Olá, amigos, tudo bem? Biel Furlaneto na área com mais um Além do Óbvio. A bola da vez é simplesmente a banda sensação do momento no Brasil. Após um show impecável no Rock in Rio de 2024, os americanos confirmaram recentemente sua volta ao país em 2025. (mais informações AQUI).

Nada mais justo, então, do que irmos além de músicas como “A Little Piece of Heaven”, “So Far Away”, “Unholy Confessions”, “Hail to the King” e etc…

Bora lá então? Now your nightmare comes to life…

Remenissions

Uma das grandes qualidades do A7X é a sua versatilidade, e isso fica mais do que comprovado nessa faixa esquecida do álbum Waking the Fallen (2003). No começo, você parece estar ouvindo aquelas bandas com vocal gutural cujo nome nem dá para entender, na sequência, um voz e violão, para depois entrar em um “meio-termo”. Uma letra potente, principalmente no refrão, onde se questiona a base da moralidade e da esperança, ponderando se a humanidade ainda manteria sua compaixão sem a esperança como guia. Em um álbum com clássicos como “Unholy Confessions”, essa faixa merece mais reconhecimento.

St. James – Um tributo ao saudoso baterista James Sullivan, conhecido como The Rev, que nos deixou em 2009. Música com as principais características da banda: guitarras rápidas e potentes, baixo marcado e uma bateria constante, muito bem representada pelo nem sempre elogiado Arin Ilejay. Destaque para mais um grande solo de Synyster Gates e para a voz de M. Shadows, que canta de uma forma mais emocionada (e menos gritada) do que de costume. Saiu em uma versão deluxe do álbum Hail to the King em 2013.

Coming Home

Mais uma que mostra a sonoridade clássica da banda. Desta vez, o destaque vai para a dobradinha baixo + guitarra. Cada um brilha à sua maneira: enquanto Johnny Christ chega com uma linha complexa e cheia de feeling, a guitarra conduz a música até o final. Guitarra essa que, no álbum, é tocada por ninguém menos que Brian Haner, pai de Synyster Gates (claramente, o talento é hereditário). Essa pedrada também está no Hail to the King.

Until the End

Nem só de pancadaria vive o Avenged. Apesar de ter seu peso, essa música tem uma vibe mais balada. A letra reflexiva fala sobre amizades verdadeiras que perduram com a inevitável passagem do tempo, mesmo que os encontros não sejam mais tão frequentes. Música para mandar para aquele amigo ou amiga de infância que você não vê há anos, mas que atravessaria o mundo se você precisasse. Musicalmente, como sempre, o destaque são as guitarras, além da bateria que vem moendo. Se você gosta de baladas carregadas de peso, como as do Metallica, seu lugar é aqui.

Fiction

Presente no álbum Nightmare (2010), essa certamente é uma das músicas mais amadas pelos fãs da banda. Foi simplesmente uma das últimas composições do recém-falecido The Rev, que inclusive é creditado como pianista da canção, além de dividir os vocais com Shadows. Com uma pegada um pouco “Castlevania” (quem é velho dos games saba), carrega um piano super dramático. A letra reflete temas de despedida, legado e aceitação da mortalidade, elementos que ganham uma camada extra de significado devido ao contexto trágico que envolve a faixa…

Simulation

Procurando músicas para falar para vocês, me deparei com o famigerado The Stage (2016), álbum conceitual que aborda temas como IA e afins. A música começa quase como um jazz de tão suave, para depois ficar mais próxima da realidade musical da banda, alternando entre essas duas atmosferas até o final. Destaque máximo da faixa para o baterista Brooks Wackerman (ex Bad Religion), que faz um trabalho fantástico.

Warmness on the Soul

Quem acompanha o Além do Óbvio sabe que eu gosto de falar de, no máximo, duas músicas do mesmo álbum para destrinchar ao máximo a carreira da banda. Foi assim que fui parar no álbum Sounding the Seventh Trumpet (2001), o debut da banda. Preciso confessar que o álbum é terrível — uma gritaria desenfreada que, para mim, não serve — então tive que recorrer à única música do disco que eu já conhecia antes. O primeiro hit da banda (que hoje é esquecido, apesar de por vezes ser tocado instrumentalmente há alguns anos) é uma balada regada a piano e guitarra, com Shadows ainda começando a explorar sua voz limpa. A letra beira o emocore (“I give my heart to you, I give my heart / ‘Cause nothing can compare in this world to you” — quase fez meu topete virar uma franja de tão emo, rs). Apesar disso, é uma música muito agradável de se ouvir, e a gravação com um som meio abafado traz um charme a mais. Vale demais o play!

Lost

Essa já me ganha na introdução com a guitarra dobrada, uma marca registrada da banda (vide “Beast and the Harlot”, “Afterlife”, etc). Some-se a isso a pancadaria sonora na cozinha de Rev e Johnny e a voz potente (e surpreendentemente limpa dessa vez) de Shadows, e pronto: temos uma música no mais puro estilo A7X. No final, um solo de tirar o fôlego de Gates fecha com chave de ouro. Presente no maravilhoso álbum autointitulado de 2007, às vezes fica esquecida no meio de tantos clássicos, mas é tão boa quanto.

Beautiful Morning

Não é novidade para ninguém que o último álbum lançado pela banda quase causou uma “Guerra Infinita” no universo dos Avengeds (você viu o que eu fiz, né? Rs). Life Is But a Dream… (2024) e sua pegada experimental desagradaram os fãs antigos e agradaram quem não gostava da banda. Um efeito quase tão estranho quanto o álbum que o carrega. Quanto à faixa analisada, ainda que não lembre muito (na verdade, quase nada) o resto do portfólio da banda, é uma canção agradável. Um riff mais pesado do que rápido, bateria e baixo bem presentes. A principal mudança talvez seja a voz de Shadows, que, no passado, enfrentou problemas e, agora, soa claramente mais contida.

M.I.A.

Uma epopeia de quase 9 minutos de intensidade e emoção, que explora os horrores e dilemas morais enfrentados por soldados em tempos de guerra (algo que também não é inédito na discografia da banda). A fórmula de sucesso de sempre: guitarras dobradas, bateria e baixo casando muito bem. Por ser a faixa de encerramento de um dos álbuns mais aclamados da banda (City of Evil, de 2005), raramente é lembrada. Se você gosta dos hits já consagrados pela banda, mas nunca ouviu essa, prepare-se para conhecer uma das suas novas músicas favoritas.

BÔNUS TRACK

Como bônus, deixo aqui a apresentação acústica que a banda fez no Clive Davis Theatre em 2017. A performance de quase trinta minutos resume bem toda a versatilidade da banda. Tocam um cover dos Stones, uma música pesada, uma experimental e uma balada (momento fofura, pois foi pedida por uma criança). Mostram que, sim, ainda são monstros da música, mesmo sem os efeitos de guitarra. Vale demais o registro. Assista abaixo e obrigado Avenged Sevenfold Legendado.

E aí, curtiu? Gosta de Avenged? Qual a próxima banda que você quer ver aqui no Além do Óbvio? Conta tudo pra gente nos comentários!

🖤 Agradecimento especial aos amigos Wesley Silva e Marcelo Cardoso por me apresentarem boa parte dessas pedradas.

Até a próxima! 🎸🔥

TEXTO POR GABRIEL FURLANETO