Sim, 14 anos depois, eles estão de volta.
A mais famosa banda entre as várias que já ostentaram o nome de Tyrant esta de volta finalmente. Eles são muito conhecidos pelos headbangers mais fanáticos por grandes álbuns dos saudosos anos 80 por ter lançado dois cultuados discos: “Legions of the Dead” de 1985 e “Too Late to Pray” de 1987. Daí uma grande pausa até um retorno muito comemorado durante a década seguinte com o excelente “King of Kings“, isso em já 1996. Como se aquele hiato já não fosse grande o bastante, “Hereafter” surge quase 14 anos depois e com um nome de peso comandando os vocais, o ex-Candlemass, Robert Lowe.
A faixa-título, “When the Sky Falls” e “Fire burns”, são temas lentos, arrastados, bem ao estilo doom dos primeiros álbuns do Candlemass proporcionando a Lowe uma atmosfera perfeita e muito confortável para interpretá-las. Mas não pense que o velho estilo do antigo Tyrant foi deixado no passado. Aquela levada mais calcada em direção ao heavy metal tradicional tão bem explorada pelas guitarras de Rocky Rockwell são muito bem utilizadas em “Beacon the Light” e “From the Tower“.
Até aqui nada de novo apesar de bem executado. Mas não fique decepcionado, pois a melhor parte ainda esta por vir. O novo Tyrant manda seu cartão de visitas após a intro “Tyrant’s Revelation”, com os primeiros acordes de “Dancing on Graves“. É metal, é clássico, é pesado, é muito bom. Com rifes sólidos e melodia rápida a faixa se torna muito eficaz, principalmente pelo estupendo trabalho de Lowe. “The Darkness Comes” segue a mesma linha com outro rife mortal e uma bateria muito poderosa. A vibe é totalmente voltada para o heavy tradicional e acredito que ninguém vai reclamar se mais faixas como essas forem o horizonte para um futuro novo álbum – desde que ele não leve outros 14 anos para surgir, de preferência.
Após tantos anos sem um lançamento e com um novo vocalista, é de se esperar que o álbum não seja linear. Mas o Tyrant soube mesclar bem as opções que teve a sua disposição, principalmente ao incluir Lowe no grupo, que fez um trabalho fantástico, dando um toque de classe que o Tyrant merecia. A produção, a cargo de Bill Metoyer, tornou o som da banda mais matador do que nunca.
O Tyrant é um remanescente de uma época em que se encontrava uma grande banda em todos os lugares. A concorrência era forte e brutal, pois o nível era muito elevado em criatividade e musicalidade. Para se destacar não bastava se pautar pelo ‘mérito, trabalho e talento’. Pois muitas bandas tinham como seus mandamentos essas três palavras, e nem por isso calcaram os degraus mais altos. A vida é assim, às vezes um pouco de sorte pode fazer toda a diferença do mundo. Mas estar com seu nome vinculado no underground também tem seus méritos. E o Tyrant é um sobrevivente de uma geração que estabeleceu as diretrizes para esse metal subterrâneo.
Esse álbum merece ser apreciado pelos velhos fãs e também por quem está iniciando seu aprendizado pelos caminhos da música pesada. E que o Tyrant se acostume a lançar álbuns com mais frequência. É o que nós esperamos.
Nota: 4/5
Tracklist:
- Tyrant’s Revelation
- Dancing on Graves
- The Darkness Comes
- Fire Burns
- Hereafter
- Pieces of Mine
- Until the Day
- When the Sky Falls
- Bucolic
- Beacon the Light
- From the Tower
Tyrant:
Greg May – Bass
Rocky Rockwell – Guitars
Ronnie Wallace – Drums
Robert Lowe – Vocals