Formado em 2015, o HellgardeN é mais um nome que vem forte para representar a cena underground do Brasil e o faz com um som certeiro, que vai pegar em cheio os fãs principalmente do Pantera, pois a influência aqui é alta. Mas ao mesmo tempo os caras trazem sua personalidade no som que fazem e não decepcionam. Ainda no início deste ano conseguiram um contrato com a Brutal Records e assim programaram o lançamento de “Thrash ”, seu mais novo trabalho que chegou em 10 de abril.
O disco é pontual, chega sem avisar e já pega o ouvinte na primeira faixa, “Spit on Hypocrisy”, que parece uma releitura de “A New Level” do Pantera, mas não se trata de uma cópia. Aliás, está muito longe disso! A música é groovada, rápida, agressiva e tem qualidade por cada nota ali. O final é matador e Diego Pascuci destrói em sua linha vocal.
“Evolution or Destruction” é pesada, tem uma linha de baixo de Guilherme Biondo estalada nos ouvidos, dando mais peso às levadas. A passagem climática no meio é medonha, no melhor sentido da palavra, o ritmo mais arrastado ganha espaço e insere a canção numa densidade enorme.
Já “Learned to Play Dirty” chega carregada como um tanque de guerra e com a guitarra de Caick Cavallari afiadíssima, as palhetadas são precisas e perfeita sincronia com a bateria de Matheus Barreiros. O ótimo vocal é tão preciso quanto e joga a canção ao posto de melhor do play.
Sem perder o pique, “Fuck the Consequences” é ágil e cadenciada, traz uma pegada bem thrash metal, com vocais sobrepostos, além da banda que a essa altura já mostrou ser mais do que competente.
“Brainwash” é outra rápida e traz o tom agressivo à toda, com um refrão potente e cadenciado, com ares do Sepultura dos anos 80, além de mudanças rítmicas em sua metade que aparecem bastante naturais e fluem muito bem.
A faixa título é a seguinte, “Making Noise, Living Fast” leva o seu nome à sério, tem muito barulho e é muito rápida. Sua introdução é daquelas de se fazer o mosh dentro do quarto, assim como o refrão um tanto marcante e mais um cheio de força.
“Believe in Yourself or Die” é mais arrastada em seu começo, ótimas levadas da guitarra, (alavanca mandou beijo aqui) cadenciada, o vocal rasgado é direto e vem lá do fundo se transformando em raiva. Sua levada é das que mais cativam por aqui e criam um ótimo campo para o final.
Quem faz as vezes do encerramento é “Possessed by Noise”, cheia de groove na cozinha e se a intenção é possuir o ouvinte com o seu “barulho” eles o fazem com maestria, pois é um encerramento à altura de um baita trabalho para os fãs do metal seja qual vertente lhe agrade mais!
O disco com oito faixas exala que o Brasil sabe fazer bem feito a sua parte na cena e mais uma vez aqui encontramos um trabalho que não se perde em meio à tanta “parafernalha” de uma banda moderna. O som é o sincero, crú e direto do metal!
Ouça no maior volume possível!
NOTA: 4/5
Resenha postada previamente em Gaveta de Bagunças
FAIXAS:
1- Spit on Hipocrisy
2- Evolution or Destruction
3- Learned to Play Dirty
4- Fuck the Consequences
5- Brainwash
6- Making Noise, Living Fast
7- Believe in Yourself or Die
8- Possessed by Noise
FORMAÇÃO:
Diego Pascuci – Vocais
Caick Gabriel Cavallari– Guitarras
Matheus Barreiros – Bateria
Guilherme Biondo – Baixo