Vamos a mais uma segunda-feira e trazer mais um disco para análise: BOM ou BOMBA?

O escolhido de hoje é o polêmico Illud Divinum Insanus, lançado em 2011 pelo Morbid Angel. Esse trabalho era extremamente aguardado pelos fãs, já que seria o primeiro (e único) disco gravado após o retorno de David Vincent (baixo e vocal), ao lado de Trey Azagthoth e Destructhor (guitarras), além do baterista Tim Yeung.

Sabemos muito bem como o disco foi recebido naquela época, mas será que 14 anos depois ainda é correto dizer que o Illud Divinum Insanus é realmente tudo aquilo de ruim? Ou, com o tempo, ele se tornou um disco mais aceitável? É isso que vamos descobrir.

Reprodução: Internet

A faixa introdutória, Omni Potens, apresenta efeitos estranhos, já destoando do que esperaríamos de uma banda como o Morbid Angel. O ouvinte fica em dúvida sobre o que está por vir, e essa impressão se confirma com a primeira faixa, Too Extreme! — que, minha nossa senhora do Inferno, é um troço execrável! Uma mistura de bateria eletrônica de péssimo gosto com riffs enfadonhos, resultando em algo simplesmente nojento. Nota: 0 para essa abertura.

Depois disso, porém, o álbum traz quatro canções que mudam o cenário: Existo Vulgor (nome horroroso, diga-se de passagem), Blades for Baal, I Am Morbid e 10 More Dead. Nessas músicas, temos o que o fã espera do Morbid Angel: um Death Metal clássico, bem embasado e composto, com riffs certeiros, blast beats encaixados e aquela energia que reacende a esperança no álbum. Nota: 3 para cada belo riff aqui contido.

Infelizmente, a sequência seguinte é desastrosa.

Destructhor vs. The Earth / Attack retorna com os eletrônicos execráveis e malfeitos, além de uma bateria eletrônica horrenda. Resultado: 0 com força!

Em seguida, Nevermore tenta trazer o Death Metal de volta ao disco, mas falha. Apesar de riffs interessantes de Trey, a faixa parece inútil e deslocada dentro do álbum. Nota: 2, pela tentativa.

Beauty Meets Beast tem uma cadência até interessante, e os vocais de David Vincent brilham, mas também se mostra uma música perdida e mal posicionada no disco. Nota: 2 pela cadência gostosa de ouvir.

Por fim, o Morbid Angel entrega as duas últimas faixas: Radikult e Profundis – Mea Culpa. Aqui, Trey realmente deveria fazer esse “Mea Culpa” até hoje, porque a conclusão do álbum é escabrosa, com músicas execráveis e completamente esquecíveis. Nota: 0 forte.

No fim das contas, não há nem como suavizar: Illud Divinum Insanus é uma BOOOOOOMBA!

Uma verdadeira mancha na carreira do Morbid Angel. Ouvir esse disco foi uma tarefa árdua — passar de Too Extreme! já é uma missão quase impossível. O único ponto realmente positivo é a capa criada pelo artista brasileiro Gustavo Sazes, um dos poucos acertos do álbum. De resto, ouvir e revisitar esse trabalho é, sem dúvidas, um “desperdício de tempo de vida”.