de Baladas e Faixas Sem Punch: O fã esperava peso, mas recebeu canções mais leves como “Breadline“, “I’ll Be There” e “Wanderlust“. O single “Crush ‘Em“, feito para a trilha sonora de um filme, foi a gota d’água: “poderia estar em um álbum do Bon Jovi“, disseram alguns na época.
O Lado Bom (O Olhar de Quem “Arrisca” Ouvir)
Se tirarmos o nome “Megadeth” da capa, Risk é, na verdade, um bom álbum de rock com momentos criativos. Com o tempo, o olhar do fã amadurece e permite apreciar os pontos altos:
A Evolução Vocal de Dave Mustaine: O vocal de Dave está muito mais melódico e limpo em várias faixas, mostrando um alcance que não era comum nos discos de Thrash. Ele consegue transmitir a dramaticidade das letras de uma forma nova.
Momentos de Peso Remanescente: Faixas como “Insomnia” (apesar de confusa, carrega uma estranha energia industrial) e, principalmente, “Prince Of Darkness” (que se tornou uma abertura de show em certas épocas) ainda têm os riffs mais pesados e densos que lembram a banda.
“Wanderlust“: A Joia Perdida: Mustaine já citou esta canção como uma das melhores que já escreveu, em termos de composição e “dramatização”. A faixa, com seu clímax crescente e atmosfera, é um destaque lírico e musical, se aceitarmos a ausência do thrash.
Arte Gráfica Criativa: A capa, com sua temática de ratoeira e a arte remetendo a “risco”, é visualmente interessante e condizente com a ousadia musical.

Conclusão de Fã: O Áudio do “Erro” de Mustaine
O maior “erro” de Risk, como o próprio Mustaine admitiu anos depois, não foi a música em si, mas o fato de ter sido lançado como um álbum do Megadeth. Era um projeto que talvez pertencesse a uma banda paralela, ou como o fã sempre sugere, um álbum solo de Dave ou Marty.
Risk é o disco mais “diferentão” da discografia, um experimento ousado (ou forçado pela gravadora e tendências) que tentou aproximar a banda do rádio e do rock alternativo da época. Ele frustrou a base de fãs leais, resultou na saída de Friedman (que buscava um caminho musical diferente) e é, até hoje, praticamente ignorado nos setlists da banda.
Veredito: Se você espera por um Rust In Peace ou um Peace Sells, corra o risco de se decepcionar. Mas se você puder ouvi-lo como o lançamento de “outra banda qualquer“, encontrará um álbum de rock dos anos 90 com algumas composições muito boas e o vislumbre de um Megadeth tentando (e falhando em satisfazer a si e aos outros) ser algo que não era. É um artefato da história, e por isso, vale a pena ser lembrado. E eu como fã do Megadeth incondicional, mas ao mesmo tempo apreciadora de boa música em geral, independente do estilo, vejo o Risk como um BOM álbum, tendo algumas músicas que me conquistaram desde aquela época.
O Megadeth incluiu o Brasil em sua derradeira turnê, clique aqui para saber mais sobre e a Shinigami Records lançará o último disco da banda em nosso país também, clique aqui para saberem mais sobre.
