RESENHA RAGE – WINGS OF RAGE – (2020)

Faixas:

01. True 5:01
02. Let Them Rest in Peace 4:30
03. Chasing The Twilight Zone 4:30
04. Tomorrow 5:02
05. Wings Of Rage 4:30
06. Shadow Over Deadland (The Twilight Transition) 0:35
07. A Nameless Grave 5:59
08. Don`t Let Me Down 4:56
09. Shine A Light 6:43
10. HTTS 2.0 3:28
11. Blame It On The Truth 3:54
12. For Those Who Wish To Die 5:28

Desde 1983, o Rage traça uma das linhas mais interessantes do mundo Heavy Metal. A banda já teve mudanças na sua formação e também já trouxe uma vasta riqueza em sua sonoridade, que já fez mesclas de Thrash, Power, Prog Metal e até mesmo da música clássica. Após uma quase caída definitiva no limbo, em 2015 o Rage voltou à ativa e assim, o vocalista e baixista Peavy Wagner, se juntou ao guitarrista Marcos Rodriguez e ao baterista Vassilios Maniatopoulos e fez ressurgir mais uma vez o poderio do trio e agora, já cinco anos após a banda traz seu 24º disco, “Wings of Rage”, que mostra o quanto a banda ainda tem a mostrar e agregar ao cenário e como sua perda seria uma perda lastimável.

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Quem abre o trabalho é “True”, e já chega numa mescla de Power e Thrash Metal, com versos empolgados e nervosos e com uma refrão que é digno de toda a trajetória que a banda tem e preenche a audição. Melodia, peso e a voz super afiada de Peavy continuam sendo um presente para nós. E que solo maravilhoso já dá as caras aqui, Rodriguez está à vontade e seu parceiro, Vassilios espanca a bateria com precisão e os três mostram que a formação está cada vez mais consolidada e se mostrando um grande acerto. Ótimo começo.

A seguinte é “Let Them Rest in Peace” que começa pesada e com passagens um tanto intrincadas. Logo as melodias da voz aparece de forma graciosa para se juntar ao belo instrumental e formar uma canção que logo de cara já nos ganha, e como soa concisa em todos os seus andamentos. A mudança rítmica em sua metade acontece como mágica e soa totalmente natural e fluida, logo voltamos para a melodia grudenta do refrão que já é marca da banda.

Sem deixar os ânimos baixarem, “Chasing The Twilight Zone” começa cheia dos grooves, afiada e rápida, o refrão invoca o lado mais Thrash da banda, aliada as melodias vocais e um ótimo trabalho das linhas de bateria de Vassilios que de novo não tem dó do instrumento. As cavalgadas da guitarra alinhadas ao baixo também são ótimas e constroem uma parede sonora nos minutos que se seguem. E mais uma vez há de se ter um destaque para o solo muito bem executado aqui.

Tomorrow” começa com ares grandiosos dos vocais, e logo a guitarra furiosa de Rodriguez puxa o andamento e que andamento. Continua impressionante a concisão que a banda pratica e em pouco tempo conseguir atingir essa química tão perfeita. A ponte para o refrão é um show à parte e quando ele chega, é uma overdose sonora o que encontramos. Disparado uma das melhores faixas do disco todo, tudo executado da melhor forma possível e para agradar à todos os gostos.

A faixa título chega e mostrando o porquê de ser escolhida. Pesada, rápida e agressiva. A introdução é um caminhão desgovernado chegando de frente com o ouvinte e sem tempo para correr. Peavy se esbalda com suas linhas vocais mais arranhadas e momentos mais dramáticos puxam o refrão de “Wings of Rage” e formam mais uma grande canção, daquelas que se ouve o máximo no som e fazem o público cantar junto. Que coisa maravilhosa.

Um breve interlúdio surge com “Shadow Over Deadland (The Twilight Transition)” e logo “A Nameless Grave” aparece trazendo o já conhecido flerte com a música clássica em seu começo e em seguida faz um andamento mais cadenciado, um momento mais digamos teatral do disco, numa canção mais melódica e que difere do que foi apresentado até aqui no trabalho, ainda assim, mantendo a qualidade do Rage, principalmente em seus últimos minutos.

Já surgindo emendando os rastros, “Don’t Let Me Down” traz de volta a agilidade de outro momento. Apesar de não conter o mesmo impacto das outras, ainda se mostra uma grande canção e com refrão grandioso mais uma vez, com o pequeno defeito de se mostrar meio repetitiva perto de outras que já havíamos escutado, mas ainda vale, como a ótima ponte para o solo que é concisa.

Shine a Light” traz o momento (quase) balada do disco e o faz muito bem. A voz mais branda de Peavy, tão boa quanto o seu lado mais agressivo é muito bem-vinda. O andamento é muito bem executado com voz adicionais encorpando o vocal que é melodioso e traz um ótimo desempenho de Rodriguez que adiciona passagens maravilhosas da guitarra.

Deixando o modo mais bonitinho de lado, “HTTS 2.0” traz o peso de volta e nós gostamos muito. As palhetadas nas guitarras de Rodriguez no pré-refrão são lindamente desenhadas e o refrão outro dos melhores do disco todo. A música é extremamente direta e concisa, mais curta, vai direto ao ponto que é causa espanto e o faz com todos os méritos de um power-trio esbanjando qualidade por cada poro. Mais uma que lista fácil entre as três melhores do disco todo.

Próximo do final já, “Blame It On The Truth” continua o lado mais pesado e ao mesmo tempo bastante cadenciado, fazendo uma faixa até mais simples que as demais, não sendo isso de modo algum um defeito, mas tendo seu charme e boas sacadas das linhas de bateria.

Encerrando o disco, está “For Those Who Wish To Die” que é bastante recheada de groove e com a bateria de Vassilios ditando os rumos e desenhando todos os caminhos para se percorrer. O final é certeiro com um violão acalmando os ânimos e criando o clima de encerramento em grande estilo e com uma grande satisfação.

Mais uma vez o Rage nos presenteia com uma pérola da música pesada, traz um grande presente para os ouvintes logo no começo do ano e já abre os trabalhos da melhor maneira possível. Que por muitos e muitos anos a banda continue a trilha esses caminho e nunca se entregar pois há muito o que contar dessa história ainda e nós queremos ouvir.

NOTA: 4,5/5

Formação:

Peavy Wagner (vocal/baixo)
Marcos Rodriguez (guitarra)
Vassilios Maniatopoulos (bateria)