Quando Paul Daniel Frehley entrou em um estúdio em Nova York, cortando fila e usando um tênis de cada cor, ele queria conquistar o mundo. Junto com outros três desajustados, ele simplesmente criou a maior banda do planeta — colaborando com uma genialidade e uma simplicidade nas seis cordas que foram muito imitadas, mas jamais igualadas.
A persona “Spaceman” era a cara de Ace: um ser totalmente desligado, disperso e até folgado. Mas ela também servia porque, quando ele começava a se encurvar para um solo, não sobrava pedra sobre pedra. Era um ser de outro planeta.
Hoje, Ace se foi fisicamente. Voltou para Jendell — de onde dizia ter vindo tantas vezes. Mas o legado, os solos, a maquiagem e a guitarra com fogos de artifício ficarão para sempre.
O céu de São Paulo está parcialmente nublado. Aposto que foi uma força superior que resolveu fazer uma passarela com um grande tapete azul (a cor dele no KISS) para que o nosso “extraterrestre favorito” possa passear pelas estrelas.
Em Rock Soldiers, um verso diz: “Ace is back and I told you so.”
Com a licença dos amigos, hoje eu gostaria de mudar um pouquinho a letra:
“ACE IS NEVER GONE AND I TOLD YOU SO.”
Vá em paz, Ace.
TEXTO POR GABRIEL FURLANETO.
