Oi? Não, não sou o Biel Furlaneto, mas sim, esse aqui é o Além do Óbvio de toda a sexta feira, aquela matéria que começa a coroar a vinda do final de semana. Eu sou o Augusto Hunter e estou aqui com a missão, nada fácil, de nesse Além do Óbvio, prestar homenagem ao Padrinho do Death Metal Chuck Schuldiner, que nesse sábado, completa 24 anos falecido.

Com o Death, Chuck fez história e pavimentou o que, atualmente conhecemos como Death Metal, com riffs geniais e canções icônicas, em uma curta discografia, Chuck Schuldiner e o Death marcaram a vida de milhões de pessoas ao redor do mundo, inclusive a minha, pois foi o riff de Pull The Plug que mudou como eu ouviria música, até hoje!

Sem mais delongas, vamos para essa difícil missão de apresentar a vocês dez canções Além do Óbvio de uma das melhores bandas do mundo.

REGURGITATES GUTS e LAND OF NO RETURN – SCREAM BLOODY GORE – 1987

O início da caminhada da banda, os meninos entraram no estúdio e gravaram o primeiro disco sob a chancela de Death Metal da história, um disco ríspido e direto, como a sonoridade da época pedia, mas Chuck já dava sinais de que não pararia aí, ele era uma mente pulsante e visionária. Dentro de um disco com tantos sons notoriamente lembrados, resolvi selecionar essas canções para que vocês comecem a caminhada.

PRIMITIVE WAYS – LEPROSY – 1988

Exatamente um ano depois, Chuck retorna com um disco no qual sedimentaria o seu nome eternamente nos meandros do Extremo da Flórida (não que já não conseguia o mesmo), mas Leprosy é, por muitos, celebrado como uma das grandes aulas de como fazer música pesada naqueles tempos. Mais uma vez, em um disco com tantos clássicos, Primitive Ways vem pra essa lista por não ser tão lembrada.

GENETIC RECONSTRUCTION e LOW LIFE – SPIRITUAL HEALING – 1990

O início dos anos 90 não foi bom para o Heavy Metal, mas, o cenário Extremo Estadunidense não sentiu muito essa diferença e se pararmos para analisar, na verdade, ele ficou ainda mais pungente e o Death lançou um disco incrível, que em sua capa já trazia uma crítica aos Pastores Televisivos, que já assombravam aquela geração, o que, infelizmente ainda deixa o disco mais atual do que nunca. As escolhidas desse disco são faixas que mostram a evolução em dois anos da banda e como, mesmo ainda mais intrínseco, Chuck não abria mão de ser rápido.

VACANT PLANETS – HUMAN – 1991

Com uma mudança completa na formação da banda, em 1991 o Death lançou Human, um disco que conta com uma estrelada equipe, com o, hoje lendário, Steve DiGiorgio e seu baixo fretless e do Cynic, Paul Masvidal na guitarra e Sean Reinert na bateria, o salto de qualidade, tanto sonora como de composição era nítido, já flertando com ideias mais “Progressivas”, Human é o ponto de virada do Death para algo, ainda mais avant-garde e Vacant Planets deixa isso bem claro,

JEALOUSY – INDIVIDUAL THOUGHT PATTERNS – 1993

Mais uma vez Chuck muda a sua banda, em busca de refinar ainda mais o som do Death e é em Individual Thought Patterns que, o “Dream Team” do Death Metal foi formado. Ainda contando com DiGiorgio na banda, Chuck ainda teve a bateria de Gene “The Atômico Clock” Hoglan na bateria e Andy LaRocque (King Diamond) na guitarra!

O resultado final é um disco complexo, com riffs e passagens ainda mais intrínsecas e trabalhadas, a veia Progressiva dentro do Death só aumenta a partir daqui e, Chuck, mantém a rispidez e a velocidade do Death Metal ainda soando forte, mesmo em linhas tão bem trabalhadas e Jealousy é o exemplo disso, fora das já clássicas desse disco.

MISANTHROPE – SYMBOLIC – 1995

Andy não conseguiria continuar na banda e temos mais uma mudança, então Bobby Koeble entra no lugar e mesmo tendo gravado as demos, Steve DiGiorgio não grava o disco, deixando o cargo para Kelly Conlon, o que não muda muito, pois a semente do que, atualmente chamamos de Technical Death Metal já está plantada e dando frutos e é aqui que a filosofia ganha ares extremos.

Symbolic é um disco extremamente técnico e com variações de tempo bem trabalhadas e com velocidade mais comedida, nesse disco as passagens mais “contemplativas” tem um espaço gigante, mas em Misantrope, faixa pouco comentada do disco, o Death Metal mais ríspido e direto tem seus ditames relembrados.

TO FORGIVE IS TO SUFFER e A MOMENT OF CLARITY – THE SOUND OF PERSEVERANCE – 1998

Esse é o.ultimo lançamento da banda e em um disco que é lembrado por faixas fora do comum, que unem, de forma grandiosa, JAZZ com DEATH METAL, músicas com letras altamente profundas, eu, como ouvinte, sempre achei covardia a maioria dos fãs, nunca citar essas duas canções que encerram o disco, são duas músicas que, além de trazer um pouco da rispidez do Death Metal, algo que aparece em momentos desse petardo sonoro, também possuem letras que te levam a repensar profundamente a vida. Duas canções que considero incríveis, mas nunca lembradas.

BÔNUS TRACK – CONTROL DENIED

Impossível não ser esse projeto que teve, infelizmente somente um disco e que marcou tanto o cenário como o Control Denied, aqui Chuck Schuldiner compôs o disco e preferiu não cantar. The Fragile Art Of Human Existence é uma obra a ser apreciada com toda a calma do mundo, aqui a linha Progressiva está pulsante, bela e muito bem trabalhada. Um disco icônico de uma figura genial como era Chuck Schuldiner.

É bem complicado separar canções de uma discografia curta, mas tão importante e pesada para um cenário como a discografia do Death, aonde quase todas as canções são ditas clássicas do estilo, mas dei meu máximo aqui para que você trilhe um caminho um pouco Além do Óbvio no conhecimento dessa grande banda. Até!